Laboratório do IPT vai avaliar fibra de carbono em aeronaves
Contrato com a Embraer foi assinado ontem, durante a inauguração do Laboratório de Estruturas Leves em São José dos Campos – SP
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O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e a Embraer assinaram ontem em São José dos Campos um contrato para projeto de pesquisa com o objetivo de desenvolver a aplicação de fibra de carbono na indústria aeronáutica. O contrato foi assinado durante a inauguração do Laboratório de Estruturas Leves do IPT no Parque Tecnológico. Participa também do contrato a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
O presidente do IPT, Fernando José Gomes Landgraf, relatou que o trabalho dos pesquisadores do instituto em parceria com a Embraer será construir uma parte da fuselagem de um pequeno avião em fibra de carbono, em substituição ao alumínio, material utilizado pela indústria aeronáutica. A vantagem da fibra do carbono é que ela é mais leve e pode reduzir o peso da aeronave, o que representa uma economia de custos ao longo da sua vida útil.
“A fibra de carbono também pode ser empregada em outros setores como na produção de veículos e na área esportiva”, ressaltou o presidente do IPT. Segundo ele, o desafio do instituto e dos parceiros que irão utilizar o novo laboratório é produzir tecnologia e transferir o conhecimento para os setor industrial. O Laboratório de Estruturas Leves ocupa uma área de cerca de 4.500 metros quadrados e está localizado no núcleo do Parque Tecnológico.
Investimento
O investimento total na implantação do novo laboratório foi de R$ 46,7 milhões. Resultou de uma parceria dos governos federal, estadual, municipal e de recursos liberados pelo BNDES (Bano Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico), que aportou R$ 27,6 milhões, da Finep – Inovação e Pesquisa (R$ 8,3 milhões), da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que liberou R$ 2,4 milhões. O IPT deu uma contrapartida de R$ 5,9 milhões.
O LEL realizará pesquisas voltadas para o desenvolvimento de estruturas, componentes e peças em aplicações industriais com menor peso e custo, porém, mais resistentes. Os pesquisadores vão trabalhar com materiais metálicos (titânio, alumínio), compósitos (polímeros com reforço de fibras de carbono) e híbridos (combinação de compósitos e metais).
“Vivemos em um mundo competitivo e precisamos estar na fronteira do conhecimento, da tecnologia da inovação”, disse Mauro Kern, vice-presidente de engenharia e tecnologia da Embraer, ao ressaltar a importância do laboratório do IPT. Atualmente, o LEL conta com 20 pesquisadores e a meta é agregar mais 20, segundo o presidente do IPT. “Queremos também ter a colaboração de outras instituições de pesquisa e do setor industrial”, disse.
FONTE / FOTO: O Vale (reportagem de Chico Pereira)