Novos sensores do Gripen E poderão detectar alvos com tecnologia ‘stealth’

29

Radar AESA Selex Raven ES-05 e sobre ele o IRST Skyward-G

Raven ES-05

Bill Sweetman

Novos sensores que estão sendo desenvolvidos para o caça JAS 39E e estão próximos de iniciar os testes de voo no demonstrador 39-7, serão capazes de detectar alvos com baixa seção reta-radar (RCS), e irão fornecer aos pilotos em uma formação de Gripen um novo nível de consciência situacional, de acordo com Bob Mason, diretor de marketing da Selex-ES para sensores avançados.

O JAS 39E terá três sensores Selex-ES. O radar Raven ES-05 de varredura eletrônica ativa (AESA), desenvolvido pela unidade de Edimburgo da empresa, que será o primeiro radar AESA de produção a ser montado em um “reposicionador”, uma base de rotação que dá ao radar  ± 100 graus de campo de visão em torno do nariz. O sistema de busca por infravermelho (IRST) Skyward-G (de Nebbiano, Itália) é baseado na experiência com o IRST Pirate do Eurofighter Typhoon e sistemas IRST baseados no mar e terra desenvolvidos pela Selex. O caça também tem um novo sistema de identificação (IFF) amigo ou inimigo com três arranjos de antenas orientáveis ​​eletronicamente, que coincide com o alcance do radar e campo de visão.

Os três sensores principais irão sinalizar um ao outro automaticamente para exibir aos pilotos uma imagem fundida do espaço aéreo ao redor do caça, que também vai ser fundida com o novo sistema de guerra eletrônica do JAS. Finalmente, os dados do sensor poderão ser compartilhados entre Gripens em um voo via link de dados.

Skyward-G

O IRST é capaz de detectar alvos de baixa RCS em distâncias compatíveis com o lançamento de um míssil além do alcance visual (BVR – beyond-visual-range), diz Mason. “Nós os vimos”, responde quando perguntado se o IRST da Selex seguiu alvos de baixa RCS. “Nós conseguimos ver minúsculos delta-Ts [diferenças de temperatura entre o alvo e o fundo]. Algumas tintas absorventes de infravermelho causam mais atrito do que as superfícies padrão, o que provoca aquecimento cinético que o IRST vai pegar.” O Skyward-G não depende de um alvo supersônico “quando o aquecimento da superfície em 300-400 nós é significativo” e detecta calor irradiado através da superfície do avião a partir do motor, assim como no atrito na superfície e no escape.

O IRST usa um sensor de matriz de plano focal de onda longa (um sistema dual-band, adicionando capacidade de onda média, é uma atualização potencial), com três campos de visão. No seu modo de busca de longo alcance, o sistema é um telescópio de infravermelho com um espelho de varredura em movimento rápido (localizado em uma cúpula transparente na frente do cockpit) e “step-scans” para busca por setor. Ele também tem um modo de rastreio de um único alvo, e no modo de campo amplo que fornece uma imagem de visão noturna no head-up display (HUD). Como um sistema passivo, o IRST não tem dados inerentes de alcance, mas ele pode executar “telemetria cinética”, quando a aeronave movimenta o nariz para cima e para baixo e a distância é determinada pela mudança no ângulo de azimute do alvo ou os IRST de duas aeronaves podem triangular o alvo usando o TAU-Link.

O Hardware do IRST, óptica, detector e processador foram melhorados desde o começo do desenvolvimento do Pirate, mas (de acordo com Mason e outras fontes da indústria), a mudança mais importante foi o desenvolvimento de algoritmos, com base na experiência operacional e análise de imagens mundo real, que olham para as assinaturas IR em detalhes, incluindo variações de cor e brilho dentro do alvo, a fim de filtrar os falsos alarmes causados ​​por tudo, desde aves a churrasqueiras.

O IRST pode indicar ao radar da aeronave um azimute e elevação muito precisa ao alvo, o que lhe permite concentrar a sua energia e aumentar a probabilidade de alcançar a detecção e acompanhar um alvo de baixa RCS, diz Mason. O AESA fornece um direcionamento de feixe praticamente instantâneo dentro de seus ± 70 graus de varredura, mas o reposicionador é mais lento. Um conceito a ser demonstrado será a utilização de dois radares do Gripen e o TAU-Link para fornecer uma imagem grande angular para ambos os alvos.

Gripen com Raven ES-05 AESA - foto SAAB

O novo IFF é projetado para fornecer uma cobertura de baixa latência sobre o campo de vista inteiro do radar e ao seu alcance máximo, e é independente do radar. Essa abordagem foi escolhida para fornecer a melhor informação possível sobre os alvos cooperativos (como amistosos e tráfego comercial), permitindo que o IRST e radar possam se concentrar em aeronaves potencialmente hostis.

A Selex-ES vai entregar agora o que ela chama de sensores “C-model” à Saab, para instalação na aeronave demo e nas três aeronaves JAS 39E de desenvolvimento. Estas unidades são construídas com as normas de produção, diz Mason, mas não foram submetidas a todos os testes necessários para a qualificação completa. A instalação do IRST “C-model” para voar no Demonstrador é iminente, o radar está sendo entregue para Linkoping e o IFF vai chegar mais tarde neste ano.

Comparativo entre o pacote de aviônica do F-35 e do Gripen NG (clique na imagem abaixo para ampliar)

3nvo

Vídeo sobre tecnologia dos radares AESA da Selex para Gripen e Typhoon

FONTE: Aviation Week & Space Technology / Tradução e adaptação do Poder Aéreo

SAIBA MAIS:

Subscribe
Notify of
guest

29 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments