Eurofighter: testes de motor do primeiro ‘Tranche 3’ e estágio de desenvolvimento do radar AESA
Nos últimos dias, foram completados os testes de motor do primeiro Eurofighter Typhoon do lote ‘Tranche 3’, ao passo que o desenvolvimento do radar AESA Captor E entrou na fase de integração de sistemas
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Segundo nota do consórcio Eurofighter publicada no último dia 4 de novembro, os testes de motor (Eurojet E200) do primeiro exemplar de caça Typhoon do lote denominado “Tranche 3” foram completados. O Tranche 3 oferece, segundo a nota, diversas provisões que permitirão ao caça ampliar suas capacidades, incluindo no futuro o radar AESA (de varredura eletrônica ativa), tanques conformais e rede de dados de alta velocidade.
Quanto os testes de motor, estes foram feitos em três fases distintas: a primeira, denominada “green screens” cuida para que nenhum objeto estranho esteja na área de testes (uma tela verde é colocada na frente do motor para detê-las – no caso, não houve objeto sugado para a tela); a segunda é de “Installation runs”, com presença do fabricante Rolls Royce, em que cada motor é operado individualmente antes que ambos sejam ligados juntos, quando então são testados até plena potência em pós-combustão; por fim, a etapa “Stage Cs” testa todas as interfaces dos motores com os sistemas da aeronave, como o sistema de controle ambiental (refrigeração para os equipamentos e o piloto), sistema de combustível, de geração de oxigênio, de geração de eletricidade, além do sistema hidráulico.
Os testes de motores foram o último estágio de testes antes do primeiro voo, que deverá ocorrer até o final deste ano.
O radar AESA Captor E, desenvolvido por um consórcio formado por Cassidian, Selex ES e Indra, deverá iniciar sua integração a um Eurofighter de produção no primeiro trimestre do ano que vem
Segundo reportagem da UPI, baseada em informações da Cassidian, o radar AESA CAptor E destinado ao Eurofighter Typhoon está entrando na fase de desenvolvimento relacionada à integração de sistemas. Isso se segue aos testes de integração do subsistema da antena do radar e revisão dos resultados pelos quatro países envolvidos no programa do caça: Grã-Bretanha, Itália, Espanha e Alemanha.
Segundo a Cassidian, os resultados dos testes da antena, de seu reposicionador, fornecimento de energia, e unidade de controle estão de acordo com os dados teóricos do projeto, cumprindo o que foi estabelecido pelas quatro nações parceiras, com desempenho no estado da arte e alto padrão de produção.
Os feixes do radar Captor E são provenientes de “vários milhares de pequenos módulos de transmissão e recepção”, segundo a reportagem, ao invés de um emissor central. O novo sistema de radar está sendo construído por um consórcio formado por Cassidian, Selex ES e Indra.
Ainda segundo a Cassidian, o subsistema da antena do Captor E seguirá para instalações da Selex na Escócia para integração e testes com o receptor e o processador. A integração final do radar com uma aeronave de produção deverá começar no segundo trimestre do ano que vem.
FONTES: Eurofighter (também imagens) e UPI – tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em inglês
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o f-22 não curtiu isso. Hehehe
O TVN pelo jeito ficou só na vontade.
Caro Bosco,
Nunca vi um dos parceiros do consórcio levar a sério o empuxo vetorado. Mas mesmo que assim o fosse, acabaram priorizando outras coisas no desenvolvimento da aeronave.
Daqui a uns 6 ou 7 anos se tudo der certo, esse radar deve estaroperacional. Tudo demora no Eurofighter…
Desenvolvimento em camera lenta mesmo.
[]’s
Nem tudo em uma aeronave é o radar.
Marcelo, entendi a ironia mas acho que, pensando em outros leitores menos familiarizados com o tema, é preciso relativizar bastante o seu prazo “de 6 a 7 anos” e, realisticamente, reduzi-lo para 2. Apesar da relativa lerdeza de vários pontos do desenvolvimento do Typhoon, já que a integração do novo radar a uma aeronave de produção está programada para o ano que vem, é de se esperar que a entrega dos primeiros exemplares a uma unidade operacional seja no ano seguinte. Foi assim com o Rafale, por exemplo, com o primeiro exemplar de produção com AESA integrado em 2012 e… Read more »
O Typhoon tranche 1 já mostrou ser o melhor caça do mundo, segundo um coronel da USAF. Portanto não tem pra que adiantar um cronograma que já está bastante adiantado.
Olha, na verdade eu acho que que nenhum dos membros do consórcio (os políticos, não os Militares) deseja de verdade o Tranche 3. Todo o programa foi usado como propaganda das capacidades industriáis, tecnológicas e de “união” européia diante do mundo, o que ao me ver não tem nada de errado. Mas ai fizeram uma execessiva politização do programa, resultando em altos custos de aquisição e operação, sem falar nas capacidades de missão que já poderiam estar presente a pelo menos 10 anos atráz e que só agora estão sendo integradas. O Tranche 3 nada mais é do que uma… Read more »
“O Tranche 3 nada mais é do que uma necessidade de se obter mais contratos de exportação para se conseguir pagar a conta da politização do programa. Infelizmente.” Oganza, sem tirar o mérito dos fatores que você enunciou, há outros aspectos importantes também: Atualizações são necessárias porque os concorrentes também evoluem. E isso não apenas no sentido comercial, mas também operacional, afinal um caça concorrente pode ser não apenas um inimigo na área comercial, mas também real. Além disso, há uma necessidade de se manter equipes de projetos trabalhando, tanto das empresas que lideram o consórcio, quanto de fornecedores. O… Read more »
Concordo plenamente Nunão… mas ai vem coisa triste para eles: Todas essas evoluções ou melhorias está contaminada pela politização e erros decorrentes da estrutura de projeto e produção estabelecidas para o programa. O Tranche 3 será simplesmente espetacular, mas provavelmente será inviável para 90% dos que o desejam. A solução existe, mas é politicamente inviável. Os problemas do Eurofighter são políticos (internamente e nas raízes do projeto) e que influenciaram no fator econômico. Incrivelmente, os problemas do Rafale são econômicos/industriais que influenciam a políticamente no projeto junto com uma inflexibilidade da Dassult. Europeus rsrsrs. Certo estão os suélicos que vem… Read more »