Dassault e BAE propõem UCAV para substituir Rafale e Typhoon por volta de 2030
Proposta para desenvolver demonstrador conjunto, submetida à França e à Grã-Bretanha, leva em conta saída de serviço de Rafale e Typhoon na década de 2030 – empresas já desenvolvem demonstradores de tecnologias de drones de combate Neuron e Taranis, e nova proposta prevê avaliar questões operacionais
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Segundo reportagem publicada pelo site Defense News na quarta-feira, 14 de novembro, a britânica BAE Systems e a francesa Dassault Aviation submeteram aos governos da Grã-Bretanha e França propostas para desenvolvimento conjunto de um demonstrador de veículo aéreo não tripulado de combate (unmanned combat aerial vehicle – UCAV). A informação foi dada pelo Ministério da Defesa do Reino Unido.
As empresas completaram, recentemente, um contrato de fase de preparação de 15 meses concedido pelos ministérios da Defesa das duas nações, e agora submeteram detalhes de um plano para amadurecer e demonstrar tecnologias críticas e aspectos operacionais para um futuro sistema de combate. As propostas serão analisadas em reunião marcada para o meio de dezembro, e espera-se um contrato para a próxima fase dos trabalhos em 2014.
Os dois países assinaram um acordo de defesa em 2010, que inclui planos para colaboração em diversos programas de equipamentos, como mísseis, veículos aéreos não tripulados, e outros setores, como o marítimo. Por hora, os planos para desenvolver um UAV de média altitude e longo alcance para missões de vigilância foram postos de lado, e em seu lugar passou-se a focar no desenvolvimento de conhecimento e capacidades para UCAV, em outras palavras, drones armados.
Os documentos trazem a informação de que tanto a Grã-Bretanha quanto a França estão examinando suas opções para sistemas aéreos de combate de nova geração, de olho na década de 2030, época de saída de serviço de seus atuais caças Typhoon e Rafale*. Porém, fonte do Ministério da Defesa Britânico afirmou que ainda é cedo para dar cronogramas específicos para o futuro sistema aéreo de combate.
França e Grã-Bretanha já vêm testando em voo demonstradores de tecnologia de veículos aéreos não tripulados. A diferença é que a nova proposta prevê a construção de uma aeronave conjunta para avaliar questões operacionais. Enquanto os britânicos desenvolvem sozinhos o demonstrador Taranis, o programa francês do Neuron é um esforço de colaboração internacional, que inclui a Grécia, Itália, Espanha, Suíça e Suécia.
Segundo a reportagem do Defense News, informações dadas pelo Ministério da Defesa do Reino Unido ao Comitê de Defesa do Parlamento Britânico dão conta de que o Taranis, recentemente, voou pela primeira vez e que o programa de testes está em andamento. Porém, um porta-voz do ministério não quis dar mais detalhes sobre o assunto. Neste ano, fontes da indústria disseram que os testes de voo do Taranis, que pesa 8 toneladas, seriam realizados no remoto campo de testes de Woomera, na Austrália.
Já o Neuron, cujo primeiro voo foi amplamente divulgado e reiniciou seus testes de voo após aparecer no Paris Air Show, em junho, deverá cumprir cerca de 85 voos no centro de testes de Istres, no Sul da França, até o terceiro trimestre de 2014. As informações são da Dassault. Em seguida, o demonstrador deverá passar por testes pré-operacionais na área de testes de Vidsel, na Suécia, antes de ser mandado para o campo de testes de Perdadesfogu, na Itália, para avaliações de disparo de armas e de furtividade.
FONTE: Defense News (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
IMAGENS: Dassault e BAE Systems
*NOTA DO EDITOR: provavelmente a referência é ao início do processo de saída de serviço dos caças, cujas entradas em operação nas forças aéreas dos dois países ocorreram há cerca de dez anos (2003 / 2005 na RAF e 2006 no Armée de l’air), levando-se em conta que há entregas previstas de caças novos de fábrica pelo menos até o final desta década.
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Olhando a 1ª imagem da materia, fico imaginando uma nova missão pra caças tipo F-18 Growler: “Controlador aéreo avançado” de esquadrilhas de UCAVs.
Alguém sabe como está o desenvolvimento dessa finalidade? Não lembro de ler notícias recentes sobre isso.
Creio que o futuro da aviação de combate numa força aérea será justamente esse, aviões não tripulados.
Na minha cabeça eu imagino um país com uma força composta de UCAV’s de pequeno porte e grande porte (estratégicos), além de aviões tripulados leves, algo como a FAB em 2050 ter uns 40 veículos desses e mais uns 100 tripulados leves, algum neto do Super Tucano.
Tiagobap, Embora não sejam recentes (são de abril do ano passado), os links abaixo pode ajudar a vislumbrar esse futuro: http://www.aereo.jor.br/2012/04/23/simuladores-poder-aereo-voa-super-hornet-na-ponta-dos-dedos-parte-1/ http://www.aereo.jor.br/2012/04/24/simuladores-poder-aereo-voa-super-hornet-na-ponta-dos-dedos-parte-2/ No segundo link, há o seguinte trecho de minha conversa com um engenheiro da Boeing: “Encostando o dedo na indicação de um VANT (veículo aéreo não tripulado) à esquerda do caça, passei a ver a representação da área do campo de batalha que o mesmo cobria com seus sensores (veja foto abaixo). Ao mesmo tempo, numa “subtela” no canto superior direito do vídeo, pude ver a mesma imagem captada pelo VANT. Segundo John, no caso de um Super… Read more »
“algo como a FAB em 2050 ter uns 40 veículos desses e mais uns 100 tripulados leves, algum neto do Super Tucano.”
Gosto do seu otimismo, mas do jeito que vao as coisas no Brasil o que teremos em 2050 sera so uma duzia de F-16 usados ate os ossos mesmo.
Pois é João.Filho, é bem capaz mesmo……
Na verdade, se for pensar bem, caso a FAB se decida por um dos concorrentes ao FX em 2015 (otimista novamente), vai terminar de receber as aeronaves lá por 2025.
Se a FAB tá usando até do avesso os F-5, imagina o que não fará com um caça de 4a geração…..é, esquece meu comentário anterior, rsrsrs
Nunão, obrigado pela resposta. Acho que era dessa matéria de abril de 2012 que eu “me lembrava vagamente” da associação F-18/UCAV.
Apostar 100% nos não tripulados é arriscado. Os americanos tem suas propostas como caças em duas versão com e sem pilotos, voando juntos inclusive, se necessário.
[]’s
Nunão, Aparentemente temos uma divergência nesta matéria: o título. “Dassault e BAE propõem UCAV para substituir Rafale e Typhoon por volta de 2030.” Achei que as empresas estavam forçando a barra e foi no original linkado para conferir. Neste encontrei algo parecido, mas sutilmente diferente: “The two European nations are examining their options for next-generation combat air systems after the Rafale and Typhoon fighter jets are due to come out of service in the 2030 timeframe, the documents said.” Examinando suas opções é diferente de propor UM substitudo, até mesmo porque a lição americana está aí para quem quiser. O… Read more »
Amigos, concordo com o Ivan. O título fala em substituir Rafale e Typhoon por volta de 2030. Mas esse “substituir” não é um evento com data marcada. Pelo contrário, é um longo processo. Caças tripulados e caças pilotados remotamente vão conviver por longo tempo. Caças/mísseis completamente autônomos, com capacidade de decisão, ainda não estão planejados. Existirá é claro uma data de entrada em produção dos UCAV e uma data para encerramento da produção dos tais caças tripulados. Quando vai ser isso? E por quanto tempo vão conviver operacionalmente na mesma força aérea? Ninguém vai descartar Rafale e Typhoon em 2030,… Read more »
Ivan e Justin, Vocês leram a nota do editor? Ela indica que concordo com a maioria dos pontos levantados por vocês. Além disso, em nenhum momento o título (sintético), adaptado pelo Poder Aéreo, fala de UM substituto para os caças, mas simplesmente em que, dentro do contexto de oferecerem UCAV conjunto, as empresas estão propondo substituir os caças por volta de 2030 – só que 2030, obviamente, refere-se ao período inicial de saída de serviço de exemplares mais antigos de seus novos caças, como diz a nota ao final. Títulos são sintéticos, e muitas vezes buscamos um ponto específico do… Read more »