45 anos do primeiro voo do ‘Bandeirante’
O projeto do Bandeirante EMB 110 iniciou antes mesmo da criação da Embraer, quando em 1965, o Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (IPD) – órgão do Centro Técnico Aeroespacial (CTA) – relançou um antigo projeto de aeronave, chamada então de IPD-6504 (por ser o quarto modelo projetado no ano de 1965), sob as especificações de um pedido do Ministério da Aeronáutica. Em 25 de junho de 1965, o desenvolvimento do projeto foi autorizado pelo governo de Castelo Branco.
O Coronel Paulo Victor, então diretor do CTA, foi quem deu o novo nome à aeronave IPD-6504: “Bandeirante”. Havia uma carga simbólica na expressão, que remetia à idéia dos bandeirantes como pioneiros construtores da integração nacional.
Entre projetar e fabricar o protótipo de um avião levava-se aproximadamente cinco anos e muitos recursos, considerando-se a conjuntura econômica restritiva e a política que o Brasil vivia em meados da década de 1960. Apesar disso, o primeiro protótipo do Bandeirante foi construído em três anos e quatro meses após a aprovação de seu projeto. Em 22 de outubro de 1968 foi realizado o seu primeiro voo de teste.
Em 19 de agosto de 1969 foi criada a Embraer, destinada inicialmente à fabricação seriada do avião Bandeirante, designado então como EMB 100. Em 02 de janeiro de 1970, a Embraer começou a funcionar, e pôde assumir a produção da aeronave. Apesar do bom desempenho do avião, algumas modificações foram propostas, e sua versão final, chamada de EMB 110 Bandeirante, era maior – com 12 lugares na versão militar – e possuía alguns avanços técnicos em relação aos primeiros protótipos. Com os ajustes necessários, a fabricação seriada iniciou em 1971.
Em 1977, a Embraer apresentou uma nova versão da aeronave, o EMB 111, conhecido no Brasil como “Bandeirulha”, versão adaptada do Bandeirante para desenvolver missões de esclarecimento marítimo, busca e salvamento. Foi projetado para suprir uma necessidade da Força Aérea Brasileira (FAB), que procurava substituir os antigos Neptune P-15.
A primeira entrega desta versão foi para a Marinha do Chile, em 1977. A FAB recebeu suas unidades em 11 de abril de 1978, na Base Aérea de Salvador. No mesmo ano, foi apresentado publicamente durante a Farnoborough Aerospace Show, uma das mais importantes feiras expositivas de aviação do mundo, realizada na Inglaterra.
A versão possui calibragem de auxílios à navegação, com capacidade para até cinco passageiros – dois pilotos, um operador de radar e dois observadores. Equipado com dois motores turboélice Pratt & Whitney PT6A-34, de 750 SHP, pode atingir a velocidade de cruzeiro de 385 km/h. Seu tanque de combustível tem maior capacidade do que o Bandeirante convencional, e por isso, possui maior autonomia de voo.
O nariz do Bandeirante foi modificado, coberto pelo radome de fibra de vidro que protege a antena de seu radar AN/APS – 128, para vigilância costeira, busca, salvamento, navegação, e apoio na elaboração de carta meteorológica. O radar é capaz de detectar um alvo de 150 m² a cerca de 100 quilômetros de distância, mesmo em mares agitados. Estas características foram essenciais para uma das primeiras missões do Bandeirulha na FAB: descobrir barcos pesqueiros clandestinos nas linhas de cardume da costa norte do Brasil. Para as buscas noturnas, o Bandeirulha possui ainda um potente farol na asa direita.
Na época de seu lançamento, o grande diferencial eram os equipamentos eletrônicos, que possibilitavam assumir o comando automático, além de outras vantagens que nenhum outro avião similar de sua categoria possuía.
FONTE: Embraer
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O Bandeirante foi mto importante, mas e o Neis/Corsini NC-1???
Aeronave a turbina, mas rústica, otimizada p/ operação em pistas curtas e não preparadas, 30 pax.
um “Brasília” antecipado em mais de 1/4 de século antes do original.
Em tempo: Enciclopédia de Aviões Brasileiros, pag. 314