Novos sensores do Gripen E poderão detectar alvos com tecnologia ‘stealth’
Bill Sweetman
Novos sensores que estão sendo desenvolvidos para o caça JAS 39E e estão próximos de iniciar os testes de voo no demonstrador 39-7, serão capazes de detectar alvos com baixa seção reta-radar (RCS), e irão fornecer aos pilotos em uma formação de Gripen um novo nível de consciência situacional, de acordo com Bob Mason, diretor de marketing da Selex-ES para sensores avançados.
O JAS 39E terá três sensores Selex-ES. O radar Raven ES-05 de varredura eletrônica ativa (AESA), desenvolvido pela unidade de Edimburgo da empresa, que será o primeiro radar AESA de produção a ser montado em um “reposicionador”, uma base de rotação que dá ao radar ± 100 graus de campo de visão em torno do nariz. O sistema de busca por infravermelho (IRST) Skyward-G (de Nebbiano, Itália) é baseado na experiência com o IRST Pirate do Eurofighter Typhoon e sistemas IRST baseados no mar e terra desenvolvidos pela Selex. O caça também tem um novo sistema de identificação (IFF) amigo ou inimigo com três arranjos de antenas orientáveis eletronicamente, que coincide com o alcance do radar e campo de visão.
Os três sensores principais irão sinalizar um ao outro automaticamente para exibir aos pilotos uma imagem fundida do espaço aéreo ao redor do caça, que também vai ser fundida com o novo sistema de guerra eletrônica do JAS. Finalmente, os dados do sensor poderão ser compartilhados entre Gripens em um voo via link de dados.
O IRST é capaz de detectar alvos de baixa RCS em distâncias compatíveis com o lançamento de um míssil além do alcance visual (BVR – beyond-visual-range), diz Mason. “Nós os vimos”, responde quando perguntado se o IRST da Selex seguiu alvos de baixa RCS. “Nós conseguimos ver minúsculos delta-Ts [diferenças de temperatura entre o alvo e o fundo]. Algumas tintas absorventes de infravermelho causam mais atrito do que as superfícies padrão, o que provoca aquecimento cinético que o IRST vai pegar.” O Skyward-G não depende de um alvo supersônico “quando o aquecimento da superfície em 300-400 nós é significativo” e detecta calor irradiado através da superfície do avião a partir do motor, assim como no atrito na superfície e no escape.
O IRST usa um sensor de matriz de plano focal de onda longa (um sistema dual-band, adicionando capacidade de onda média, é uma atualização potencial), com três campos de visão. No seu modo de busca de longo alcance, o sistema é um telescópio de infravermelho com um espelho de varredura em movimento rápido (localizado em uma cúpula transparente na frente do cockpit) e “step-scans” para busca por setor. Ele também tem um modo de rastreio de um único alvo, e no modo de campo amplo que fornece uma imagem de visão noturna no head-up display (HUD). Como um sistema passivo, o IRST não tem dados inerentes de alcance, mas ele pode executar “telemetria cinética”, quando a aeronave movimenta o nariz para cima e para baixo e a distância é determinada pela mudança no ângulo de azimute do alvo ou os IRST de duas aeronaves podem triangular o alvo usando o TAU-Link.
O Hardware do IRST, óptica, detector e processador foram melhorados desde o começo do desenvolvimento do Pirate, mas (de acordo com Mason e outras fontes da indústria), a mudança mais importante foi o desenvolvimento de algoritmos, com base na experiência operacional e análise de imagens mundo real, que olham para as assinaturas IR em detalhes, incluindo variações de cor e brilho dentro do alvo, a fim de filtrar os falsos alarmes causados por tudo, desde aves a churrasqueiras.
O IRST pode indicar ao radar da aeronave um azimute e elevação muito precisa ao alvo, o que lhe permite concentrar a sua energia e aumentar a probabilidade de alcançar a detecção e acompanhar um alvo de baixa RCS, diz Mason. O AESA fornece um direcionamento de feixe praticamente instantâneo dentro de seus ± 70 graus de varredura, mas o reposicionador é mais lento. Um conceito a ser demonstrado será a utilização de dois radares do Gripen e o TAU-Link para fornecer uma imagem grande angular para ambos os alvos.
O novo IFF é projetado para fornecer uma cobertura de baixa latência sobre o campo de vista inteiro do radar e ao seu alcance máximo, e é independente do radar. Essa abordagem foi escolhida para fornecer a melhor informação possível sobre os alvos cooperativos (como amistosos e tráfego comercial), permitindo que o IRST e radar possam se concentrar em aeronaves potencialmente hostis.
A Selex-ES vai entregar agora o que ela chama de sensores “C-model” à Saab, para instalação na aeronave demo e nas três aeronaves JAS 39E de desenvolvimento. Estas unidades são construídas com as normas de produção, diz Mason, mas não foram submetidas a todos os testes necessários para a qualificação completa. A instalação do IRST “C-model” para voar no Demonstrador é iminente, o radar está sendo entregue para Linkoping e o IFF vai chegar mais tarde neste ano.
Comparativo entre o pacote de aviônica do F-35 e do Gripen NG (clique na imagem abaixo para ampliar)
Vídeo sobre tecnologia dos radares AESA da Selex para Gripen e Typhoon
FONTE: Aviation Week & Space Technology / Tradução e adaptação do Poder Aéreo
SAIBA MAIS:
Se tudo der certo esse caça vai ficar du car…
Lord Vader saudaçoes, realmente vai calar a boca de muito candanguinho por estas bandas viu !
O bichin só esta evoluindo, até parece que a Saab só esperava o Brasil apostar no projeto pra mostrar o resto das maravilhas que o Gripen terá e ou poderá fazer .
Sds.
Imagina os sensores do Typhoon, hehehe. Por isso ele detectou e travou um stealth famoso por aí…
“Como um sistema passivo, o IRST não tem dados inerentes de alcance, mas ele pode executar “telemetria cinética”, quando a aeronave movimenta o nariz para cima e para baixo e a distância é determinada pela mudança no ângulo de azimute do alvo ou os IRST de duas aeronaves podem triangular o alvo usando o TAU-Link.”
Interessante. O IRST do Gripão T-50 Killer poderá dispensar os sensores ativos para engajar os cones. D+
Vader,
-Alho!!!
De fato a adoção do Selex Galileo + IRST será um divisor de águas na doutrina de combate aéreo da FAB. Me atrevo a dizer que será a maior revolução da FAB desde a chegada do avião a jato.
Teremos um vetor a altura dos nossos melhores caçadores.
Somados aos reabastecedores KC390 e ao R99, teremos uma capacidade insuperável de defesa aérea na América do Sul.
O que mais me intriga no projeto NG é se haverá alguma mudança no design da célula com o objetivo de diminuir o RCS da aeronave.
O desenvolvimento do Skyward-G parece estar no caminho certo.
Sem dúvida IRST será equipamento fundamental dos caças daqui em diante porque é uma excelente ferramenta para detectar alvos com baixo RCS e também porque é um equipamento passivo.
Não é a toa que o Tio Sam está equipando todos os seus caças com IRST e diante de tantos cortes, este programa parece escapar ileso.
O conjunto Skyward-G + IFF “dedicado” do Gripen deverá ficar pouca coisa atrás do DAS do F-35; em termos práticos, será igual, exceto no que toca ao alcance.
A real diferença entre os dois ficará por conta da furtividade.
Os suecos mostrando que o Gripen E nada ficará devendo, e de certa até mesmo tendo vantagens em relação à consciência situacional comparado aos outros caças. E mesmo para o mais avançado projeto americano, só perderá no quesito furtividade.
O ideal seria a partir do fim do desenvolvimento da versão BR, iniciar estudos para uma versão totalmente furtiva, semelhante ao projeto FS2020.
Por enquanto sonho…. mas quem sabe…..
[]’s
Vader, O F-35, além de ter o radar AESA, o DAS e o EOTS, tem basicamente o mesmo sistema ELINT empregado pelo F-22 (com a diferença que o Raptor tem 30 antenas no ALR-94 e o F-35 tem menos). O sistema é denominado Barracuda. Juntando o DAS e o “Barracuda” o nível de consciência situacional do F-35 está bem a frente da concorrência. rsrsrsss O F-35 também deverá futuramente ser a primeira aeronave de alto desempenho a usar um conjunto de lasers para contra-medida de mísseis guiados por IR, IIR e laser. O sistema é denominado “ThNDR”. Operando em conjunto… Read more »
Boscão, estava me referindo apenas a IRST, rsrs. O amigo veio com todo o “caminhão” de avanços do F-35, rsrs… Aí não tem como comparar mesmo, hehehe.
No mais, são aeronaves de geração diferentes. Mas dentro da 4a geração, pra quem não pode ou não quer um 5g, o Gripen é a melhor escolha.
Abraço.
Bom, eu creio que, por melhor que seja o IRIS-T do Gripen, no quebra-pau com o F-35 ele ainda será detectado muito antes de detectar o Stealth.
Rafael, se o F-35 ligar seu radar, ele será detectado pelo RWR dos outros. E sem o radar, ele terá de usar o IRST também.
Senhores, quem quiser saber mais sobre o futuro caça da FAB, leiam o que diz o Brig. Crepaldi na última edição da Revista Força Aérea: e podem continuar a chorar, viúvas do Rafale e o Super Hornet… Rsrsrsrs
Alexandre Galante
20 de março de 2014 at 12:09
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Poderíamos então afirmar que na arena IR, ser Stealth não é muito relevante, certo?
O que significa que teríamos no caso que contar muito mais com um apoio externo (AWACS). Mas aí o stealth vai levar vantagem de novo, pois um AWACS o detectará à uma distância muito inferior do que seria contra uma aeronave convencional, enquanto que uma aeronave Stealth que conte com o mesmo apoio terá ciência da presença de um oponente bem antes.
E quem vê primeiro, primeiro atira.
A vantagem do F-35 é que ele conta com um sistema IRST omnidirecional, enquanto o IRST do NG faz busca no setor dianteiro apenas. Já em relação à varredura do radar, o NG leva vantagem já que o seu AESA cobre um ângulo de 200º, enquanto o F-35 cobre 120 º. Nesse quesito em particular imagino que o radar do F-35 tem uma maior ganho em relação ao alcance, mas perde em relação à área de varredura. Vale salientar que o maior angulo de varredura faz diferença em relação a permitir que o NG possa acompanhar um ataque BVR usando… Read more »
Prezado Bosco, Não sou especialista portanto estou aqui apenas para aprender. Só fiquei curioso em relação à assinatura RCS do Gripen ser de “pelo menos 1m2”. Tenho visto em vários sites relatos que o Gripen NG teria uma assinatura bastante reduzida por ter dimensões menores em comparação a outros caças, e ser monomotor, o que reduziria o calor gerado bem como o ruído (claro que existem uma série de outros fatores como design, material, etc…). Neste site li o seguinte: http://defesasaereas.blogspot.com.br/2010/01/saab-gripen-ng-o-temivel-grifo-sueco-o.html “O Gripen NG teve como foco a redução da assinatura de radar RCS, que na versão A era de… Read more »
Partindo da informação do ângulo de varredura do AESA do F-35 então pode-se desenvolver táticas para neutralizá-lo. Um ou dois G-NG poderiam atuar de isca enquanto outros quatro voariam abertos utilizando os dados recebidos do RWR das duas “iscas”, e atacariam pelos flancos a formação de F-35, ligando os radares apenas quando o IRST indicasse que os F-35 estivessem dentro do envelope dos mísseis. Para aumentar a probabilidade de êxito, dos quatro G-NG atacantes, apenas um ou dois ligariam o radar, enquanto os outros poderiam atacar com mísseis IR e usar os mísseis de radar ativo usando as informações da… Read more »
Rafa, Eu não sou piloto mas acho que um caça pode usar de algum expediente para aumentar a área de cobertura de seu radar ou de se IRST. Ao meu ver bastaria que mudasse ligeiramente o curso (voando em S) de modo intermitente que o ângulo de varredura seria incrementado. Por isso é que eu acho que o diferencial do Raven diz respeito a ele permitir ao caça implementar uma trajetória que tangencia o alvo (manobra F-Pole) mais efetiva que um caça com radar com limitado ângulo de varredura, após lançar um míssil BVR, mantendo o alvo dentro do angulo… Read more »
Amigos, Já comentei aqui antes, mas como não está escrito nas propagandas, pouca gente acredita. Um radar que está varrendo com um feixe eletrônico perde muito de sua capacidade à medida que esse ângulo aumenta em relação ao eixo físico da antena. Como regra prática, pode-se imaginar que o alcance passa a ser proporcional à projeção da área da antena, na direção do alvo. Se um feixe eletrônico está defasado 30º, é fácil imaginar a área projetada da antena com esse ângulo. Um “swashplate” de 30ª faz com que, no eixo da aeronave, o feixe esteja sempre deslocado eletronicamente em… Read more »
Esse painel comparando o NG ao F-35 é um completo disparate. Todas as vantagens do radar do NG dizem respeito ao seu maior ângulo de varredura. Até aí tudo bem. Já em relação ao sistema eletroóptico, comparam o EOTS isoladamente ao conjunto IRST/LDP. Ora pessoal, o LDP é um casulo externo e só por isso já deveria estar de fora da avaliação, mas esqueçamos isso e vamos em frente. Para que fosse justa a comparação teria que ser o conjunto EOTS/DAS em relação à dupla IRST/LDP. Feito isso o F-35 levaria clara vantagem. Depois, no quesito “guerra eletrônica”, novamente as… Read more »
Que pena que ele não tem maior alcance que o do su-30
Roberto,
Já te enviei algumas mensagens. Pode mandar para aqueles endereços.
Também tem na página que está no perfil.
Abraço,
Justin
Caros só um parenteses. O Rafael M.F. deve ter se equivocado quando digitou IRIS-T (acredito que queria dizer IRST). O IRIS-T não é um sensor, e sim o melhor míssil IR do mundo. Acredito que só se pode comparar a “orquinha” f-35 com um avião de combate, se e quando ela um dia for um. Se ela levantasse vôo hoje, para combater um Gripen C, não poderia alcançar velocidade do som, não poderia sair do raio de 200km, não teria capacidade de lançar mísseis, e sabe-se lá se o canhão funciona. Se chovesse ou nevasse, cairia sozinho como uma mosca.… Read more »
‘Wishful thinking’.
Caro Bosco,
O que aconteceria se a SAAB desenvolver um EWP que possivelmente faria o RCS do Gripen E/F ficar semelhante à algo em torno de 0,10 m² em condições de combate?
E mais um IRST que pudesse alcançar distâncias BVR em torno de 100km?
E mais 2 A-Darter + 2 Meteor?
Igualaria as chances??? 🙂
[]’s
Nick, Como o Rafa mencionou acima é muito simplista comparar caças isoladamente já que eles treinam e operam em grupo, ainda mais hoje, com o recurso do datalink e da fusão de dados; mais simplista ainda é comparar sistemas isolados dos diversos caças. Por exemplo: comparar os radares ou comparar todo o conjunto de sensores ofensivos de um em relação a outro. Como você propôs, se for feita uma comparação individual, o mais acertado é comparar o conjunto, onde cada sistema é colocado no seu contexto apropriado. O combate que se dá entre caças é mais evidente na relação que… Read more »
Caro Bosco,
Realmente são muitas variáveis. 🙂
Na realidade, eu só tentei imaginar um cenário onde o Gripen E/F pudesse equilibrar(ou ter) suas chances contra um caça puro 5ªG como um F-35.
A ver: O desempenho real do IRST do futuro Gripen E + o desenvolvimento de um casulo furtivo para manter um RCS discreto mesmo em condições de combate.
Acredito que isso daria ao Gripen E/F condições (aliado à outras variáveis) de ter alguma chance contra um F-35.
[]’s
pq este radar aesa tem parte movel?