USAF defende aposentadoria do A-10 no Capitólio
JON HEMMERDINGER, Washington DC
A batalha sobre o futuro da frota de jatos Fairchild Republic A-10 da Força Aérea os EUA (USAF) mudou-se para o Congresso dos EUA, com os legisladores questionando o plano do serviço para aposentar sua frota de aproximadamente 320 aeronaves.
Durante uma audiência do Comitê de Serviços Armados no Capitólio em 14 de março, a secretária da USAF Deborah Lee James e o chefe de gabinete Gen Mark Welsh responderam a perguntas sobre a capacidade do serviço para conduzir missões de apoio aéreo aproximado sem o A-10.
A aeronave está no bloco de cortes da USAF, tendo sido identificada como alvo para a aposentadoria em sua recém-lançada proposta de orçamento do ano fiscal de 2015. O Congresso deve ainda aprovar a proposta, no entanto – um processo que levará meses para ser concluído.
O democrata Ron Barber, cujo distrito inclui a base aérea Davis-Monthan no Arizona , onde os A-10 são operados, está entre aqueles que vêem problemas com a perspectiva da aposentadoria dos A-10. Ele pergunta se a USAF pode fornecer apoio aéreo aproximado a 100 metros das tropas, quando o teto de nuvens é de menos de 1.500 pés (457 m) sem o A-10.
“Isto é o que o A-10 faz de melhor”, diz Barber. “Há elementos críticos da missão de apoio aéreo aproximado que os caças multifunção simplesmente não podem executar como o A-10.”
“Eu acho que as que provavelmente devem ser questionadas sobre o A-10 são as forças terrestres que têm suas vidas salvas pelos A-10”, diz o presidente da comissão, o republicano Buck McKeon da Califórnia.
Embora admitindo a eficácia do A-10 no apoio aéreo aproximado, James Welsh defendeu o plano.
“O que eu aprendi ao longo do tempo é que, embora o A-10 faça o apoio aéreo soberbamente, outra aeronave pode fazê-lo bem”, diz James, observando que 80% do apoio aéreo no Afeganistão foi fornecido por outros tipos de aeronave.
“A missão seria coberta” por caças como o Lockheed Martin F-16, embora os pilotos possam precisar de treinamento adicional, diz James.
“Cortar a frota A-10 foi a opção de menor risco”, diz Welsh. “É a decisão certa a partir de uma perspectiva militar”, diz ele, acrescentando que o serviço vai economizar 3,7 bilhões de dólares americanos ao longo de cinco anos, com a aposentadoria do avião. “Apoio aéreo aproximado não é um avião, é uma missão”, diz ele.
Além de desativar os A-10, a USAF propõe aposentar sua frota de Lockheed U-2, avião de reconhecimento de alta altitude, usando no seu lugar o Northrop Grumman Global Hawk exclusivamente para a missão.
“Ter ambas as frotas seria ótimo, mas não é acessível”, diz James. “Quando você adiciona esses dois [programas de aeronaves] juntos, estamos acima das exigências validadas para o reconhecimento de alta altitude.”
O Pentágono foi forçado a fazer os cortes, devido a pressões do orçamento em curso postas em movimento pela Lei de Controle de Orçamento de 2011, assinada pelo presidente Barack Obama. Essa lei cortou US$ 487 bilhões do orçamento do Departamento de Defesa em 10 anos. Ele também desencadeou cortes de gastos adicionais, conhecidos como seqüestro (sequestration), que decorrerá até 2021.
FONTE: Flightglobal.com / Tradução e adaptação do Poder Aéreo
NOTA DO PODER AÉREO: Vejam como são as coisas, nos EUA os militares pedem para cortar uma aeronave do serviço operacional e os políticos lutam para manter a aeronave em operação! No Brasil é o contrário, os militares pedem mais recursos e os políticos cortam. E o mais interessante, os políticos de lá conhecem o assunto e usam argumentos técnicos para defender seu ponto de vista. Quando chegaremos a esse nível?
SAIBA MAIS:
Respondendo a nota do Poder Aéreo:
Creio que mais uns 100 anos. Impressionante o alto nível que chegou esta nação, onde políticos realmente entendem do que falam e o debate é inteligência, com menor teor de viés político envolvido.
Quanto ao A-10, guardarei com carinho meus livros dos anos 80 que falam à respeito do Javali……
Só um detalhe. Se as tensões na Criméia escalarem, o A-10 vai fazer muita falta.
Poderiam vender alguns pra nós!
Nem precisa usar….só dizer que tem e botar medo na vizinhança…hehe
Até eu que sou a favor do F-35 fazendo CAS a média e grande altitude tenho que admitir que no cenário descrito pelo parlamentar americano o A-10 é soberbo.
Isso não quer dizer que outro caça não possa fazê-lo, como bem disse o militar.
Uma pena que tudo que é bom chegue a seu termo. Mas a guerra mudou, e a doutrina mudou. Não há mais espaço e orçamento para tanta dedicação.
Humm… muita calma nessa hora… Não vamos esquecer que nos EUA o lobby é legalizado. Assim sendo os congressistas (mais ou menos equivalentes a nossos deputados federais) defendem os interesses de suas regiões/estados e são (fortemente) apoiados pelas empresas/grupos econômicos locais. E esses grupos podem (e fazem muito bem) lobby. Os congressistas citados foram “instruídos” para fazerem perguntas de alto nível pelos grupos lobistas, podem ter certeza. Eles somente “conhecem” os assuntos que foram preparados para defender. Da mesma forma, deve haver um grupo que também está preparado para argumentar contra, defendendo a aposentadoria dos A-10. O que há ai… Read more »
Se aqui os fabricantes de armas (quase não temos isso) financiasem campanhas dos políticos, as coisas seriam cá como lá.
Cada povo tem o político que merece. Aqui políticos são eleitos doando aterro, geladeira, celular, fogão, conta de luz, pneu, etc.
@Mauricio Silva Perfeito seu comentário. Já vi muito político de lá falar besteira, não é todo o tempo que se vê comentários inteligentes vindos de políticos de lá. Já vi um congressista americano admitir em frente a uma câmera que votou em leis que nem leu nem sabia para que era. Ele arrogantemente disse que não leu porque “não tinha tempo de ler” e que tempo limitado para votar em tudo que estava na pauta… E podem apostar que as se a industria de armas brasileira tivesse metade do poder de lobby da americana, os políticos daqui falariam igualzinho. O… Read more »
Outra eronave que pode dar esse apoio as tropas? Ora, ora, o Super Tucano,kkkkk abre o olho EMBRAER!
“Ora, ora, o Super Tucano,kkkkk abre o olho EMBRAER!”
Sei não, um ac que não sobrevive em espaço aéreo contestado???
Os prognósticos, bastante especulativos por sinal, apontam p/ o Scorpion ou p/ treinador Boeing/Saab.
a embraer podia projetar um caca tipo o a-10 mais avancado para substituir os super tucanos.