Novo caça vai atuar nas Olimpíadas do Rio-2016
Defesa anunciou compra de 36 caças suecos Gripen por US$ 4,5 bilhões
O Brasil começa a negociar nos próximos dias o aluguel de caças suecos Gripen para proteger o espaço aéreo do país enquanto os novos aviões de ataques não chegam – o que só deve ocorrer em 2018.
Segundo o o brigadeiro José Augusto Crepaldi Affonso, gerente do projeto da Aeronáutica que escolheu o novo avião de ataque do país, entre 6 e 12 unidades do Gripen deverão estar aqui em 2016, durante as Olimpíadas.
O Gripen NG, da empresa sueca Saab, foi anunciado na quarta-feira (18) como o novo caça supersônico brasileiro. Mas enquanto o modelo ainda em desenvolvimento não fica pronto, a ideia “tampão” divulgada pelo Ministério da Defesa é uma proposta separada da cessão temporária de aviões, que ainda será negociada.
“Para a Copa do Mundo (em 2014), impossível não é já termos um aqui, teria que ser feito um esforço muito grande. Acho que as a chances são muito pequenas, cerca de 20%. Não vou dizer nula, porque nada é impossível”, disse Crepaldi ao G1. “Para as Olimpíadas, vai ter com certeza. As chances são de 100%”, afirmou ele.
O Ministério da Defesa divulgou na quinta-feira (19) que irá iniciar tratativas com a Saab para o empréstimo dos aviões, que terão como missão preencher a lacuna na defesa após a aposentadoria, no próximo dia 31, do mais potente e veloz caça do país, o Mirage 2000. As unidades, que ficam em Anápolis (GO), estão sucateadas e não possuem mais armamento.
Após 15 anos de indecisão no processo FX-2, o governo irá comprar 36 aviões Gripen ao custo de US$ 4,5 bilhões, mas o contrato só deve ser assinado no fim de 2014 e os aviões só começam a chegar quatro anos depois. Além do Gripen, concorreram no processo o F-18, da norte-americana Boeing, e o Rafale, da francessa Dassault.
“O governo sueco deve fazer esta proposta (de aluguel de caças usados) para o Ministério da Defesa no início do ano, dando um ‘start’ na negociação, perguntando quantos desejamos, com qual configuração. Seria um aluguel ou uma cessão, o Brasil pagaria por isso”, explica o brigadeiro.
Conforme Crepaldi, as três concorrentes do projeto FX-2, que definiu o novo caça do Brasil, apresentaram a previsão de “uma solução interina” enquanto os aviões novos não chegassem.
“Detalhes ainda não existem sobre quantidade e valores (dos caças alugados). É uma oferta passiva de negociação, vai depender dos interesses do governo, da proposta que deve ser feita pelo governo da Suécia. Mas seria entre 6 e 12 aeronaves”, acrescenta.
O aluguel do Gripen no período de transição permitiria, desde já, começar a treinar pilotos e ensinar mecânicos a lidar com o novo avião.
Os grandes eventos preocupam devido à presença de equipes internacionais que podem ser alvo de de terroristas – 18 pessoas, entre elas atletas israelenses, foram mortos durante um ataque nas Olimpíadas de Munique, em 1972.
Fim de novela
A escolha do novo avião, anunciada pela presidente Dilma Rousseff e o ministro da Defesa, Celso Amorim, na quarta-feira, não foi surpresa para o oficial.
“O ministro nos havia dito no início do ano que a decisão da presidente sairia ainda em 2013. Havia uma janela de oportunidades que não podíamos perder”, diz, referindo-se ao fato da Saab ter começado a produzir em julho o caça que o Brasil comprará. Cerca de 30% do modelo já está pronto.
Na época, o diretor da Saab no Brasil, Bengt Janer, disse ao G1 que, se o Brasil decidisse rápido, ainda poderia participar do desenvolvimento, aprendendo junto a construir o modelo.
Outros fatores que interferiram na decisão ter saído ainda em 2013 foram a aposentadoria do Mirage e o vencimento das propostas do FX-2, previstas para março.
O Gripen foi escolhido devido à proposta de transferência de tecnologia: 80% da estrutura será produzida no Brasil pela Embraer. A partir do primeiro lote de 36 aeronaves, a FAB planeja mais dois novos lotes com a mesma quantidade. Em 20 anos, a ideia é contar com 108 caças espalhados em pequenas bases nas fronteiras do país. Cada avião terá vida útil de 30 anos.
“Mais do que a comemoração efusiva (pela definição do novo caça), há um sentimento e uma satisfação de que, enfim, chegou ao fim a novela. O governo sabe que é um projeto importante, não só para a FAB, mas para a indústria nacional”.
Código fonte
A Saab foi a única dentre as concorrentes que permitiu que o Brasil tenha acesso amplo ao código fonte, podendo fabricar e fazer mudanças no modelo no futuro, informou o brigadeiro.
Os militares também preferiram o Gripen devido ao baixo custo de hora de voo (US$ 4,7 mil – a hora do F-18 é de mais de US$ 11 mil) – e das facilidades de manutenção.
Mais curto que os concorrentes, o Gripen pousa fácil em pistas curtas, de até 500 metros, e de diversos terrenos, permitindo, que em um eventual conflito, a FAB use ele em avenidas ou clareiras na Amazônia, por exemplo.
Assim que o contrato para a compra do Gripen for assinado, 8 pilotos serão enviados para a Suécia para começar o treinamento no Gripen. As instruções levam até 10 meses.
FONTE: www.midianews.com.br
Posso estar enganado mas honestamente não acredito que o motivo para ter os Gripens aqui deveria ser a proteção área das Olimpíadas. Um terrorista não teria acesso a aviões de caça e aviões civis poderiam ser controlados e/ou derrubados perfeitamente pelos F5. Aliás é uma das últimas ameaças contra as quais ele ainda é bastante efetivo.
O mesmo aliás se aplica à defesa de Brasília. Urgente mesmo é a retomada de nossa capacidade de dissuasão para evitar aventuras expansionistas de vizinhos irresponsáveis.
Nos dois parágrafos há verdades.
Nos dois parágrafos há controvérsias.
Senhores suas manifestações.
Aliás, até hoje não vi uma participante “baton” neste espaço !
Mayuan, esse discurso de comprar baterias de mísseis antiaéreos para proteção dos locais de grandes eventos, bem como caças para dar cobertura aos locais da Copa e Olimpíada, ou submarino nuclear e P-3AM para proteger o Pré-Sal é só para “adoçar” a boca dos petistas e comunas. A gente (e os militares) sabe para que servem esses equipamentos… 😉
Se houver agilidade, esses aviões podem estar aqui no primeiro trimestre de 2014 com certeza.
Basta o treinamento das equipes de manutenção e pilotos. A Suécia tem interesse em passar esses aviões pra frente. Vender as unidades, pra eles, é muito mais interessante que arrendar. Vindo os aviões e o pessoal sendo treinado, posteriormente, esses mesmos aviões podem ser modernizados para o padrão E/F.
Pois é Nautilus, acho que você está certo mas minha preocupação é a desinformada opinião pública ser levada a pensar nos Gripens e demais equipamentos como mais gastos para os eventos. Pior ainda, como mais gastos supérfluos uma vez que essas pessoas acham que se o país não tem histórico ou perspectiva de guerras então não deveria investir em meios militares. Não conhecem o conceito de dissuasão e sua importância para manter o país justamente sem guerras.Só se importam com cerveja, futebol, samba e sexo, não necessariamente nessa ordem. Só reclamam de algo, portanto, quando alguma dessas coisas é ameaçada.