AFA 2013: muita organização…

… e pouca demonstração

A Academia da Força Aérea Brasileira (AFA) organizou mais um “Domingo Aéreo” no interior das suas instalações no dia de ontem (12/8). E como é de costume, o público compareceu em peso ao evento, mesmo com as baixas temperaturas e o tempo encoberto boa parte do tempo. Já acostumada com o evento anual, os organizadores incorporaram as lições do passado e fizeram de tudo para que ele acontecesse da melhor forma possível.

A organização começou pela cooperação das polícias rodoviária e militar, que orientaram os motoristas na estrada antes mesmo de entrar nas instalações a AFA. Dentro da Academia todos puderam estacionar seus veículos, orientados por diversos militares que participaram do evento. Quem havia se cadastrado anteriormente como imprensa estava devidamente listado e recebeu as orientações específicas. O único detalhe negativo foi a ausência de uma programação de voo com antecedência, onde o público e a mídia pudessem acompanhar que estaria no ar e a que horas.

Na parte estática, o número de aviões não era pequeno, mas sobravam espaços vazios no pátio. Dois quadrimotores chamavam a atenção: o P-3AM e o KC-130. Também da aviação de transporte destacavam-se o C-295 (com as marcações da unidade totalmente apagadas), o Caravan (da BASC) e o Bandeirante modernizado do 4 ETA. Um exemplar de cada unidade de combate estava presente (um Mirage 2000B, um A-1A, um F-5EM e um A-29). Um raro Xavante ainda em operação na FAB também foi exibido. Com exceção do P-3AM do esquadrão Orungan e algumas aeronaves da própria academia (T-25 e T-27), o público não pôde entrar ou ver de perto os demais aviões.

Em relação aos helicópteros, o Esquadrão Puma trouxe um H-34, o Exército colaborou com um EC725 e a marinha trouxe o seu novíssimo MH-16 Seahawk (primeira vez que ele é apresentado ao público na AFA). Também estavam presentes um Esquilo da PMSP e o Esquilo orgânico da AFA pronto para qualquer emergência.

Mas foi exatamente no ar que o evento deixou um pouco a desejar. Não foram dadas maiores explicações, mas as demonstrações aéreas de aeronaves militares foram extremamente escassas e curtas. Muitas aeronaves vieram pela manhã, permaneceram em exposição estática, e depois partiram no final do dia. Um contraste muito grande com outros eventos semelhantes, onde as apresentações aconteciam pela manhã e pela tarde, com diversas decolagens e pousos.

Por longos períodos de tempo o locutor Vadico praticamente não tinha nada para anunciar e função de espaços entre uma apresentação de aeronave e outra. Aviões como o A-1 e o Mirage 2000 terminaram o evento na mesma posição em que se encontravam. Uma pena, pois para boa parte do público presente este poderia ter sido a última chance de ver um Mirage 2000 da FAB em voo.

A exibição aérea também foi prejudicada pelo atual momento de transição da Esquadrilha da Fumaça. O EDA deixou de voar seus T-27 Tucano no dia 31 de março e atualmente dedica-se à implantação da aeronave maneira gradual e com foco na segurança. Mas mesmo assim o público viu uma prévia do que “vem por aí” (post mais completo sobre a “Fumaça” em breve).

É da opinião deste editor que o corte de quase um bilhão de reais no orçamento do Ministério da Defesa, anunciado no mês passado pelo Governo Federal, seja um dos responsáveis pela fraca demonstração aérea (aqui considerando apenas a aviação militar, na aviação geral a exibição foi muito boa, diga-se de passagem). Será o Domingo Aéreo de 2013 na AFA é um prenúncio do que serão os demais “portões aéreos” que virão nos próximos meses?