AMARG32-Fairchild-Republic-A10 FONTE northeastshooters

Aaron Mehta – Defense News

No início da semana passada parecia que o presidente do Comitê do Congresso dos EUA para as Forças Armadas, Buck McKeon, tinha encontrado uma solução conciliatória na questão da aposentadoria o avião de ataque A-10.

Um rápido resumo dos debates dos últimos seis meses: a Força Aérea quer aposentar o A-10 (comumente conhecido como o Warthog) a fim de economizar bilhões em uma era de orçamento consciente. Militares têm repetidamente afirmado que a única maneira de se alcançar as economias necessárias e atender ao “sequestration” é aposentando frotas inteiras. Eles também são rápidos em citar números que mostram que 80% das missões de apoio aéreo feitas no Afeganistão e no Iraque ao longo dos últimos anos tem sido feitas por outras plataformas.

No entanto, os membros do Congresso – liderados principalmente pelo republicano Kelly Ayotte de New Hampshire – são contra a aposentadoria do avião, alegando que nenhuma outra aeronave pode fazer a missão de apoio aéreo como o A-10. Como a questão envolve a segurança das tropas em solo, ela se torna extremamente emocional para os defensores do avião.

Em função dessa pressão, o presidente da Casa surgiu com a seguinte ideia para o problema do orçamento do ano fiscal 2015: armazenar as aeronaves em um padrão conhecido como armazenamento “Type-1000”. Essa é a categoria de armazenamento mais próxima de um retorno à linha de voo que um avião no cemitério Davis-Monthan, no Arizona, pode ter. Os aviões são mantidos em boa forma e envolto em látex para a sua (relativamente) fácil reativação em caso de uma emergência.

Questionada sobre uma definição a respeito do armazenamento “Type-1000”, a Força Aérea ofereceu a seguinte declaração: “Aeronaves em armazenamento ‘Type-1000’ devem ser mantidas até que sejam reconvocadas para o serviço ativo, em caso de necessidade. Este padrão de armazenamento de aeronaves é denominado inviolável; o que significa que tem um elevado potencial para voltar à condição de voo e peças não podem ser removidas a partir delas. Estas aeronaves são ‘re-preservadas’ a cada quatro anos”.

A-10 lançando flare.JPG

Também é digno de nota que as aeronaves podem levar “de 30 a 120 dias, dependendo de quanto tempo a aeronave permaneceu armazenada, para que ela esteja pronta para voar novamente”, de acordo com o porta-voz da USAF.

Parece que McKeon, no que será sua última luta orçamentária antes de sua aposentadoria no início do próximo ano, estava tentando agradar ambos os lados. A Força Aérea poderia economizar dinheiro, mas o bloco pró-Warthog ainda seria capaz de ter os aviões em caso de necessidade futura.

Não funcionou tão bem, pois um grupo de senadores agiu rapidamente para cancelar essa ideia. Seguiu-se a votação na Casa que acabou por aprovar uma emenda para bloquear a aposentadoria do A-10 por 41 votos a 20.

Se os membros do Comitê tentarão algo semelhante novamente não se sabe, embora o presidente da comissão, o senador Carl Levin, de Michigan, tenha dito que ele não é a favor da posição da Força Aérea. Mas ainda vale a pena fazer a seguinte pergunta – quanto custaria colocar a frota de A-10 em armazenamento?

Temos alguns números da Força Aérea para tentar descobrir. Fique conosco. Será apenas aritmética básica.

De acordo com um porta-voz da USAF armazenar um A-10 em atividade para o padrão “Type-1000” custaria US$ 43.000. Como existem 283 aviões em atividade a serem aposentados, o custo para a frota seria de:

  • US$ 43.000 X 283 = 12.169.000

Em seguida, há um custo de US$ 1.000 por cada ano durante o curso do plano de defesa de cinco anos para manutenção. Assim, por cinco anos o custo de armazenamento seria:

  • 283 X 1000 dólares = 283 mil por ano X 5 = 1.415.000
  • 1.415.000 + 12.169.000 = 13.584.000

E a cada quatro anos será necessária uma grande remodelação, novamente com o custo de US$ 43.000. Assim:

  • 43.000 X 283 = 12.169.000
  • 12.169.000 + 13.584.000 = 25.753.000

Tudo somado, estimamos que o custo de armazenamento da frota de A-10 segundo o padrão de armazenamento “Type 1000” para cinco anos é de US$ 25,7 milhões de dólares americanos. Isso não é pouco, mas ainda assim representaria uma enorme economia para a Força Aérea sobre a manutenção da frota por cinco anos.

Mas é agora que a situação se complica. Esses números não levam em conta os custos extras do fechamento da cadeia de suprimentos, manutenção, treinamento de pessoal, etc. E como funcionários de serviço são rápidos em apontar, é isto que acaba por economizar a maior parte do dinheiro. Portanto, as chances são de que os custos seriam muito superiores aos 25,7 milhões de dólares calculados acima. Além disso, se os aviões forem reativados, haveria um custo associado com isso também.

A aposentadoria do A-10 (e , em menor grau , o avião espião U-2 ) representa o eixo central da redução do seu orçamento . Para a Força Aérea, deixar de aposentar a aeronave desmoronará a estrutura do seu orçamento. O que significa dizer que esta briga está longe de ser concluída, mesmo que os apoiantes do avião comemorem sua vitória na Câmara.

FONTE: DefenseNews (tradução e adaptação do Poder Aéreo a partir do original em inglês)

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Flighting Falcon

Estimam os valores de estocagem dos Mirages aqui no Brasil? E dos 10 A-1 que estavam fora de serviço?

Soldat

Gostara de ver os irmão do norte vender alguns A-10 para noisss, acho que uns 6 no minimo seria legal…..será que o congresso Americano deixaria???.

thathatha…….

Vader

A USAF tenta aposentar o Warthog desde o fracasso do comunismo russo, sem sucesso até agora. Mas estou achando que agora vai. Os números podem ser maquiados por algum tempo, mas afinal números são números; e não mentem.

Quanto a tais aeronaves pro Brasil, sem a menor chance, a começar de que a FAB não teria a mais vaga utilidade para uma aeronave caça tanques dedicada como o A-10.

Isso sim seria uma idéia estúpida…

Soldat

Discordo.

Nave de combate contra blindados é essencial!!!!

Massss como se trata de Amins há sempre desculpas!!!!

Alfredo Araujo

“Soldat 13 de maio de 2014 at 23:17 #
Discordo.
Nave de combate contra blindados é essencial!!!!!!!”
.
.
É mais fácil a FAB ter mais A10 em serviço do q os paises vizinhos terem blindados para atacar..

Iväny Junior

Na nossa necessidade atual, A-1 e ST suprem as necessidades (inclusive, o ST tem sido defendido para a USNavy). O A-10 é um ótimo avião que cumpre sua missão como nenhum outro, porém, não existem mais inimigos com esse poder de fogo, e aí aeronaves mais baratas resolvem o problema.

Vader

Bem Soldat, já que a questão é A-10 na FAB, imagine o custo de manutenção destas belezuras da década de 70 para a toda-poderosa USAF estar querendo aposentá-los. Além disso será mesmo que nossos vizinhos ultra-poderosos tem tantos tanques assim para precisarmos de um caça tanques dedicado? Ou estamos a esperar uma invasão dos Alien Grey? 🙂 E falando em logística iremos tomar o lugar da USAF como mantenedor de empregos na cadeia logística americana (não sabia que vc gostava tanto “dusamericanu” assim, rsrs) ou vamos nacionalizá-la, ao custo de alguns bilhões de dólares? 😉 Percebe como é uma idéia… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Caramba, vocês estão discutindo aeronave capaz de caçar tanques e ninguém lembrou de que já existe um esquadrão de helicópteros de ataque com essa capacidade na FAB? Embora a principal justificativa da compra tenha sido outra (proteção da Amazônia contra traficantes etc), o fato é que os AH-2 Sabre têm essa capacidade, e demonstraram outro dia mesmo o uso noturno de míssil antitanque. Não vejo o menor sentido se pensar na aquisição de aviões “caça-tanques” ou de apoio aéreo aproximado de segunda mão, quando já se tem outras aeronaves que podem cumprir a missão, desde que recebam os armamentos adequados,… Read more »

Alfredo Araujo

Falando em caçar tanques… imaginem um Tucaninho com um Lantirn no cabide ventral, e uns 8 misseis Hellfire, em reparos duplos nos cabides das asas… Ai sim heim !!

Soldat

“A não ser que já tenham lido a ótima reportagem do Santiago Rivas sobre o TAM (Tanque Argentino Mediano), que é o destaque da parte terrestre da última edição da revista Forças de Defesa, e o alerta de invasão iminente tenha acendido…”

Pois é foi pensando nisso mesmo que indaguei sobre os A-10 e falando em hipóteses vai que a Venezuela compre 1000 T-90 Russos e ai como fica os A-1 e os AH-2 Sabre vão dar conta?.

Fernando "Nunão" De Martini

“e ai como fica os A-1 e os AH-2 Sabre vão dar conta?.” Se estiverem com armamento adequado e operando em quantidade também adequada de aeronaves (no caso, me refiro aos AH-2 Sabre, pois os A-1M deverão ser 43 no total) por que não dariam conta das ameaças que se espera no futuro por aqui? Sem falar no A-29 e, mais pra frente, o próprio Gripen (afinal, deverá usar bombas de precisão que podem ser utilizadas contra blindados, da mesma forma que o Rafale utilizou na Líbia, e a França não tem A-10l…) Então que grande diferença meia dúzia de… Read more »

Felipe Augusto Batista

1000 T90! Isto dá uns 2 terços de todos os existentes, quantos anos sem papel higiênico pra pagar por isto? Desculpa, eu não pude resistir.

Felipe Augusto Batista

Mas a Rússia iria adorar, manda 1000 T90 pra eles e uns 100 Sabre pra nós.

Alfredo Araujo

Sem contar q a floresta amazônica não seria um empecilho, ao hipotético avanço blindado venezuelano contra o Brasil ?

Felipe Augusto Batista

A floresta não é problema, os russos podem enviar uns destes de brinde hehe http://indianajones.wikia.com/wiki/Jungle_Cutter

Soldat

Foi mal esquecir da floresta rsrs…..

Rinaldo Nery

A Venezuela faz fronteira com Roraima, que não é área de selva. Há uma rodovia que permite um avanço até Manaus (BR-169?) Só terão que pagar o pedágio pros índios…

cvn76

Oi Poggio

Muito bom o artigo; só para complementar:

– Existe também muita pressão por parte dos políticos de estados que abrigam os esquadrões de A-10 (Arizona, Geórgia, Arkansas, Indiana, Idaho, Maryland, Missouri e Michigan.)

Eles tem receio que uma vêz retirados de serviço, os esquadrões de A-10 seriam desbandados, aumentando assim o número de desempregados nesses estados

Apesar da USAF ter garantido em manter os equadrões na ativa; alguns receberiam o F-16 e alguns receberiam o MQ-1 ou o MQ-9 no lugar do A-10.

– “pelo republicano Kelly Ayotte “….o certo seria “pela republicana”….é uma mulher…..:-)

Fernando "Nunão" De Martini

Floresta? Roraima, que é um dos nossos estados fronteiriços com a Venezuela, e justamente o que forma uma espécie de “saliente” sobre a mesma (vejam o mapa, como diz o Ivan…), está mais para savanas em boa parte de seu território. Vejam esse exemplo: http://www.aereo.jor.br/2013/07/05/c-98-caravan-da-fab-leva-alimentos-a-indios-isolados-em-roraima/ Mas não sei exatamente como é do “outro lado” das bacias que formam a maior parte da linha fronteiriça, se pra lá tem floresta mais densa etc. Tenho grande curiosidade de um dia conhecer a região. Porém, até onde sei, os problemas da Venezuela ainda passam longe do seu vizinho do sul, e continuam mais… Read more »

cvn76

“Só terão que pagar o pedágio pros índios…”

Então estamos salvos!!

Os eco-chatos e as ONG`s são a melhor defesa contra uma invasão venezuelana……:-)

Vão torrar tanto a paciência dos invasores, que eles vão voltar para o país deles rapidinho……:-)

Rinaldo Nery

Pode-se ir de carro de Boa Vista até Santa Helena, na fronteira, e depois até o caribe venezuelano. Lá as estradas são ótimas.

cvn76

E a gasolina é bem barata!!

Acho que é mais provavel o Brasil invadir a Venezuela do que o contrário…….:-)

Só para colocar um pouco de humor no debate!!

Vader

Gente, se ponham no lugar da Venezuela (como de todos os nossos vizinhos, aliás): são eles é que devem morrer de medo de uma invasão do “gigante pela própria natureza”, e não o contrário.

Se tem alguém que poderia querer comprar A-10 da década de 70 usado até o talo e dispensado pela USAF são eles.

Mas não o farão, até porque, como adora dizer o Soldat, “os âmis” não vendem.

Ivan

Nunão, Só p’ra não perder o hábito, um mapinha simples com uma pitada de geografia de Roraima: http://www.voyagesphotosmanu.com/mapa_de_roraima.html Com a Venezuela tem muita montanha, mas descendo (literalmente) de norte para o sul e da montanha para a planície é “ladeira a baixo” Interessante observar que o vale do Rio Branco que capta a água dos rios das montanhas e passa pela capital Boa Vista parece uma enorme avenida que parte da Guiana (ex-inglesa) e desce para o coração da Amazônia brasileira. O noroeste da Guiana, por sua vez, é alvo de cobiça da Venezuela, que reclama a região como sua… Read more »

Ivan
Ivan

O A-10 Thunderbolt II é um avião de combate incrível. Especialista em destruir blindados, no melhor (e vitorioso) estilo Shturmovik, é também um vetor importante para missões C-SAR, em face da inigualável (no ocidente) capacidade de voar baixo, lento, ágil e resistir ao fogo inimigo. Airborne forward air control é outra missão importante para este vetor, novamente em função de sua resistência que permite voar perto da tropa no terreno. A USAF nunca gostou do Warthog, pois seus pilotos preferem os caças velozes e potentes… a não ser quando eram abatidos por trás das linhas e precisavam de resgate. Nesta… Read more »

tiagobap

Concordo com o Ivan. Estas aeronaves deveriam ser doadas para Polônia ou até mesmo Israel (mas aí os árabes “piram”…). São eles que vão precisar.

Uma coisa que eu nunca vi por aí é a posição do exército norte-americano sobre a desativação do Warthog. Tirando o C-SAR, só vejo missões que beneficiem o US Army para esta aeronave. Esse pessoal nunca pensou em ajudar a manter estas belezinhas voando?

Guilherme

Esse é um dos melhores aviões de combates do mundo,não deveria ser tirado do ar