Mídia da Suíça, país que também selecionou o Gripen, repercute decisão do F-X2 brasileiro
Jornais suíços estão repercutindo a notícia sobre a escolha do do Governo Brasileiro pelo Gripen NG para o programa F-X2 da Força Aérea Brasileira, que visa a compra de 36 cacas. E não é à toa: o Governo Suíço escolheu no final de 2011 a nova geração do Gripen para uma encomenda de 22 unidades, processo que após as negociações governo a governo com a Suécia passou por uma tumultuada fase de aprovação parlamentar e aguarda um referendo popular.
Segundo o jornal Berner Zeitung, de língua alemã, a Suíça vinha há muito se sentindo como o principal parceiro da Suécia no Gripen. Agora, o Brasil também fez sua seleção pela nova geração do caça sueco, com anúncio oficial na quarta-feira, 18 de dezembro. A reportagem mostra surpresa com o fato dos concorrentes Boeing Super Hornet (dos EUA) e Dassault Rafale (da França) terem sido preteridos, informando que, na opinião de especialistas, a oferta da Boeing não foi bem-sucedida devido ao episódio da agência de segurança americana NSA ter espionado a presidente brasileira Dilma Rousseff.
Quanto à derrota do Rafale, jornais de língua francesa como o Le Matin (repercutindo notícia da AFP) também revelaram surpresa, pois a oferta do caça francês era considerada a de melhor transferência de tecnologia, item importante da concorrência brasileira. Porém, fazem referência a uma fonte próxima à Dassault que informou que a oferta do jato francês “era a mais cara dos três”.
Voltando à mídia em língua alemã, o Berner Zeitung fez uma breve análise do impacto da escolha brasileira, opinando que esta deixa o fabricante sueco Saab, pequeno quando comparado aos gigantes internacionais, numa posição mais confortável. A nova geração do Gripen até o momento só tinha gerado acordos de aquisição da Suécia e da Suíça, sendo que nesta última a compra de 22 aeronaves precisará passar por um referendo popular para ser aprovada. O referendo provavelmente ocorrerá em 18 de maio do ano que vem (2014).
FONTES: Berner Zeitung e Le Matin (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em alemão e francês)
IMAGENS: Saab
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Tem repercutido no mundo todo. Já tem um coro no Canadá pedindo Gripen antes do brasil selecionar. Agora esse coro ganhou mais aliados, que acham absurdo pagar U$ 150mi por unidade de f-35 que ninguém sabe ao certo se irá voar.
Agora eu só gostaria de ver as matérias da índia. Porque em muitos blogs falam até que eles podem cancelar a seleção que o rafale saiu vencedor e ordenar Gripens para serem parceiros no desenvolvimento.
Iväny Junior
19 de dezembro de 2013 at 14:24 #
Creio que não é bem assim.
O Gripen fazendo uma conta de padaria com a aquisição brasileira, ficaria em torno de 60/80 milhões de dólares a unidade, e se tratando de 4/ 4.5 geração.
O F35 é da nova geração e está na 100 unidade e em desenvolvimento portanto é natural que seja mais caro, que só vai baratear após mais encomendas e o projeto consolidado.
A aquisição “pode ajudar a “aquecer o mercado” mas, os países envolvidos não vão pensar e decidir pela emoção do momento..
Qual será o poder da decisão brasileira sobre a opinião pública suiça em um plebiscito sobre a compra por parte deles?
Antes Suécia e Suiça eram os únicos parceiros. Agora, ainda que não seja uma mega encomenda, o Brasil ajudará a pagar a conta.
Iväny Junior
19 de dezembro de 2013 at 14:24
Acho difícil a Índia abandonar o Rafale por questões políticas, principalmente. Mas seria uma hecatombe na França e na Dassault se isso ocorresse!
Claro Antonio M
Eu já coloquei vários links dessa discussão de uma grande parte da imprensa especializada do Canadá, bem como, oficiais da força aérea de lá. Não é uma coisa que acontece agora por lá, e sim, desde janeiro de 2013.
André
Querendo ou não, a encomenda brasileira já é maior que a suíça, e, dada a necessidade da força pelo RFP público, mostra que o Gripen NG é uma aeronave capaz e a melhor no custo benefício.
Iväny Junior
19 de dezembro de 2013 at 15:40 #
A discussão existe mas, será mais ou menos como a Holanda que ameaçava nem mais comprar o F35 mas, comprou 7 e dizem já está orçado para comprar mais 30.
abç.
Caro Antonio M
É sobre isso que estou falando. A credibilidade do Gripen que já era boa, aumenta com essa decisão. Só o fato dele ser especulado contra aeronaves de 5ª geração, bem como, junto de aeronaves sucessivamente testadas em combate e reconhecidamente capazes (Typhoon, rafale, f-15, etc.) aumentam a expectativa de encomendas de quem necessita um jato multimissão. Ele ganha credibilidade para nações com perfil de política externa do brasil. Não quis dizer que ele vai tomar o lugar do f-35 no Canadá, aliás, sobre isso eu só acredito que ele vai ficar mesmo na Dinamarca.
Com relação à Holanda, não faço ideia, mas quanto ao Canadá, a discussão sobre a validade de investir recursos no F35 é real, e não é de hoje. Tem envolvido inclusive a rivalidade interna entre francófonos e anglófonos, visto que a população do Quebec\Nouvelle France não se tem mostrado mto simpática à uma aquisiçao caríssima. O que imagino é se a aquisição brasileira, uma vez que parte de da sétima economia do mundo, e apesar do baixo crecimento, em regime de expansão, não é realmente vista como capaz de turbinar o desenvolvimento da NG – inclusive pelas futuras possibilidades de… Read more »
Iväny Junior
19 de dezembro de 2013 at 16:08 #
Só o fato dele ser especulado contra aeronaves de 5ª geração, bem como, junto de aeronaves sucessivamente testadas em combate e reconhecidamente capazes (Typhoon, rafale, f-15, etc.) aumentam a expectativa de encomendas de quem necessita um jato multimissão.
Ivany…
Não querendo desfazer das capacidades do Gripen, mas o seu maior atrativo é o custo. O fato de ele ser especulado como concorrente de aeronaves de 5° geração, e até de aviões de 4° geração, de maior desempenho, é puramente levando em consideração questões econômicas…
Queria chamar a atenção para um detalhe importante sobre o processo de compra dos Gripen pela Suíça: o que o referendo popular vai decidir não é *se* os caças vão ser comprados, mas sim *como* vão ser pagos. A compra em si já está decidida. O que o voto do povo vai decidir é de que rubrica do orçamento será feita a apropriação de fundos para o pagamento do contrato: se de um fundo instituído especialmente para o propósito, ou se retirado de alguma outra rubrica do orçamento, etc. Portanto, a menos de algum terremoto extremamento inesperado na administração deste… Read more »
Elezer, Na verdade, um “não” ao modo de financiamento proposto para o Gripen inviabiliza sim a compra do caça, pois ela está vinculada, conforme decisão do parlamento, à criação do fundo específico que vai viabilizá-la, e que precisa ser aprovado por plebiscito. Se o não vencer, todo o processo parlamentar teria que começar de novo para encontrar outra forma (se é que isso é possível), inviabilizando ou postergando a compra. A compra em si está decidida e negociada, há muito tempo, pelo Executivo, mas há essas condicionantes do Legislativo que, se não passarem no plebiscito, só permitirão uma compra num… Read more »
Que a frota Brasileira do Gripen não deve estacionar nas 36 unidades é bem fácil de prever ainda mais pela avançada idade de nossos F5 e a morte anunciada de nossos A1. Se 72 ou qualquer outro número….
Querendo ou não, o anúncio brasileiro terá implicações no referendum suiço. Talvez melhore a opinião do suiço médio sobre a necessidade de substituir seus F-5E.
[]’s
Caros Já fizemos algumas contas de boteco aqui, bem como, alguns setores da aeronáutica já demonstraram planejamentos para cobertura ideal mínima de 100 caças multimissão, espalhados em mais esquadrões pelo brasil. Some-se a isso mais alguns vetores Sea Gripen, aptos tão quanto os Gripen em superioridade aérea, ou qualquer outro vetor capaz. No meu entender, também seriam necessários mais uns 10 ou 15 R-99 e E-99 e essa frota bem operacional, com boa disponibilidade. Então, teríamos R-99 nos esquadrões fronteiriços, bem como, no espaço marítimo, comunicando-se com o patrulheiro P-3AM Orion e uma força operacional de defesa e reação em… Read more »