Impacto dos CFT no arrasto do Super Hornet
Conforme dados fornecidos pela Boeing, contidos no ‘briefing’ liberado pela companhia, os voos iniciais do programa “Advanced Super Hornet” mostraram aquilo que as projeções computacionais e os ensaios em túnel de vento já indicavam sobre o uso dos tanques de combustível conformais (CFT em inglês).
O Super Hornet equipado com CFT possui arrasto igual ou menor que um Super Hornet na configuração “limpa”. Isto acaba se traduzindo em menor consumo de combustível e, consequentemente, aumento da autonomia. Já o emprego de tanques externos sob as asas ou sob o cabide central para aumentar a autonomia de uma aeronave acaba gerando arrasto considerável e boa parte do combustível transportado por eles é consumido para compensar este arrasto.
A Boeing realizou ensaios em voo com duas aeronaves ao mesmo tempo. Uma delas estava equipada com CFT (aeronave F266) e a outra estava na configuração “limpa” (F264) no dia 6 de agosto passado. Ambas voaram lado a lado sob as mesmas condições, nas mesmas altitudes e velocidades.
Conforme informado pelo fabricante, elas estavam a 34 mil pés de altitude e com velocidade de Mach 0,84 e peso próximo de 45 mil libras (configuração leve e ausência de cargas sob as asas). O voo foi feito nas proximidades do aeroporto internacional de St Louis.
O gráfico abaixo compara as curvas de consumo de combustível com (linha tracejada) e sem (linha cheia) tanque externo no cabide central em função do peso da aeronave (eixo X). O pequeno quadrado de fundo azul representa a configuração ensaiada e a respectivo consumo medido. Este valor é igual ou inferior à linha de consumo na configuração limpa.
VEJA TAMBÉM:
- ‘Briefing’ da Boeing sobre o Advanced Super Hornet
- Fotos do Advanced Super Hornet
- Super Hornet com CFT produzirá arrasto menor em cruzeiro
- Marinha dos EUA de olho no ‘Super Hornet International Roadmap’
- Boeing revela mais detalhes do ‘International Roadmap’ do Super Hornet
- Fumaça 60 anos: um ex-’Silent Hornet’ no Brasil?
Isto tem cara de abobrinha de marketing mas se for verdade só justifica o apelido de tijolão voador do Super Hornet…
Um avião ficar melhor aerodinamicamente com os CFTs parece aqueles caminhões cara chata que colocam uma crista em cima da capota para evitar que o ar bata da carreta atrás…
Ou seja, se sua aerodinâmica é muito ruim um apêndice bem feito e mesmo com mais peso podem melhorar sua performance deficiente…
Um avião ficar melhor aerodinamicamente com os CFTs parece aqueles caminhões cara chata que colocam uma crista em cima da capota para evitar que o ar bata da carreta atrás…
Prezado Gilberto Rezende
Em vossa análise, foi considerada a possibilidade dos CFT gerarem sustentação extra? Na da Boeing sim.
O Gilberto comentou antes! kkk
Eu tive que ler algumas vezes para ter certeza se estava entendendo certo, quer dizer que eles aumentaram o peso, e a aerodinamica ficou melhor, consumindo o mesmo!
Ou é mentira, ou o SH tem um “puta ” erro de projeto! Não da para explicar diferente!
Eu acho q vcs q não entenderam o texto.
O texto não diz explicitamente, mas para os dois estarem nas mesmas condições de voo, o CFT estava vazio
O teste era puramente aerodinâmico. O uso de CFTs não implica q ele necessariamente precisa estar cheio…
Ahahaha, e essa agora, a Boeing consegue um feito INÉDITO, jamais visto antes, qual seja, acrescentar um CFT e DIMINUIR o arrasto da aeronave, e qual é a desculpa que a antiamercanalhada descobre?
Que a aerodinâmica do Super Hornet era tão ruim que MELHOROU! 🙂
É ou não é de lascar? 🙂
A cegueira esquerdofrênica dessa gente é inacreditável…
Alfredo, então é puro sensacionalismo, pois faz sentido?
Para ser correto, ambos os jatos deveriam estar com suas respequitivas cargas de combustivel ao máximo!
Vader, eu coloco o SH como um dos melhores caças atuais, se não o melhor, mas acho que estão apresentando um milagre de engenharia, já é possivel dizer que esse excelente caça ficou ainda melhor, mas com os tanques (cheios), não da para consumir menos, a não ser que a Boing assuma que havia um erro no projeto dos SH!
No tópico, um feito notável da Boeing.
Porque por menor perfil que o bordo de ataque do CFT tenha, ele sempre acresce alguma coisa no arrasto.
O segredo pode estar em algo como o “efeito solo” dos carros de Fórmula 1, só que aplicado para impulsionar a aeronave (ao invés de gerar aderência ao solo, como no caso de um carro de corrida), compensando a desaceleração pelo arrasto.
Enfim, estou especulando e meus conhecimentos de aerodinâmica não são profundos, mas iria mais ou menos por aí.
Saudações.
Joner disse: 28 de agosto de 2013 às 12:04 Joner, é evidente que para se testar o arrasto (D) os CFTs estavam vazios. Não faria sentido se testar o arrasto entre duas aeronaves com configurações diferentes com os tanques cheios: evidente que a maior carga de combustível iria consumir mais para ser transportada. Logo, é evidente que com os CFTs cheios a aeronave consome mais, por conta do peso. Nem a reportagem nem o pdf da Boeing falam outra coisa. Deixo claro por fim que não me referia ao amigo em meu primeiro comentário, antes que o amigo me pegue… Read more »
Para quem quiser se aprofundar mais em Aerodinâmica, recomendo:
http://www.aereo.jor.br/2013/08/20/curso-online-gratuito-de-aerodinamica-de-veiculos-aereos/
Ainda dá tempo, começa em Setembro o curso do MIT.
Pessoal, não há muita novidade nisso. Pilotos da FAB dizem que os F-5 voam melhor com mísseis nas pontas das asas do que sem eles e os pilotos de A-4 da MB dizem que ele voa melhor com os tanques sob as asas do que limpo.
Parabéns para a Boeing, que consegue aperfeiçoar mais ainda uma plataforma que todos julgavam já no limite do desenvolvimento!
Já li sobre os pilotos de F-15 citando que a aerodinâmica é melhor com dois tanque nas asas que apenas um na fuselagem.
O problema do CFT é que não pode ser alijado e vai ser desvantagem se for necessário ficar mais leve rápido.
Guilherme Poggio disse: 28 de agosto de 2013 às 12:29 “Em vossa análise, foi considerada a possibilidade dos CFT gerarem sustentação extra? Na da Boeing sim.” Isso faz muito sentido! A lei que rege o fato do avião “sair” do chão, é criar uma área de pressão alta sobre as asas, isso se consegue fazendo o perfil superior ser maior que o inferior, logo a massa de ar que se choca com o bordo de ataque se divide, e precisa atravessar a asa no mesmo tempo, logo a massa que faz o circuito do perfil superior precisa percorrer uma distancia… Read more »
Joner disse:
28 de agosto de 2013 às 13:31
Exato Joner, os CFTs claramente aumentaram o coeficiente de sustentação do Super Hornet.
Que falta faz meu livrinho de aerodinâmica, rsrs…
Sds.
Vader, podemos ir além, já imaginou a venda desse kit de CFTs para os operadores do SH, caso essa melhora seja realmente verificada?
Não é atoa que a BOEING “é o que é”!
Fantástico!!!
Quando você pensa não ser mais possível eis que o Sr. Gilberto Rezende consegue se superar. E aí eu fico em dúvida: Ou ele não leu o texto,ou não compreendeu ou é a mais pura má-fé. Se não leu paciência. Se não entendeu, ele certamente não conseguiu compreender que CFTs geram menos arrasto que tanques subalares e a depender do projeto geram mais sustentação aerodinâmica melhorando a performance. Agora se é má-fé a gente entende afinal o vada vez maior destempero do cidadão é fruto do fato de enquanto o SH é um vetor que evolui cada vez mais a… Read more »
Roberto F Santana disse: 28 de agosto de 2013 às 14:44 Roberto, pode parecer estranho à primeira vista, mas a alteração do perfil aerodinâmico pode sim gerar sustentação, na medida em que proporciona uma pressão aerodinâmica menor acima e, especialmente, atrás do CFT do que abaixo, por conta do “shape” com o bordo de ataque do tanque mais “largo” em relação ao vento relativo do que o bordo de fuga. Só que o peso do CTF somado ao arrasto gerado pelo bordo de ataque do mesmo compensa tal sustentação gerada, motivo pelo qual a aeronave se mantém com a mesma… Read more »
Roberto, estou queimando alguns neurônios para tentar encontrar uma resposta… Sua pergunta é de alto nível!
… Será que ao forçar o jato a ficar no mesmo nível as partes móveis geraram atrito e mudaram um resultado ainda melhor?
Os resultados dos testes são para uma certa hora do voo, e como se comportou na decolagem, pouso e as manobras tipicas, será uma cuva linear?
Sua pergunta é muito F….. KKKKK
E se forçada a ficar no mesmo nível sua velocidade aumentaria então, não? A não ser, repito,a não ser, que o piloto tenha reduzido a potência e aí sim obtido a economia, mas acho que não é o caso. O que você acha? Caro Roberto F Santana Difícil dizer com tão pouco elemento disponível. Imagino eu que a curva de performance do CFT atinja seu pico de velocidade/arrasto ideal perto de Mach 0,84, a velocidade de cruzeiro do Super Hornet (também imagino que os técnicos da Boeing/Northrop tinham exatamente isso em mente quando projetaram a peça – melhor comportamente possível… Read more »
Não esquecer que o CFT é um equipamento móvel. É utilizado quando for necessário.
Amigos, Interessante o gráfico. Primeiro, joga-se uma imagem de fundo com duas linhas, provavelmente tirada dos manuais do avião, e a observação “predicted”. Depois, lê-se o consumo instantâneo de um avião particular e joga-se um ponto naquele gráfico. Seria o famoso efeito por_no_gráfico? Será que alguém lembrou que não é assim que se faz certificação? Será que alguém lembrou que aquele gráfico do fundo, por norma, tem uma degradação percentual de desempenho (normalmente 5%)? Isso é feito para garantir que aviões diferentes, com motores em condições também diferentes, não venham a cair em situação de incapacidade de cumprir a missão… Read more »
Prezados Fui no manual do Super Hornet (NATOPS Flight Manual A1-F18EA-NFM-200) averiguar se estas informações que a Boeing apresentou sobre o SH “limpo” são reais. Como eu não tinha o gráfico para 34.000 pés (dado que consta na apresentação da Boeing), usei os dados para 35.000 pés e configuração de 46.0000 libras de peso (um pouco acima do ensaiado pela Boeing). Para que não haja dúvida, a velocidade ideal de cruzeiro do Super Hornet é mesmo de Mach 0,84, segundo o manual da aeronave (ver o pico da curva mais alta do gráfico abaixo) para as referidas condições. Reparem também… Read more »
Como sempre o pessoal leva as coisas para o lado da torcida. Se a nacionalidade da aeronave fosse “vermelha” certamente boa parte dos comentaristas inverteriam suas opiniões… Acho que ciência se discute melhor sem paixões, sem torcida, sem preconceito. O meu pitaco? Esses tanques geram menos arrasto do que um tanque ventral de combustível. Não são novidade nenhuma e os britânicos já utilizavam no Lightning, no ventre da aeronave. Os soviéticos adotaram CFTs (a grosso modo…) no MiG-21, produzindo aquela corcunda. Em ambos os casos as aeronaves mantinham sua velocidade máxima, mas ao mesmo tempo tinham motores mais potentes que… Read more »
Caro Clésio Luiz
Concordo com tudo o que você escreveu. Só discordo na parte final, onde o Roberto F Santana disse o seguinte:
“Nem sempre amigo”
Neste caso concordo com ele quando diz que o importante é o “coeficiente de arrasto”, que no gráfico que eu coloquei equivale a “drag index”.
Artigo de maio – anterior ao voo de teste -, mas trás informações interessantes sobre o CFT: F/A-18F CFT & Weapons Pod mockup in St Louis By Dave Majumdar on May 22, 2013 9:10 AM http://www.flightglobal.com/blogs/the-dewline/2013/05/fa-18f-cft-weapons-pod-mockup.html (…) Gammon, who has worked on the Hornet since the first days of the original F/A-18A classic model jets, says that the CFTs won’t add any cruise drag at high subsonic speeds, but it will have a negative impact on drag at transonic speeds–but the company has done a lot of engineering work to try mitigate that. In fact, Gammon notes, at low airspeeds,… Read more »
Amigos esta peça de abobrinha de marketing é muito semelhante (em essência) aquela da Lockheed Martin sobre o F-35 dizendo do excepcional acréscimo de desempenho aerodinâmico em velocidade transônica quando se sabe que aeronaves militares não devem usar esta faixa de velocidade. Dizer que uma aeronave melhora sua aerodinâmica com CFT vazio SERVE PARA QUÊ ?? Qual a utilidade de se carregar um CFT vazio além do acrécimo de peso morto a bordo ??? Em BAIXAS velocidades o CFT pode gerar mais sustentação e deve fazê-lo pois quando for utilizado em situação REAL (cheio) sua aeronave vai PRECISAR desta sustentação… Read more »
Roberto, a area frontal do SH com CFT é maior que a do SH sem CFT. Não vale comparar aeronaves diferentes.
O MiG-29 tem um CFT na corcunda que não cria aumento da área frontal. Ali sim é um bom lugar para colocar um CFT.
Pois é, fala tanto de “ciência sem paixões” e diz uma bobagem dessas…
O outro CFT do SH:
(http://snafu-solomon.blogspot.com.br/2013/08/f-18-pod-carry-weapons-graphic.html)
O Sr. Gilberto Rezende precisa, com a máxima urgência, consultar um ortopedista pois sua dor de cotovelo está certamente atingindo níveis indescritíveis. Desconfio que o mesmo irá precisar de uma dose cavalar de morfina para dar conta da mesma. Antes de mais nada meu caro quem abusa da cara de pau é o marketing mentiroso e desonesto da Dassault, que vende aos incautos interessados pela jaca que o mesmo seria capaz, pasmem, de executar muito melhor as missões que o F-35, que é um vetor de geração. E que seria um vetor super-hiper-mega-omnirole. Só que a realidade é teimosa e… Read more »
Parabéns a Boeing, conseguiu melhor um projeto que já era excelente.
Abs,
Ricardo
Sim, ali vai um par de JBAM
(Joint Bag Attack Mala)
Também pode levar e lançar longe uma JSAM gordinha
(Joint Sogra Attacking Marriage)
Mauricio R. disse: 28 de agosto de 2013 às 20:35 O legal é a opinião de um laitor do SNAFU sobre o ASH, falando das possibilidades aqui no Brasil e na CS rsrsrs segue abaixo: It really looks good. If the F-15Se really wins in Korea and the Advanced SuperHornet wins in Brazil and Canada(all big ifs)i see Boeing pushing this planes at a very low price for the US…there are a lot of voices in the USAF wanting the F-15Se and in the Navy wanting the ASH…maybe it time the USMC to take a second look at this Eles… Read more »
Gilberto Rezende disse: 28 de agosto de 2013 às 20:00 Ai ai, mais uma sessão “jogo dos sete erros” com o Sr. Gilberto… Eita cabra cansativo… “aquela da Lockheed Martin sobre o F-35 dizendo do excepcional acréscimo de desempenho aerodinâmico em velocidade transônica quando se sabe que aeronaves militares não devem usar esta faixa de velocidade” “Quem” SABE ó cara-pálida? Qual o grande, o enorme, o incomensurável problema em se utilizar da faixa transônica de vôo, se a aeronave se dá bem aerodinamicamente em tal faixa de velocidade? Por outro lado, até onde me lembro o que a LM disse… Read more »
A vantagem dos CFTs sobre tanques auxiliares é clara.
CFTs mais o motor mais eficiente deve gerar um belo aumento de alcance para o F-18E.ASH 🙂
[]’s
Russo não está nem aí para o arrasto: 🙂
Caro Roberto F Santana
O senhor acaba de me dar uma ótima ideia para post. Amanhã eu carrego aqui no PA.
Abraços
“Nossa,… se essa “conversa” fosse no butéco, acredito que alguns teriam descido das tamancas e agrarado os cabelos uns dos outros.”
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
O projeto ficou bom gente, no final das contas, pode-se ir mais longe e só.
Bora pra outro post!!!
Abs.
Poggio, bom dia. Grato pelo gráfico que você postou e que está coerente com a os dados do pdf recente. Como eu havia previsto, um ponto de ensaio atual foi comparado com um desempenho de manual (DEGRADADO por segurança, como eu já havia comentado anteriormente). Ou seja: não é fonte adequada para comparação. Um outro aspecto que ainda não vi nos comentários é a influência do CG da nova configuração. O Super Hornet, por ser um avião de aerodinâmica tradicional (com profundor, ou melhor “stabilator”) provavelmente têm CG à frente do CP e estabilidade estática positiva. Aviões com esse comportamento… Read more »
Evidentemente AINDA não é possível “declarar resultados maravilhosos”. Mas o potencial destas soluções propostas pela Boeing para os seus caças de 4ª geração (ou 4,5 com ou sem plus além daqueles +++) é sem dúvida maravilhoso. Curiosamente são os norte-americanos, os únicos no mundo a voar operacionalmente caças e bombardeiros furtivos, que estão propondo soluções que podem viabilizar a sobrevivência de caças de geração inferior a 5º em um TOs (teatro de operações) de alta intensidade. CFT – Conformal Fuel Tank é uma solução interessante para aqueles caças desenhados com um volume de combustível interno adequado ao TO europeu da… Read more »
Repetindo comentário que fiz em 24 de maio de 2013, após alerta do Justin, começando com uma declaração de Mark Gammon, chefe dos programas avançados do Super Hornet: “Gammon, (…), informou que os CFT não acrescentarão arrasto durante voos de cruzeiro em altas velocidades subsônicas, mas trarão um impacto negativo no arrasto durante velocidades transônicas.” Amigos, O Justin está correto ao alertar para a penalidade de desempenho ao usar CFT na velocidade transônica e, certamente, na aceleração transônica, quando o caça precisa ultrapassar a barreira do som. Mas esta comparação deve ser feita contra uma aeronave limpa, sem tanques externos… Read more »