Tejas poderá equipar 14 esquadrões da Força Aérea Indiana, com cerca de 300 caças

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Somando a variante naval, total de caças Tejas para a Índia poderá chegar a 344 aeronaves, a um custo unitário de 33,5 milhões de dólares – porém, o programa enfrenta atrasos, assim como o do caça indo-russo de quinta geração

Segundo reportagem do jornal indiano Business Standart, está crescendo o papel reservado para o caça leve projetado, desenvolvido e produzido pela Índia, o Tejas LCA (Light Combat Aircraft), na defesa do espaço aéreo do país. Em 20 de dezembro, quando o Tejas foi liberado para o serviço operacional na Força Aérea Indiana (IAF), o ministro da Defesa A K Antony declarou que cerca de 200 caças do tipo deveriam entrar em serviço. Hoje, esse número subiu para cerca de 300, com o governo indicando que a IAF terá pelo menos 14 esquadrões de Tejas.

Cada esquadrão de combate da IAF é dotado com 21 caças, sendo dezesseis monopostos para a linha de frente, dois bipostos para treinamento e três aviões reserva para cobrir baixas em caso de guerra. Numa conta simples, 14 esquadrões com 21 aviões cada representam 294 jatos Tejas. Até o momento, porém, a IAF só se comprometeu com seis esquadrões de Tejas, dois deles com o atual Tejas Mark I e quatro com um modelo aprimorado, o Tejas Mark II. Além da Força Aérea, a Marinha Indiana planeja adquirir 40 a 50 Tejas navalizados para operação em seus futuros porta-aviões.

AEROINDIA

As pretensões de equipar 14 esquadrões com o Tejas estão subentendidas num pronunciamento escrito na última segunda-feira, pelo substituto interino do ministro da Defesa,  Jitendra Singh. O texto diz que “as aeronaves MiG-21 e MiG-27 da IAF já foram modernizadas e atualmente equipam 14 esquadrões de combate. Esses aviões, porém, estão planejados para desativação nos próximos anos e serão substituídos pelo LCA.”

Desde que o programa começou em 1985, cerca de Rs 7,000 crore já foram gastos no Tejas Mark I, que obteve sua certificação inicial de operação em dezembro passado, permitindo que pilotos regulares da IAF o voassem. A certificação operacional final é esperada para o final deste ano, quando também se espera que o programa tenha consumido Rs 7,965 crore. Um valor adicional de Rs 2,432 crore foi alocado para o Tejas Mark II, o que leva o custo total de desenvolvimento da variante da Força Aérea para Rs 10,397 crore. Separadamente, Rs 3,650 crore foram sancionados para o Tejas Naval, cujo desenvolvimento está em curso, levando a um investimento total de Rs 14,047 no programa do Tejas, incluindo versões de treinamento e operacionais para a IAF e a Marinha.

Atualmente, a Hindustan Aeronautics Ltd (HAL, estatal indiana de aviação) fabrica o Tejas a um custo unitário de Rs 162 crore. Com a amortização do custo total de desenvolvimento dividido por um total esperado de 344 caças (294 para a IAF e 50 para a Marinha), o valor unitário do Tejas chega a  Rs 209 crore, ou 33,5 milhões de dólares.

Tejas LSP-7 - foto via Livefist

Como comparação, os caças Mirage 2000 da frota indiana, comprados na década de 1980, estão atualmente sendo modernizados a um custo de 45 milhões de dólares por avião. Pilotos da IAF que fizeram voos de teste com o Tejas Mark I acharam a aeronave superior em qualidade ao Mirage 2000.

O Sukhoi-30MKI tem custo unitário superior a 400 crore (US$65 milhões), enquanto o Rafale, que atualmente é negociado com a francesa Dassault, tem custo estimado entre Rs 750 e 850 crore (US$120-140 milhões) por caça.

Pushpindar Singh, historiador e especialista em aviação, opinou que a encomenda de mais Tejas poderia baixar o custo ainda mais, tornando o caça extremamente atrativo para forças aéreas pelo mundo que estão substituindo cerca de 3.500 caças MiG-21 e Mirage-III, além de modelos mais antigos do F-16 e do F-5, conforme estes atingem o fim de suas vidas operacionais: “Com essas forças aéreas enfrentando severas pressões orçamentárias, o Tejas tem apenas um rival no mercado, o JF-17 Thunder, que está sendo construído pela China em parceria com o Paquistão. Eles promovem agressivamente o JF-17 nos eventos aéreos globais, ao passo que a Índia tem ignorado completamente o potencial do Tejas”, disse Singh.

Maquete FGFA - foto livefist

Ministro da Defesa da Índia afirmou, contudo, que o programa do Tejas e do caça de quinta geração com a Rússia estão atrasados, assim como do treinador a jato intermediário

 

O site Indolink, com informações da PTI e Lok Sabha, publicou declarações do ministro da Defesa da Índia sobre atrasos com os programas do caça de quinta geração (FGFA) e do caça Tejas, este um esforço nacional indiano, assim como do jato treinador intermediário. O ministro A K Antony afirmou, respondendo a uma questão, que os atrasos da HAL com este último  levaram o governo a estender o uso do treinador  até 2017-18. Sobre os programas do Tejas e do caça indo-russo de quinta geração, Antony respondeu por escrito que “tem havido atrasos com o desenvolvimento nacional do LCA Tejas e com o FGFA.”

Do lado positivo, ele salientou que o LCA atingiu sua certificação de operação inicial (IOC) em 20 de dezembro do ano passado, pavimentando seu caminho para ser introduzido na IAF, e que o programa FGFA teve sua fase de projeto preliminar completada em junho. Segundo fontes do Ministério da Defesa, o projeto tem travado devido a atrasos na decisão sobre a divisão da carga de trabalho, além de questões de preço.

Sobre os atrasos com o novo jato treinador intermediário (IJT), o Antony disse que ele “está planejado para substituir o Kiran Mk-I. Devido a revisões seguidas do cronograma para o IOC do jato, e considerando a situação presente do projeto no que se refere à sua introdução na Força Aérea, foi decidido estender o uso do Kiran Mk-I.” O ministro também afirmou que, após o estudo da vida em fadiga do Kiran Mk-I, houve uma recomendação para “extensão da vida técnica total da aeronave. Isso vai ajudar a IAF a utilizar a frota até 2017-18, apesar dos números serem gradualmente reduzidos.” Entre as razões dos atrasos, está a perda de um protótipo, o que levou a grandes mudanças como o total reprojeto do sistema de controle de voo.

FONTES: Business Standard e Indolink (compilação, tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em inglês)

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