Russos tentam, em vão, voltar à briga dos caças
Ministro russo Shoygu quebra protocolo e oferece 36 aeronaves Sukhoi-35 ao Brasil
Edla Lula
O ministro da Defesa da Rússia, Sergey Shoygu, aproveitou a visita, ontem, ao Brasil, para propor, novamente, a venda de caças russos para o país. A pauta oficial do encontro foi a negociação para aquisição dos sistemas de defesa antiaérea russos, mas diante da iminente desativação dos atuais Mirage 2000, sem que haja uma definição quanto ao programa F-X2, para aquisição de novos caças, o russo ofereceu ao ministro da Defesa Celso Amorim a venda de 36 aeronaves Sukhoi-35.
“Disse (a Shoygu) que com relação aos aviões de 4- geração existe um processo em andamento, que nós esperamos que seja finalizado em breve”, afirmou Amorim, em referência à licitação do programa F-X2, que aguarda decisão final da presidenta Dilma Rousseff sobre a fabricante a ser escolhida.
Mas o ministro da Defesa não fechou as portas para futuras negociações com a Rússia, preterida no F-X2. “Estamos interessados, sim, em discutir projetos que digam respeito a uma quinta geração de aviões com parceiros novos”, disse Amorim. No pacote apresentado por Shoygu constavam também os Pakfa/T-50, quinta geração de aviões militares, que o governo russo se dispôs a fabricar com transferência de tecnologia para o Brasil.
Por enquanto, certo está que o Brasil enviará no próximo mês uma comissão técnica para assinar o contrato para aquisição das baterias antiaéreas da Rússia, cujo valor está estimado em U$ 1 bilhão. Pelo acordo negociado até agora, o Brasil comprará três baterias de médio alcance, Pantsir-S1, com alcance de até 15 km. Outros dois sistemas são do modelo Igla, portátil, com alcance de até 3,5 km. De acordo com o Ministério da Defesa, o equipamento ficará pronto em 18 meses, contados a partir da assinatura do contrato. Logo, não chegará ao país antes da Copa do Mundo, mas poderá ser utilizado nos Jogos Olímpicos.
A compra dos sistemas antiaéreos começou a ser discutida em dezembro de 2012, quando a presidenta Dilma esteve em visita oficial a Moscou. Em fevereiro deste ano, na visita oficial do primeiro-ministro Medvedev ao Brasil, iniciaram-se as negociações para por em prática a parceria.
O projeto F-X2 e a compra de caças pelo Brasil
A aquisição de equipamentos de quinta geração consta do Plano Nacional de Defesa e do Livro Branco da Defesa, mas o governo encontra dificuldades para emplacar equipamentos da 4- geração, com o programa F-X2.
O projeto vem sendo tratado desde 2001, quando o presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu substituir os Mirage III BR. As negociações foram interrompidas em 2005 e retomadas em 2008, com o lançamento da Estratégia Nacional de Defesa. Naquela ocasião, a Aeronáutica deu parecer favorável a três propostas apresentadas: pela americana Boeing, com o F-18E/F, pela francesa Dassault, com o Rafale F3, e pela sueca Saab, com os Gripen. Os russos, que concorriam com os caças Sukhoi, foram excluídos da concorrência.
Os protestos de junho adiaram a decisão da presidente Dilma sobre os caças, mas o Ministério da Defesa conta com a possibilidade da decisão ser anunciada ainda este ano. “Está nas mãos da presidenta”, disse uma fonte que participou da conversa de ontem.
Especialistas também apostam numa posição ainda em 2013. “As manifestações sociais pesaram fortemente no adiamento da decisão, porque a sociedade não compreende os investimentos em Defesa como algo tão urgente quanto Saúde e Educação”, observa o professor Antônio Jorge Ramalho, especialista em segurança internacional do Instituto de Relações Internacionais da UnB.
Ramalho ressalta, no entanto, que por diversas vezes a presidenta manifestou preocupação com a política de Defesa Nacional. “Dilma já mencionou em várias ocasiões a clareza que tem da necessidade de tomar uma decisão rapidamente”, completa o especialista.
Os Mirage 2000 já começaram a ser desativados e devem ser totalmente aposentados até dezembro. Para que o espaço aéreo não fique totalmente desprotegido, a Embraer Defesa está reformando os caças F-5. “Mas é uma solução emergencial e paliativa. Os F-5 não elimina a urgência da aquisição de novas aeronaves”, salienta Ramalho.
FONTE: Brasil Econômico, via Notimp
Muito ético da parte dos russos !!!!
Sabemos no mundo dos negócios é necessário agressividade mas, pior seria se o governo aceitasse jogando todo o trabalho feito pelo COPAC e empresas que permanessem na tal moribunda concorrência no lixo.
Moribunda pois alegam que ainda não morreu ……
FSP: 17/10/2013 Brasil compra R$ 2 bi em armas da Rússia e agora negocia caça País poderia receber jatos Sukhoi-35 para substituir seus Mirage-2000 e participar da produção do novo modelo T-50. Contrato para aquisição de baterias antiaéreas Pantsir-S1 e lançadores Igla-S, contudo, só deve ser assinado em 2014 Igor Gielow O Brasil aprofundou sua cooperação militar com a Rússia ao fechar a compra de R$ 2 bilhões em baterias antiaéreas e admitiu participar da produção do caça de próxima geração que está sendo desenvolvido por Moscou. Segundo o ministro Celso Amorim (Defesa), nada impede a participação brasileira no projeto… Read more »
Penguim,
Clipping dessa matéria já está no ar, sob um título destacando o que achamos mais importante discutir aqui no Poder Aéreo: “Russos não fizeram ofertas formais do Su-35, mas falaram em leasing”
“Dilma já mencionou em várias ocasiões a clareza que tem da necessidade de tomar uma decisão rapidamente”
Imagina se não tivesse essa clareza…
Proponho adotar um novo mascote para o Brasil:
A lesma!!!!
Ou o caramujo???
rsrs
O Su-35 é uma grande maquina de guerra mais “LEASING” por “LEASING” fico com os Gripen
Os russos deveiam oferecer um Leasing com um preço bem abaixo do mercado, e provar durante esse contrato o quanto seu sistema de logistica com fornecimento de peças melhorou.
Isso lhes daria o respaudo que falta no ocidente, quanto a doutrina ocidental da FAB, se houvesse um leasing com os russos, provavelmente, haveria boa assistência por parte deles, pois se não, não haveria pagamento.
Soldat
Concordo plenamente com você. Leasing por leasing, que fosse dos Gripen para podermos esperar pelos Gripen NG e, com esses, deixar a FAB fazer seu trabalho enquanto aguardasse pelos vetores decorrentes do projeto SAAB 2020, tocado com nossa participação.
Falando sobre os sistemas AA, por acaso estão negociando a fabricação do Igla por aqui? Se não estão, deveriam. Algum editor sabe?