Os bastidores da vinda do Gripen ao Brasil em 1998

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Novo secretário de Indústria e Comércio de Goiás intermediou, há dezesseis anos, a visita do embaixador sueco à Base Aérea de Anápolis

 

Gripen na BAAN em 1998

ClippingNEWS-PA  Em primeira mão ao Jornal Opção, o Secretário de Indústria e Comércio de Goiás (SIC), William Leyser O’Dwyer, contou que há dezesseis anos atrás (sic) colaborou com a visita do embaixador da Suécia no Brasil à Base Aérea de Anápolis (BAAN), no qual teria ficado acertado a vinda de caças suecos Saab Gripen ao 1ª Grupo de Defesa Aérea (1ª GDA), para demonstrações aos oficias (sic) aviadores da Força Aérea Brasileira (FAB).

Em dezembro de 2013, o Ministério da Defesa anunciou que a fabricante do avião de combate supersônico escandinavo foi a vencedora da licitação, conhecida como FX-2 (SIC), para o fornecimento de 36 aeronaves que serão responsáveis pela defesa aérea do País. O Saab Gripen NG derrotou dois pesos pesados da aviação militar mundial: o americano Boeing FA-18 (sic) Super Hornet e o francês Dassault Rafale. O contrato no valor de cerca de R$ 4,5 bilhões também prevê a transferência de tecnologia e a montagem de alguns dos vetores em solo brasileiro.

William O’Dwyer disse que o seu amigo e então embaixador da Suécia no Brasil, Christer Manhusen, o teria solicitado para intermediar sua visita à BAAN. O atual secretário da SIC, que também é um grande empresário em Anápolis, teria conversado e combinado a visita do diplomata sueco com o então comandante da unidade aérea, o hoje Tenente-Brigadeiro do Ar Antônio Franciscangelis Neto, atual secretário da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica.

William O’Dwyer conta que levou Christer Manhusen à BAAN sem conhecimento da imprensa e de forma totalmente discreta. Durante a visita, o embaixador sueco teria acertado a vinda de alguns exemplares do Gripen para que os suecos pudessem demonstrá-lo aos aviadores militares brasileiros.

No final dos anos 90, transcorria a licitação denominada FX, visando a substituição dos caça franceses Mirage III, em uso na FAB desde a década de 1970. Ao passar dos anos, o certame passou a se chamar FX-2, já que novos concorrentes teriam entrado na disputa com aeronaves mais modernas. De fato, em 1998, caças Gripen estiveram em Anápolis. No mesmo ano, um caça russo Sukhoi Su-30MK/Su-37 — que também participava da concorrência FX — também visitou a BAAN.

William O’Dwyer revela que desde aquela época já era feito um trabalho diplomático comercial militar para a venda dos aviões suecos ao Brasil. “Recentemente encontrei com o Brigadeiro Franciscangelis em Brasília, e ele me disse: você se lembra daquele dia, não é?”, diz. “Hoje colhemos os frutos de um processo que participei de modo discreto desde a sua origem.”

Gripen na BAAN em 1998
Perspectiva de Negócios

Goiás terá o primeiro Parque Tecnológico Multissetorial do Centro-Oeste. O empreendimento, que consiste em atrair, criar, incentivar e manter empresas de base tecnológica e instituições de pesquisa e desenvolvimento, como meio para a concretização de projetos de pesquisa e inovação tecnológica, tem como objetivo investir em tecnologia de ponta para dar apoio ao desenvolvimento das indústrias goianas.

Ao assinar o contrato pela compra de 36 caças Gripen NG, o governo brasileiro também exige transferência de tecnologia e está previsto a fabricação de peças e componentes por empresas brasileiras em território nacional. Deste modo, William O’Dwyer diz que pretende aproveitar a implantação do Parque Tecnológico de Anápolis para atrair empresas que podem eventualmente fornecer suporte, peças e componente eletrônicos ao avião que vai operar pela FAB baseados no município goiano. “Isso vai acontecer. Não posso dizer em qual proporção. As empresas vão preferir algo acessivo e perto da base aérea.”

A previsão é que o Parque tenha investimentos da ordem de R$ 1 bilhão e gere 10 mil empregos diretos nos próximos 10 anos.

FONTE: Jornal Opção

NOTA DO EDITOR: é interessante observar que o autor do texto acima incluiu, com os devidos créditos (Poder Aéreo e Marcelo Almeida), a imagem que foi publicada aqui no blog em 13 de abril (ver link abaixo). No entanto, a parte superior da foto, onde aparece o ‘logo’ do Poder Aéreo, foi cortada.

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Flighting Falcon

Se fosse um governo que priorizasse a defesa de seu pais já teriamos comprado o segundo lote, caso ele tivesse saído vencedor no F-x

Klesson

Quanto tempo perdido…
Quanto dinheiro desperdiçado…
Quanto sabido assistindo…
Quanto trouxa enganado.

Fernando "Nunão" De Martini

Verdade. Dez anos perdidos, pra não dizer quinze, para agora correr atrás do prejuízo e torcer para o contrato de três dúzias de Gripen E/F realmente ser assinado, enquanto contamos as horas de voo restantes de pouco mais do que três dúzias de supersônicos modernizados, com 40 anos de uso, e modernizamos outros onze quase tão velhos para a frota aguentar o tranco um pouco mais. Se FHC tivesse tomado alguma decisão nos meses finais de seu mandato, em 2002 (lembrando que foi só na reta final de seu segundo mandato que a avaliação do F-X original ficou pronta) e… Read more »

Corsario137

Nunão,

Tenho em casa um VHS (isso mesmo, um VHS) que a SAAB enviou a FAB, parte do material promocional do Gripen criado nessa época. Data de 1997.

Artigo de colecionador hoje em dia 😉

Fernando "Nunão" De Martini

Corsario,

Se você ainda tem um videocassete para ver o VHS, melhor ainda, rsrsrs.

De qualquer forma, recomendo fazer uma cópia em DVD…

Jackal975

Isso me faz pensar numa aeronave que sempre admirei: o JA37 Viggen. Pena que a parceria Brasil-Suécia não iniciou bem antes, logo após a compra dos Mirage III e F-5 nos anos 1970, já se preparando para a futura substituição desses. Poderíamos ter usado o Viggen por algum tempo e entrado juntos já no desenvolvimento inicial do JAS-39 Gripen. Mas pensar nisso é dar murro em ponta de faca. Primeiro porque só quem era vivo nos fim dos anos 80 e início dos anos 90 para ter noção da total ANARQUIA FINANCEIRA do país naquela época, palavras não existem em… Read more »

Vader

“Ou uns três esquadrões de F-16C/D e decidindo entre um quarto ou F-35.” Pois é Nunão. Já ouvi de gente GRANDE na FAB da época que esse era o plano do AC da FAB pouco antes de ser lançado o FX (claro que se sabia bem pouco do F35, mas já se sabia que viria algum sucessor para o F-16 que incorporaria todas as melhores características da década, como o stealth). Mas que o FHC, por excesso de democracia ou outra coisa qualquer, inaugurou o FX original por pressão do lobby de São José dos Campos, que à época queria… Read more »

Vader

“aliado à burrice de um governante despreparado, metido a pacifista e com visão imediatista”

Só pra constar, me refiro ao FHC.

Até porque o outro é um inqualificável…

Vader

PS 2: e a última é apenas a súcuba e preposta deste.

eduardo pereira

Poxa Vader vou precisar de um dicionário pra entender umas palavras suas !!rs

Mas vamos acompanhar os fatos recentes e nos manter esperançosos quanto ao Gripen E/F.

Sds

Rafael Oliveira

Muito boa a análise do Vader. Somente discordo na crítica á concorrência. Não por questões legais, mas capitalistas mesmo: buscar o preço mais baixo possível do vencedor (ainda que não se compre o produto mais barato). E gostei, particularmente, de ter distribuído parte da culpa à Embraer. Nem sempre o interesse dela é o melhor para a FAB e para o país. Inclusive, lendo a entrevista do Sr. Ozires na Forças de Defesa, chamou-me a atenção a “sugestão direta e seca” dele, de que a encomenda deveria ser feita à Embraer e não à SAAB, que seria uma “sub-contratada” daquela.… Read more »

Vader

Rafael Oliveira 15 de maio de 2014 at 20:00 # Rafael, só pra explicar: num caso normal, num país normal, eu sou amplamente favorável à concorrência, tanto como sou favorável a plebiscitos (democracia direta), por exemplo. Mas no caso de aeronaves de combate, ainda mais num país como o Brasil, em que absolutamente tudo, da coleta de lixo à construção de usinas nucleares, está nas mãos da politicagem mais vil e rasteira, democracia demais atrapalha. O verdadeiro líder é aquele que sabe ser democrata até o ponto em que se faz necessário conduzir o povo (e me refiro ao povo… Read more »

Rafael Oliveira

Bom, Vader, agora eu também tenho que me explicar. Eu defendi uma concorrência entre os caças e que a decisão fosse técnica (custo-benefício, principalmente). No mundo ideal, após a entrega da análise da COPAC, o GF tomaria a decisão em um ou dois meses (óbvio que esse meu desejo não é realista). Concordo que no Brasil tudo está nas “mãos da politicagem mais vil e rasteira”, mas, por, isso mesmo, prefiro que ocorra uma concorrência, porque ela minimiza a chance de uma entubação (vide casos do Mi-35, EC725, etc). É claro que se o FHC tivesse comprado o F-16 a… Read more »

Rinaldo Nery

Bem, não conheço todos os bastidores da história, mas um eu sei: quando a EMBRAER inclinou-se pelo M2000-BR, um engenheiro daquela empresa, figura importante na área militar (aliás, um dos últimos a dar a palavra nessa área), se opôs à aliança com os franceses e foi demitido.
Como eu o conheço pessoalmente, tenho certeza de que foi uma grande perda para a companhia, que ficou sem um dos seus expoentes na inteligencia de mercado militar.
Graças a ele que o ST está voando por aí.

Rafael Oliveira

Rinaldo, você tem histórias suficientes para fazer um livro.

Que bom que compartilha conosco!

Corsario137

Nunão,

Já o fiz, só não sei onde guardei kkk.

Já faz tempo que quero postar algumas imagens aqui e agora tive coragem de criar o tal Flickr.

Segue o link do VHS: https://www.flickr.com/photos/123865167@N04/14195890865/in/photostream/