USN deve incluir Growler extras na lista de ‘prioridades sem fundo’

15

EA-18G Growler do Esquadrão de Ataque Eletrônico VAQ 141 no CVN 77 - foto USN

Documento ainda deve ser apresentado ao Congresso, mas autoridades do Pentágono não veem atitude com bons olhos.

No lado operacional, Marinha quer elevar o número de EA-18G por esquadrão embarcado em função da maior demanda para aeronave de guerra eletrônica

A Marinha dos EUA (USN) pretende acrescentar 22 jatos de ataque eletrônico produzidos pela Boeing em uma lista de prioridades “sem fundos” para o Congresso, mas o documento ainda deve ser vetado por altas autoridades do Pentágono, que revelaram o comprometimento deles com o caça F-35 produzido pela Lockheed Martin, informaram fontes próximas do assunto à Reuters.

O secretário de Defesa Chuck Hagel disse às Forças Armadas dos EUA, através de um memorando na quinta-feira (6/3), que eles poderiam responder ao pedido do Comitê das Forças Armadas do Congresso, mas disse que as listas deveriam ser coordenadas com o seu escritório e com o do general Martin Dempsey, chefe de conselho do Estado Maior Conjunto, segundo uma fonte oficial.

O militar e muitas outras fontes falaram na quarta e na quinta-feira na condição de anonimato porque as listas de prioridades sem fundos não foram formalmente apresentadas ao Congresso.

Em função da redução dos orçamentos que está deixando as Forças Armadas com inumeráveis necessidades não atendiadas, Hagel não pretende seguir o exemplo do ex-secretário de Defesa, Robert Gates, que tentou bloquear as listas para o Capitol Hill, disse a fonte.

“Este é um momento diferente. Nós tivemos que fazer escolhas difíceis, e os orçamentos estão caindo. Parte do que queremos fazer é demonstrar ao Congresso que os nossos militares tem necessidades que não são cumpridas pelo ‘sequestration’”, disse a fonte.

Ao mesmo tempo, as prioridades do departamento foram claramente definidas no seu plano de orçamento de 2015, separando os US $26,4 bilhões do “fundo de crescimento” criado pela Casa Branca, disse a fonte.

E essas prioridades, disseram outras duas fontes, não incluem mais Boeing F/A-18 Super Hornet ou EA-18G Growler, que terá a produção encerrada em 2016, a menos que mais pedidos surjam rapidamente.

A Marinha não busca financiamento para estes aviões no seu orçamento ou, na sua parte do fundo de “crescimento” separado. Mas ela planeja acrescentar 22 Growlers à sua lista de prioridades “sem fundos”, disseram quatro fontes familiarizadas com o assunto.

Um porta-voz da Marinha não quis comentar o assunto, dizendo apenas que a USN ainda estava finalizando a sua lista de prioridades sem fundos.

O documento também inclui oito aviões de vigilância P-8A construídos pela Boeing por US $ 1,1 bilhão, e restaura o financiamento para a operação continuada do porta-aviões USS George Washington e sua Ala Aérea Embarcada, disse uma fonte familiarizada com a lista Marinha.

O documento coloca o custo dos aviões extras em US $ 2,14 bilhões e informa que a Marinha quer expandir o número de Growler nos esquadrões embarcados de cinco para sete, oferecendo mais capacidades de ataque eletrônico para a força conjunta, disse a fonte.

O documento também faz referência a estudos em curso pela Marinha e pelo Departamento de Defesa que apontava para ameaças crescentes.

Uma segunda fonte disse que o pedido da Marinha para mais Growler era susceptível de encontrar resistência por parte das altas autoridades de defesa, dadas as demandas conflitantes de recursos, um forte compromisso com o F-35, que inclui um modelo embarcado para a USN, e uma mudança geral que elimina aeronaves com propósitos únicos.

“Não há nenhuma exigência validada”, disse a fonte.

A USN informou que altas autoridades de defesa dos EUA têm dito repetidamente que não têm planos para estender a linha de produção do F/A-18 e EA-18G da Boeing em St. Louis, que deverá fechar por volta de 2016.

A porta-voz da Boeing, Karen Fincutter, instou o Congresso a adicionar o financiamento para os Growlers para manter a linha de produção em atividade.

“O Super Hornet e o Growler representam a espinha dorsal da aviação naval da USN hoje e continuarão a ser até pelo menos 2040. Se não forem adicionados mais fundos para estender a produção das aeronaves, capacidades industriais únicas serão perdidas e os EUA serão um país dependente de um único fabricante de aeronaves táticas para os próximos anos“, disse ela.

O Congresso já acrescentou US $ 75 milhões em financiamento para aquisição antecipada de 22 jatos EA-18G para o orçamento fiscal da Marinha de 2014, mas esses recursos ainda não foram liberados.

Assessores do Congresso dizem que os congressistas precisam de provas do interesse da Marinha em Growlers extras para justificar a adição de recursos para o orçamento fiscal de 2015, mas advertem que encontrar US $ 2 bilhões para mais 22 jatos EA-18G significaria cortes em outros lugares.

“Isso significa que você tem que puxar o tapete de outra pessoa”, disse um assessor, que não estava autorizado a falar publicamente.

A Boeing afirmou que pode diminuir a produção dos jatos para cerca de dois aviões por mês sem um grande impacto nos preços. Foi dito também que isso poderia esticar a produção para até meados de 2017, se a Marinha concordar com uma taxa de entrega mais lenta de jatos já encomendados.

Isso significa que o Congresso poderia financiar cerca de metade dos 22 Growlers e ainda permitir que a linha de produção se mantenha até 2017, disse uma fonte familiarizada com o assunto.

O presidente do Comitê das Forças Armadas no Congresso, Buck McKeon, pediu no mês passado aos comandantes das Forças Armadas e à Guarda Nacional para apresentar uma lista de programas que não foram incluídos no orçamento. Ele deixou a porta aberta para uma série de programas, pedindo aqueles necessários para atender a uma exigência “validada” ou outra prioridade militar, bem como para itens cujos requisitos surgiram depois que o orçamento foi elaborado.

As fontes disseram que o Corpo de Fuzileiros Navais também espera pedir por mais seis caças F-35, como parte de sua lista de prioridades sem fundos. Seriam um F-35B, que pode pousar como um helicóptero, e cinco F-35 para emprego em porta-aviões, para substituir seis jatos Harrier destruídos no Afeganistão.
FONTE: Reuters (tradução e edição do Poder Aéreo a partir do original em inglês)

VEJA TAMBÉM:

Subscribe
Notify of
guest

15 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments