AESA para bombardeiros?
A Força Aérea dos EUA (USAF) está analisando melhorias nos radares dos seus bombardeiros B-1 e B-52 com o propósito de dotá-los de uma capacidade ampliada de vigilância marítima e designação de alvos na superfície em apoio à Marinha.
Em 18 de fevereiro, o setor de caças e bombardeiros do Air Force Life Cycle Management Center, bem como o Laboratório de Pesquisas da Força Aérea em Wright-Patterson, solicitaram às indústrias “informações e recomendações sobre soluções de tecnologia para a atualização do sistemas de radar da frota de bombardeiros existente”, segundo um aviso publicado no Oportunidades de Negócios Federais (Federal Business Opportunities).
O aviso afirma que a Força Aérea está particularmente interessada em tecnologia de radar de varredura eletrônica ativa (AESA) para seus bombardeiros.
“Especificamente, o setor de caças e bombardeiros considera melhorias nos radares da frota de B-1 e/ou B-52 e está interessado em tecnologia de radar AESA”, afirma o aviso. Um requisito fundamental, de acordo com a solicitação, é a capacidade de detecção de alvos marítimos.
Embora o B-52, capaz de lançar o míssil anti-navio Harpoon, há muito tempo tenha capacidade de guerra anti-superfície, a solicitação de informações por oficiais da Força Aérea poderia sinalizar um interesse renovado em missões marítimas – e não tem as características de conceito de batalha aeronaval, que apela para a Marinha e a Força Aérea para explorarem formas de apoio mútuo.
“Eu acho que isso é um sinal de que a Força Aérea está levando a sério este tipo de missão”, disse Mark Gunzinger, membro sênior do Centro de Avaliações Estratégicas e Orçamentárias. “Mas nunca foi uma prioridade para a Força Aérea e eu acho que agora estamos começando a vê-lo tornar-se uma prioridade maior do que era no passado”. Gunzinger, ex-funcionário do Pentágono, também é um ex-piloto de B-52.
Gunzinger disse a somatória de um radar AESA com as capacidades inerentes de um bombardeiro proporcionaria uma capacidade anti-superfície poderosa.
“Você associa o longo alcance e a capacidade de permanecer no ar dos bombardeiros com capacidade de transportar uma grande quantidade de mísseis anti-navio, LRASM [Longo Alcance Anti -Ship Missile] no futuro, com um conjunto de sensores que podem ampliar a área do vigilância marítima e assim terá uma capacidade muito poderosa”, disse ele. Construído pela Lockheed Martin, o LRASM é um míssil standoff (do tipo “dispare e esqueça”) de alcance estendido que está sendo desenvolvido como um projeto de demonstração pelo Escritório de Pesquisa Naval e a DRAPA (Defense Advanced Research Projects Agency).
Enquanto o B-1 e B-52 ainda não possuem radares AESA, a tecnologia tem se proliferado amplamente, beneficiando a frota de aeronaves táticas, forças terrestres, aeronaves alerta aéreo antecipado e as forças de defesa aérea terrestres. Tais radares apontam um “feixe” através da “emissão de ondas de rádio separadas interferindo construtivamente em determinados ângulos”, segundo o comunicado.
A Northrop Grumman e a Raytheon são fornecedores centrais de radares AESA para os militares dos EUA.
“Northrop Grumman produziu milhares de radares aerotransportados para o Departamento de Defesa dos EUA e vários clientes internacionais ao longo dos anos e é líder da indústria de projetos, desenvolvimentos, integração e experiência de radares de varredura eletrônica ativa (AESA)” disse Gina Piellusch, um porta-voz da Northrop Grumman. “Nós também somos o fabricante do radar do B-1B original e temos uma longa história positiva com esta plataforma. Estamos atualmente avaliando a solicitação USAF para tecnologia AESA de radar para o B- 1B e B- 52″.
Um porta-voz da Raytheon não ofereceu comentários sobre a solicitação para a imprensa no tempo necessário.
Entre os requisitos técnicos, os radares AESA para os dois bombardeiros devem incluir um campo de 120 graus de visão e uma capacidade marítima. Outros critérios importantes incluem ” alta confiabilidade ” e “acessibilidade “, de acordo com a solicitação.
FONTE: Inside Defense (tradução e edição do Poder Aéreo a partir do original em inglês)
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Mestre Bosco, s o c o r r o ! Preciso de sua opinião, nem sei por onde começar.
Carlos, Em princípio não vejo uma grande correlação entre AESA e ataque naval. Só se for em relação ao alcance que num AESA parece ser sensivelmente maior. Se for possível um bombardeiro detectar e identificar navios de uns 400 km a grande altitude (acima de 10.000 metros) eles poderiam lançar salvas de mísseis (LRASM ?) e se manterem fora do alcance dos mísseis de defesa de área. Mas sinceramente essa notícia é meio desconcertante, já que pelo menos o B-1B tem um poderoso radar PESA, que em teoria se presta muito bem à função. Já o B-52 sem dúvida se… Read more »
E querem que os B52 voem mais quantos anos?
De fato, é uma máquina fantástica ….
Vai até 2040.
A varredura passiva e a varredura ativa são ambas eletronicas, e, apesar do senso que a última é melhor que a primeira, e mais avançada, é uma desinformação. Existem casos que a varredura passiva é mais indicada pois emite menos sinais captáveis à mísseis anti-radiação.
Em capacidade ar-ar no geral o radar AESA é melhor. Mas dependendo da arquitetura do radar, até um mecânico pode ser melhor, ou alguém acha que um ELTA 2032/2052 AESA é melhor que um Captor-M?
joseboscojr
20 de fevereiro de 2014 at 20:10 #
Verdade Bosco , é isso mesmo.
Serão mais ou menos 90 anos em atividade, um recorde.
Buff forever!!!
SDS.
Olá Bosco.
“Mas sinceramente essa notícia é meio desconcertante, já que pelo menos o B-1B tem um poderoso radar PESA, que em teoria se presta muito bem à função.”
Provavelmente é uma atualização de tecnologia. Pode ser que os radares do Lancer já não tenham peças de reposição facilmente disponíveis no mercado, o que justificaria uma atualização.
SDS.
Estimado Bosco
Obrigado e retribuo o abraço em dobro.