Força Aérea Tailandesa quer mais caças Gripen e visa se tornar líder regional

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Cerimônia de comissionamento Gripen 11set2013 - foto via Bangkok Post

Novo lote, com valor estimado em 550 milhões de dólares, poderia ser adquirido por meio de troca de mercadorias com a Suécia, que receberia arroz, frango ou borracha pelos caças

Na quarta-feira, 11 de setembro, o comandante da Força Aérea Real Tailandesa, marechal do ar Prajin Jantong, afirmou que está em consideração a compra de seis caças Gripen suecos adicionais, a um custo de 18 bilhões de baht (cerca de 550 milhões de dólares).  Prajin disse que, devido a este alto custo, a Força aérea terá que esperar a aprovação do governo para qualquer compra futura dos caças.

Segundo o jornal Bangkok Post, as declarações foram dadas após o comandante ter voado como segundo piloto em um Gripen, desde a Base Aérea de Don Muang até a Base de Surat Thani, onde está alojada a Ala 7 que opera o caça na Tailândia. O jato foi um dos três entregues na quarta-feira e que completaram o último lote de uma frota total de 12 caças Gripen fabricados pela sueca Saab e encomendados em 2008, por 34 bilhões de baht (pouco mais de um bilhão de dólares).

O comandante também disse que a proposta da Força Aérea e adquirir os caças por meio de um acordo de permuta / escambo (troca de mercadorias, no chamado “barter trade agreement”), e acrescentou que a Suécia poderia considerar um acordo do tipo para receber, em troca dos caças, mercadorias como borracha, arroz ou frango.

Gripen em base tailandesa após traslado - foto via Bangkok Post

O Sistema de Defesa Aérea Integrada do Gripen, adquirido pela Tailândia, inclui 12 caças assim como dois aviões  Saab 340 AEW (de alerta aéreo avançado) e um Saab 340 de transporte, que serão efetivamente incluídos no programa de defesa nacional das Forças Armadas em 1º de abril do ano que vem.

Gripen atingido por raio, no traslado, teve sistema de controle de voo trocado pela Saab

A chegada desses três últimos caças teve um dia de atraso, pois uma das aeronaves foi atingida por um raio quando voava sobre a Índia, em rota para a Tailândia. Inspeções foram realizadas após o pouso do caça na Ala 7, e mostraram que o incidente não casou nenhum dano de monta, afetando apenas alguns equipamentos eletrônicos.

O comandante Prajin disse que o fabricante Saab instalou um novo sistema de controle de voo computadorizado no avião atingido pelo raio, após constatar falha em um de seus componentes.

Gripen da Tailândia - foto via Bangkok Post

Com o Gripen, Força Aérea Real Tailandesa pretende se tornar uma força líder regional por volta de 2019

Segundo a agência de notícias Bernama (com informações da agência tailandesa TNA), a meta da Força Aérea Real Tailandesa é se tornar, por volta de 2019, uma força líder dentro da Associação das Nações do Sudeste da Ásia (Asean – Association of Southeast Asian Nations), graças à aquisição dos caças Gripen.

Essa intenção foi declarada pelo comandante supremo tailandês, general Thanasak Patimapragorn, quando congratulou a Força Aérea pela integração de sua defesa aérea. Ele afirmou também que outros países elogiaram a aquisição do Gripen.

O general disse que os sistemas de informação do Gripen serão integrados com os do Exército e da Marinha do país no futuro, e que a compra dos caças não visa especificamente a guerra, mas a defesa da nação contra ameaças futuras (nota do editor: provavelmente, o general estaria se referindo a capacidade de dissuasão). Ele afirmou, também, que os caças farão parte das forças de manutenção da paz quando a Comunidade Asiática (Asean Community – AC) estiver formada, o que é esperado para 2015.

FONTES: Bangkok Post (também fotos) e Bernama (compilação, tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em inglês)

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Guilherme Poggio

Eu conheço um país que trocou algodão por caças

Marcos

Acho que Super Hornet só dá para ser cotado em “avestruzes”!!!

Marcos

Gosto do Gripho, mas….

1) Na Guerra da Líbia o canopi se partiu sem um motivo conhecido;

2) Em voo tranquilo, após ser atingido por raio, sistema eletrônico foi “para o raio que os parta”.

costamarques

Na boa não vejo nada de especial nesse tipo de transação tendo em vista que os commodities são hoje tão importantes quanto o petróleo!

Marcos

A única coisa temeraria que acho nesse programa FX-2, é que a FAB não testou nenhuma das aeronaves em ambiente amazônico.

asbueno

Marcos disse:
12 de setembro de 2013 às 13:43

Certa vez postei uma dúvida por aqui e o Nunão ou o Poggio, um outro outro respondeu, mas não me lembro: o SH, ou um avião navalizado qualquer, sofreria menos em um ambiente como o amazônico?

Fighting Falcon

Marcos,
Esse medo eu também tenho. Vai que condensa tudo na umidade de lá.

Max

Navalizado resistente à maresia e intemperes comuns aos oceanos, não vejo porque o clima úmido da Amazônia seria problema para o
Super Hornet .

Guilherme Poggio

Caro Max

Os Super Hornet operam onde a USN for, e isso significa qualquer lugar do globo.

Já os Gripen da Tailândia operaram a partir de Surat Thani, um lugar onde as condições geográficas lembram muito a Amazônia (clima quente e úmido).

Fabio ASC

Nunão:

Gripen x Frango

SH x Peru

Rafael x Faisão

Fabio ASC

Vixi, sendo assim:

Tucanão x Codorna?????

Vader

asbueno disse: 12 de setembro de 2013 às 14:57 Amigos, aeronaves de combate são coisas rústicas, apesar da alta tecnologia. Estranho aliás seria se assim não fosse. O SH é uma aeronave naval que opera em todos os climas, do gelo polar ao deserto, da umidade marítima à poeira. Quanto ao Gripen, cabe sempre lembrar que poucos ambientes são mais severos que os polares, e há aqui mesmo no Aéreo fotos do Gripen sendo reabastecido/rearmado embaixo de verdadeira tempestade de neve, no inverno sueco. Mesmo o Rafale deve seguir a mesma filosofia, embora o clima francês em geral seja mais… Read more »

asbueno

Valeu Vader!

Corsario137

Essa é a tailandia sambando na nossa cara!
Um país que tem feito o que pode e mantido forças de defesa mó estado da arte apesar dos poucos recursos. E eles nem querem fazer parte do CS hein!

Guilherme Poggio

Sobre o raio que atingiu o Gripen, é interessante dizer que o mais avançado caça dos EUA não pode se aproximar mais do que 25 milhas de uma zona de relâmpagos.

Por que? Ninguém ainda explicou satisfatoriamente.