Fogo amigo: USN pretende disparar mísseis contra seus caças para treinar pilotos e testar sistemas

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MANPAD stinger

A Marinha dos EUA está considerando uma nova maneira de proteger seus pilotos de caça: disparando mísseis superfície-ar portáteis lançados do ombro (MANPADS) contra eles para treiná-los em ações evasivas e testar sistemas de alerta de mísseis (MAWS).

Os mísseis disparados do ombro nas mãos de terroristas, criminosos e combatentes inimigos representam um problema mundial. Os insurgentes no Iraque durante a guerra postaram vídeos no YouTube que mostram a capacidade mortal dessas armas contra helicópteros militares dos EUA.

A Marinha divulgou suas intenções no início deste mês através de um discreto RFI (request for information). O pedido questiona as empresas de defesa se elas ​​podem construir um míssil de treino sem carga bélica que reproduza o comportamento de um MANPAD.

“O míssil de treino terá um corpo como os demais MANPADS com um motor foguete que replica a assinatura ultravioleta e infravermelha típica de MANPADS durante o seu lançamento e voo, incluindo as fases de lançamento, booster e voo sustentado”, informa o RFI do Naval Surface Warfare Center.

O míssil de teste deve demostrar as mesmas características espectrais, espaciais e temporais de um míssil real que se pretende replicar”, disse a Marinha. “A única exceção é a faixa de cinemática do míssil teste, que deve ser tal que o míssil pode ser disparado de forma segura dentro de dois a três quilômetros de uma aeronave tripulada e não atingir a aeronave”.

A Marinha quer o seu míssil teste seja recuperável para poder reutilizá-lo.

“Isso seria um grande dispositivo de treinamento para pilotos táticos se eles tiverem a certeza de que vai parar bem longe antes de atingi-los”, disse o colaborador daFox News, Lea Gabrielle, um graduado da Academia Naval e ex-piloto de caça que viu a ação no Iraque e no Afeganistão. “Saber que um míssil está se dirigindopara a minha posição, mesmo sendo um treinamento certamente motivaria-me a tomar uma ação evasiva. Não há nada melhor do que treinar com a mesma imagem vista de que você veria em combate”.

Joe Robinson, presidente e engenheiro-chefe de projetos de míssil de uma empresa em Huntsville, Alabama, inventou um míssil teste e está ajudando o Exército desenvolver um protótipo.

“Vai levar milhares de disparos de testes antes que alguém possa se ​​sentir confortável atirando contra um avião”, disse o engenheiro.

dano provocado por um MANPAD em um apache

Ele disse que sistema de alerta de mísseis das aeronaves do exército é tão sofisticado que simular um míssil tipo MANPADS não funciona.

“A forma como o sistema é projetado só pode ser devidamente testado com mísseis reais”, disse ele.

Qualquer coisa que não seja um míssil real não é um teste eficaz”, acrescentou. “Fizemos tudo em termos de equipamentos baseados em superfície. Não é bom o suficiente. ”

Documentos do Army’s Research, Development and Engineering Command indicaram que o custo para disparar um míssil teste é de US $ 10.000 e se for utilizada uma fuselagem de mísseis reutilizável ele sobe para US $ 100.000.

FONTE: FoxNews (tradução e adaptação do Poder Aéreo a partir do original em inglês)

FOTOS: reprodução

NOTA DO EDITOR: esta NÃO é uma brincadeira de 1º de abril.

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joseboscojr

Motores foguetes sólidos de mísseis e os flares emitem fortemente na faixa UV, além da IR e visual. Esse é um dos motivos que alguns mísseis sup-ar guiados por IR operam também na faixa UV. O motor do caça não emite nessa faixa, mas o flare sim. O míssil que “vê” na faixa UV descarta o flare e vai de encontro à aeronave. O “nosso” Gripen E por exemplo, tem um MAWS sensível ao UV, o que possibilita uma baixa taxa de alarmes falsos, mais comum de ocorrer nos sistemas que detectam a faixa IR, que podem se sensibilizar com… Read more »

Guizmo

Mestre Bosco, fiquei com uma dúvida na reportagem:

O que significa essa “faixa cinemática” de 2/3 km de distância? Qual a eficácia de um teste desses com míssil lançado de ombro….o alvo estará longe do envelope de engajamento?

Obrigado e Abs

joseboscojr

Guizmo, Foi o que entendi também. A coisa tá ainda meio confusa!! Muito provavelmente esse “míssil” não deverá ter um sistema de orientação, simulando só a assinatura de lançamento e de “voo propulsado”, sendo lançado na direção geral do alvo de modo sincronizado, só pra testar os sistemas de alerta. No caso de ter uma cabeça de busca, a simulação seria mais efetiva, já que o “míssil” iria trancar no alvo e implementar uma trajetória proporcional semelhante ao míssil verdadeiro, em direção ao “alvo”, e aí poderia-se testar os sistemas, tanto de alerta, quanto de contra-medidas, já que seria possível… Read more »

Guizmo

Entendi, muito obrigado!
Um abraço
Guizmo