Caça francês rompe barreira do som para auxiliar avião
Um caça francês causou surpresa e incerteza hoje no sudoeste da França ao quebrar a barreira do som para auxiliar avião comercial que ia de Washington para Roma
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Paris, 4 mai (EFE).- Um caça francês causou surpresa e incerteza neste domingo no sudoeste da França ao quebrar a barreira do som para auxiliar um avião comercial que cobria a rota Washington-Roma e tinha o sistema de rádio em pane.
O serviço de informação da Aeronáutica da França explicou que um Rafale da base de Mont-de-Marsan, no sudoeste do país, gerou confusão entre a população ao superar a barreira do som e causar um significativo estrondo para auxiliar o Boeing com o sistema de comunicação danificado, um tipo de assistência que, segundo a fonte, é relativamente frequente.
Embora o caça Rafale estivesse a cerca de 10 mil metros do solo no momento em que superou a barreira do som, a altura parece não ter sido suficiente para impedir que o barulho parecido com o de uma explosão ecoasse por dezenas de quilômetros, desde a região de Bordeaux até Rochelle, segundo os testemunhos recolhidos pelos bombeiros.
Segundo a Aeronáutica francesa, o caça se posicionou – de acordo com os protocolos estabelecidos para estas operações – no lado esquerdo do avião de linha, que entrou no espaço aéreo francês ao sul de Nantes, até ter sua comunicação de rádio reestabelecida e ter retomado sua rota, da qual já havia se afastado.
As intervenções dos caças franceses para emprestar assistência a aviões de linha com algum problema, de acordo com a fonte, é uma operação considerada comum e não costuma relatar incidentes.
FONTE: Exame (com informações da EFE)
FOTO (em caráter meramente ilustrativo, de um Rafale do esquadrão Normandie-Niemen, que é baseado em Mont-de Marsan): Força Aérea Francesa
COLABOROU: Iväny Junior
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O nome desta missão é Socorro em Voo.
Segundo o jornal francês “Sudouest”, foi reportada a presença de dois caças Rafale na região, mas só um deles causou o estrondo ao romper a barreira do som:
http://www.sudouest.fr/2014/05/04/forte-explosion-de-bordeaux-a-la-rochelle-un-avion-a-franchi-le-mur-du-son-1543460-2780.php
Ainda segundo o link, o Boeing era da American Airlines.
Amigos,
Verdade, Nery, A missão dos caças foi concluída e noticiada como um Socorro em Voo, que é mais bem aceita para o público externo.
Mas é provável que tenha sido acionada para investigar um voo que não cumpriu seu plano de voo ou as regras de tráfego aéreo. Poderia ser um caso de sequestro ou uma ação intencional de desvio de rota.
Abraços,
Justin
Aproveitando, mapa das bases aéreas francesas onde se pode ver a de Mont-de-Marsan, na ponta sudoeste do país.
http://www.airmil.org/images/france.gif
PS – desta vez fui mais rápido que o Ivan com o mapa, rsrsrsrs.
Ok Nunão,
Vc foi mais rápido no gatilho… ou mouse… ou teclado… o que for!
Mas como não consegui abrir seu link, mando o meu…
…ou melhor, da Globalsecurity:
http://www.globalsecurity.org/military/world/europe/fr-airfields.htm
Interessante a posição de Mont Marsan no sul/sudoeste do território metropolitano, logo ao norte dos Pirineus e dominando um vale entre o Golfo de Biscaia (Atlântico) e o litoral sul mediterrâneo francês;
Grande abraço.
Ivan, o mapento.
Mais detalhes sobre a Base aérienne 118 Mont-de-Marsan:
http://www.techno-science.net/?onglet=glossaire&definition=11840
O texto é em francês mas dá para entender muita coisa.
Mas Nunão,
Vc já publicou um mapa muito interessante sobre as bases aéreas francesas, cobrindo o exercício Southern Mistral em 2011, salvo engano;
http://www.aereo.jor.br/wp-content/uploads//2011/03/Southern-Mistral-mapa-e-bases-imagem-via-Armee-de-lair.jpg
Abç.,
Ivan.
Nossa… Nem lembrava desse mapa. Valeu!!!
Amigos, Quanto ao estrondo de uma onda de choque desse tipo, com o avião em altitude, a intensidade, o dano e o susto são semelhantes ao de uma porta batendo com o vento. A única diferença é que não se sabe exatamente de onde vem o barulho. Mas tem gente que faz drama. Diz que a criança acordou chorando (como isso nunca tivesse acontecido antes), que a galinha parou de botar, que a fotografia da sogra caiu da parede… Aí vira notícia. Os coitados dos moradores de Formosa, em Goiás, conviveram muitas décadas com isso, com orgulho da FAB. Abraços,… Read more »
Oops,
Formosa, não. Jaraguá! 😳
Nunão,
Ando sumido…
…mas não esqueço os amigos.
Abç.,
Ivan. com HD antigo mas funcionando.
Ivan, quão antigo é esse seu HD? Se tem mais de 5 anos, eu sugiro que você tenha backups atualizados e uma grana reservada para comprar um novo. Porque a confiabilidade dos HDs cai muito com a idade e perder dados nunca é divertido.
Não pratique roleta russa com seus dados 🙂
Justin, não seria a cidade de Anápolis?
Clésio,
Meu HD tem 51 anos… 🙂
É de modelo antigo, mas funciona a contento e pretendo exercitar o danado sempre para não deixar o ‘alemão’ infectá-lo.
Grande abraço,
Ivan, do Recife.
Renato, bom dia.
Em Anápolis não era incomum.
Mas Jaraguá está localizada na área reservada de treinamento, onde eram 🙁 realizadas interceptações supersônicas e combates simulados.
Abraço,
Justin
Prezados Mapentos e Não Mapentos,
Alguém sabe quanto tempo um Rafale sustenta um voo supersônico, considerando que tenha decolado com os tanques full ?
GUPPY
Guppy,
O que está publicado sobre a performance do Rafale:
Armado na configuração de alerta no solo, o previsto é ter capacidade de interceptar um alvo que estará a 150 milhas náuticas da base (máximo desempenho, menor tempo).
Abraço,
Justin
Obrigado, Prezado Justin Case.
150 milhas náuticas tá bem dentro do que imaginei, afinal o consumo de combustível nesse envelope de voo deve ser bem elevado e a autonomia, logicamente, diminue bastante.
Abraços
Ivanildo, Lembrando que, conforme o Justin Case colocou, trata-se de uma busca do máximo desempenho para o menor tempo de interceptação, e não para uma maior distância. Se a prioridade no caso for a maior distância, grosso modo diminui-se o desempenho para aumentar o raio de interceptação – à custa de maior tempo para o alvo. Para um país como a França (do tamanho do Estado da Bahia, mais ou menos) e com inúmeros alvos militares e civis perto de suas fronteiras, é preciso antes de mais nada privilegiar o tempo de interceptação do intruso, que deve ser o mínimo… Read more »
Prezado Nunão,
Agora você extrapolou positivamente. Tudo o que eu queria saber sobre o tempo de um vôo supersônico de caça desses você explicou, com sobras. Perguntei do Rafale porque é o caça da post, mas gostaria de ter uma ideia sobre os Mirages também e você acertou na mosca. beleza. Obrigado.
Abraços
Ivanildo, Só deixo claro que passei valores bem arredondados, e que tudo isso tem grandes variações, conforme a quantidade de armamento carregado, tanques externos, o perfil da missão (por exemplo, o tempo de detecção do intruso, a altitude e velocidade em que ele se aproxima), sem falar em coisas que muita gente não leva em conta: condições climáticas, altitude da pista da base, umidade do ar, calor, frio, vento, neve, areia, maresia, estação do ano… Pode parecer piada, mas tudo isso implica em grandes variações nesses dados pra lá de básicos que coloquei. Se você tem paciência (e tempo) para… Read more »
Amigos,
Sigam o exemplo do Nunão.
Para obter resultados consistentes, o mais importante é por_no_gráfico!
Abraços,
Justin
Mas, desculpem. Eu errei no número do desempenho do Rafale:
Os valores que foram apresentados em uma LAAD:
* 6 x MICA RF / IR – no external tanks
* Ready to taxi 1 min after SCRAMBLE
* 3 min from brake release to M 1.4 / 40 kft
* Pursuit time at M 1.4 / 40 kft : 16.5 min
* Radius of Action : 250 NM
Abraços,
Justin
Justin, Obrigado por compartilhar esses dados revistos. Podemos comparar com os números iniciais do Mirage III para ver a evolução de 40 anos dos caças / interceptadores. Pelo que entendi, com menos de cinco minutos além dos 15 que em média um Mirage III levava para conseguir uma velocidade final de Mach 1.4, com um par de mísseis e um par de tanques supersônicos externos, para interceptar um intruso a cerca de 120 milhas náuticas e 40.000 pés (aprox 215km e 12.200m), sobrando combustível suficiente para depois voltar à base, o Rafale (com motores mais eficientes e melhor fração de… Read more »
Gostaria de aproveitar o embalo e perguntar ao colega Justin Case, três curiosidades sobre o Mirage IIIE: 1- Qual a velocidade máxima permitida com os tanques supersônicos de 500 (600?) litros? 2- Diz-se que o Mirage, assim como a maioria dos caças da década de 50, não era muito fácil de pilotar. Mas no caso do Mirage, onde está o perigo? São as altas velocidades de decolagem pouso? Como é o estol dele, é manso, é rápido, vibra antes de estolar, baixa uma asa antes da outra? À altos ângulos de ataque, ele pode apagar o motor ao usar o… Read more »
Prezado Nunão,
Obrigado mais uma vez. Gostei do cuidado que você teve de alertar para as n variáveis que afetam um voo desses como o do post. Caramba, até a estação do ano influi.
É que quando vejo falar em voo supersônico, lembro bem do nosso F-5 durante o Conflito das Falklands/Malvinas que, sobre a cidade do Rio de Janeiro, assustou com o barulho e danificou algumas janelas, quando da interceptação do Vulcan da RAF. Na ocasião eu estava no AMRJ.
Saudações
“ivanildotavares em 06/05/2014 as 16:03 Caramba, até a estação do ano influi.” Foi mais um exagero de retórica de minha parte. Mas tem um pé na realidade. Em Anápolis, por exemplo, com clima variando relativamente pouco ao longo do ano, não deveria influir muito no desempenho de decolagem do caça. Já na França, com 4 estações bem definidas e com eventuais dias de verão bem quentes e dias de inverno bem frios, há sim diferenças de desempenho no tempo de decolagem e de início da subida. “… lembro bem do nosso F-5 durante o Conflito das Falklands/Malvinas que, sobre a… Read more »
Clésio Luiz disse: 6 de maio de 2014 at 15:34 # Gostaria de aproveitar o embalo e perguntar ao colega Justin Case, três curiosidades sobre o Mirage IIIE: 1- Qual a velocidade máxima permitida com os tanques supersônicos de 500 (600?) litros? R1: 500 litros, ilimitada, ou melhor, igual à do avião liso. 2- Diz-se que o Mirage, assim como a maioria dos caças da década de 50, não era muito fácil de pilotar. Mas no caso do Mirage, onde está o perigo? R2: naquilo que era diferente dos outros aviões, principalmente nas altas velocidades de decolagem, tráfego e pouso.… Read more »
Não posso responder pois não sou Jaguar. Só Honorário. Sou Guardião. Justin é quem sabe tudo.
Oops,
À lista de tanques citada pelo Clésio, utilizados pelo Mirage III BR, esqueci de acrescentar o tanque de 343 USG (1300 litros). Embora não fosse tão aerodinâmico, também era supersônico (limitado a Mach 1.4, se não me engano). Era o único que podia ser utilizado tanto subalar como em posição ventral. Podia ser ejetado ou ter seu combustível alijado .
Abraços,
Justin
Acredito que o Justin se recorde, mas os Jaguares chamavam o tanque de 832 litros, carinhosamente, de ¨judeu¨.
Justin, muito obrigado pelas respostas detalhadas. me tirou algumas dúvidas, como o volume do tanque supersônico “fininho” (500L e não 600, como tinha lido por aí) e os modelos usados na FAB.
Só fiquei na dúvida sobre o tanque de 220 gal, tem alguma foto dele online? Seria esse no pilone central dessa foto:
http://www.aereo.jor.br/wp-content/uploads//2012/05/F-103E-4924-taxiando-na-BASC-e-F-103E-4931-e-4927-alinhados-provavelmente-no-Dia-da-Avia%C3%A7%C3%A3o-de-Ca%C3%A7a-de-2003-foto-Nun%C3%A3o-Poder-A%C3%A9reo.jpg
Clésio,
Falando em tanques externos, deixei uma tentativa de resposta a uma pergunta que vc fez sobre os tanques do Typhoon, aqui:
http://www.aereo.jor.br/2014/05/02/auditores-revelam-que-custo-global-dos-typhoons-alemaes-sera-o-dobro-do-planejado/
Como a matéria já virou a página, achei melhor te avisar.
Saudações!
Clésio,
É esse mesmo. Tem duas células, dianteira e traseira, abastecidas separadamente. Se for conveniente, abastece-se apenas uma. A célula traseira transfere combustível para a dianteira e, de lá, para os tanques de fuselagem. Isso mantém o CG dianteiro durante o consumo parcial, impedindo que o CG varie demasiadamente ao se alterar a atitude de arfagem da aeronave. Era um tanque bem leve e, portanto, mais frágil que os tanques franceses.
Abraço,
Justin
Roberto, claro que você pode comentar, informação nunca é demais para quem tem sede dela 🙂
Aproveitando a sua deixa, qual é mesmo o nome dos tanques que possuíam um lança foguetes na frente? E aquele tanque porta bombas que eu vi nos Mirage III sulafricanos modernizados, que transportavam apenas 2 bombas na parte de baixo, você sabe o nome deles?
http://vayu-sena.tripod.com/pix/cheetah_c_03.jpg
E só de curiosidade: os tanques de 1300 litros dos nossos Mirage são os mesmos que o Kfir transporta?
Prezado Nunão, Quando o F-5 da FAB rompeu a barreira do som logo após decolar da Base Aérea de Santa Cruz, sobre a cidade do Rio de Janeiro, como falei, eu estava trabalhando no AMRJ, eu já havia dado baixa do Serviço Ativo da Marinha, trabalhava como civil fazendo reparos nos navios da MB e lembro que só ouvi um barulho anormal, não vi nenhum avião, não pensei nada e não fiquei preocupado. Quando cheguei em casa, à noite, ao assistir o JN e ver a notícia da interceptação com a informação do voo supersônico é que associei ao que… Read more »
Então foi só uma “trovoadazinha” à toa, rsrsrsrs
Abraço!