Gripen E: cronograma dos protótipos, certificação e primeiras entegas
Durante o Paris Air Show 2013, realizado na semana passada em Le Bourget, a empresa aeronáutica e de defesa sueca Saab divulgou planos sobre uma versão “opcionalmente tripulada” (OM) do Gripen, além de revelar que já iniciou o corte de metal para o primeiro de três protótipos dedicados a testar o Gripen E, a nova geração do caça.
Reportagem do dia 24 de junho do site Flightglobal (blog “The Dew Line”) tratou dos dois assuntos. Quanto ao anúncio da versão OM, a matéria discutiu criticamente o exemplo que a companhia sueca citou sobre uma versão não pilotada poder cumprir missões de reconhecimento além da cobertura C-SAR (busca e resgate de combate) de helicópteros, por dispensar as preocupações com o resgate de um eventual piloto ejetado sobre território hostil.
O argumento da matéria nesse caso é que bastaria dotar os helicópteros C-SAR da capacidade de serem reabastecidos em voo, permitindo cobrir missões de reconhecimento de longo alcance.
Já quanto ao anúncio sobre o corte de metal do primeiro protótipo do Gripen E, a matéria trouxe algo bem mais interessante para se ter uma noção do desenvolvimento do programa: um cronograma apresentado pela Saab, abrangendo desde as entregas dos três protótipos da campanha de testes (que atualmente é cumprida pelo demonstrador / avião de testes 39-7, que é um Gripen D modificado) até a certificação e início das entregas dos 82 exemplares de produção pretendidos: 60 para a Suécia e 22 para a Suíça, a depender dos processos políticos suíços ainda em curso.
Para saber mais sobre o programa do Gripen E e da versão “opcionalmente tripulada”, além de assuntos relacionados às tratativas para aquisição do caça pela Suécia e pela Suíça, clique nos links da lista abaixo.
FONTE: Flightglobal
IMAGENS: Saab
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off topic
Embraer disponibiliza informações, ainda poucas, de seus E2 em uma página especifica: http://www.beholdthepowerof2.com/
Aparece claramente lá as novas asas, que vou chamar de “asas de gaivota”, talvez nem tanto, que Justin Case poderia tecer alguns comentários.
Abraços
Amigos,
E o Gripen F (biposto)? Alguém já se interessou em desenvolver?
Será que os pilotos suíços vão fazer a conversão operacional diretamente do simulador para o Gripen E ou vão à Suécia voar o Gripen D?
Abraços,
Justin
Marcos disse: 27 de junho de 2013 às 13:24 Marcos, boa tarde. Muito interessante o link. Acho que vale um post específico. Dessa geração de E2 só sei o que está publicado na imprensa. Não sei se essa asa de gaivota é mesmo a forma da asa ou é resultado em voo de uma estrutura mais flexível, em material composto. Se for uma asa mais flexível, provavelmente aumenta o conforto dos passageiros e diminui os esforços na junção asa-fuselagem. Não creio que isso altere o consumo de combustível. De acordo com a flexibilidade, ela pode também ter um padrão de… Read more »
Em tempo,
A “asa de gaivota” implica em uma variação local do ângulo diedro. Isso tem grande importância na controlabilidade e estabilidade aerodinâmica da aeronave, mas não parece influenciar significativamente no desempenho ou economia.
Abraços,
Justin
Justin, sobre a pergunta da conversão operacional dos pilotos Suíços: Eu apostaria na segunda opção, ao menos até que algum outro cliente externo (pode ser o Brasil ou algum outro interessado) faça uma encomenda da nova geração do Gripen de forma que recursos possam ser investidos no biposto. Ou, mais pra frente, os próprios suecos ou suíços podem fazer isso, se se interessarem. Até lá, a prioridade é o monoposto, e a Suécia tem uma quantidade considerável de modelos de um e dois lugares (C/D) em seu esquadrão de conversão operacional para formar pilotos de Gripen, tanto seus quanto de… Read more »
Quanto ao link que o Marcos passou sobre os E-Jets E2, coloquei post específico no ar para a discussão.
Peço que a conversa que aqui no post do Gripen E é “off topic” seja transferida para lá.
Foram produzidos 28 (vinte e oito) Gripen bipostos, 14 (quatorze) da versão inicial B e 14 (quatorze) da versão internacional D. Para Hungria e República Tcheca foram arrendados 4 (quatro) destas aeronaves, aparentemente 2 (duas) D de fábrica e 2 (duas) B que foram modernizadas para o padrão internacional. Uma outra aeronave biposta versão D (internacional) foi usada para o programa Gripen NG. Assim sendo, deveria haver 12 (doze) Gripen B e 11 (onze) Gripen D disponíveis para a Flgvapnet. Entretanto, pelo que tenho lido, a disponibilidade é menor, com 12 (doze) A e 8 (oito) D operacionais. Acredito que… Read more »
Meu amigo, que cronograma demorado é esse?!
Se uma decisão fosse tomada hoje pela Presidente, a FAB ficaria na mão até que o primeiro caça chegasse, lá para 2019 ou depois! Impensável.
Aliás, considerando que as negociações demandariam mais um ano de conversas, e que protótipo não é caça operacional… vai lá para 2021, 2022… em uma especulação otimista.
Augusto, O cronograma acima é um acerto entre Suíça e Suécia, planejado, negociado e tudo o mais, após a decisão do Governo Suíço. Não adianta colocar no mesmo balaio um país como o Brasil que só enrola, enrola e não decide nada para justificar mais um motivo para não se decidir… Quanto ao cronograma, acho muito mais coerente um cronograma “demorado” do que um falsamente apressado, que depois acaba sendo estendido. O Governo Suíço já negociou contrato, cláusulas, custos, datas de entrega e tudo o mais, só falta a última aprovação (ou não) no Parlamento Suíço para que as coisas… Read more »
Nunão, Bem colocado o assunto da configuração inicial para um “lote urgente”. Quanto aos Rafale, os franceses já vêm recebendo, fora da programação prevista inicialmente, onze aviões por ano há algum tempo, e isso deve continuar até que se iniciem as entregas para exportação. Ou seja, têm mais aviões do que precisam e estão gastando mais recursos do que previam devido a essa aquisição. Este deve ter sido um dos motivos para que não pudessem ter iniciado a atualização prevista para os Mirage 2000 de sua frota. Acho que passariam de bom grado os aviões ainda não entregues para um… Read more »
Sim, Justin. No caso do Rafale, creio que haveria a possibilidade de se receberem “sobras” das entregas para a Índia a partir de 2016. Antes disso, nem no caso do contrato indiano que vem sendo negociado haveria tempo hábil, quanto mais no nosso caso em que nem uma escolha existe. Indo direto para os números: Segundo a programação francesa (falta, é claro, os indianos assinarem de vez o contrato – e há razões para otimismo, conforme publicamos alguns posts mais para baixo), em 2016 os franceses só precisariam comprar 4 caças Rafale para suas Forças Armadas, pois a Índia absorveria… Read more »
Fernando “Nunão” De Martini disse: 27 de junho de 2013 às 19:33 “O cronograma acima é um acerto entre Suíça e Suécia, planejado, negociado e tudo o mais, após a decisão do Governo Suíço. Não adianta colocar no mesmo balaio um país como o Brasil que só enrola, enrola e não decide nada para justificar mais um motivo para não se decidir…” Nunão, é exatamente isso. Se um acerto feito entre Suíça e Suécia tem um cronograma tão extenso, imagine um cronograma estabelecido com um país como o Brasil que leva 17 anos só para tentar decidir por um ou… Read more »
Augusto, essa é a sua opinião, só quis dizer que cada caso é um caso, e vale para os três concorrentes. Quanto à extensão, eu não acho o cronograma Sueco / Suíço muito extenso, quando se fala numa nova versão que está sendo desenvolvida, e cuja decisão para realmente deslanchar foi dada há pouco, quando os suecos encontraram nos suíços um parceiro para isso. Poderia ter deslanchado antes, se um parceiro internacional fosse conseguido antes, mas a partir da decisão de levar o programa em frente e fazer os aportes necessários, eu acho um cronograma realista. Mas mudando de Suíço/Sueco… Read more »
“Se a conta de negociação etc do Brasil for no mesmo ritmo, pode colocar 2018 para uma primeira entrega para a FAB, otimisticamente.”
Pois é! Até lá já terão sido retirados de serviço os Mirage e, provavelmente, pelo menos 24 F-5M.
Sobrando, assim, outros 24 F-5M operacionais.
O que vale mais: um Chihuahua dentado ou dois Rottweiler banguelas?
“Marcos em 27/06/2013 as 20:58 e 21:02” Até aí, mais do que dentados ou banguelas, estamos carecas . Carecas de saber que há um gap urgente (Mirage 2000 prestes a dar baixa) outro vindo logo depois (os F-5EM mais judiados), e que esse gap cresce a cada ano de indecisão. Alguma solução intermediária terá que haver, e nesse caso eu vejo pouca diferença entre o que pode oferecer um ou outro concorrente quanto a caças novos de fábrica. Um ano a menos de gap talvez para um fornecedor, dois anos a mais para outro, quem sabe, para a chegada de… Read more »
Fernando “Nunão” De Martini disse: 27 de junho de 2013 às 21:04 “Realmente não entendi o por que de seu 2021 ou 2025.” Nunão, fiz uso de ironia e por isso a data, mas considerei também que como não há Gripen NG pronto, e o primeiro PROTÓTIPO fica hipoteticamente pronto só em 2019, o caça “de prateleira” é impossível. A não ser que o Brasil queira provisoriamente operar o Gripen C/D. Sobre o “2021-2025”, estou considerando o tempo de negociações, de no mínimo um ano – não é demais lembrar o tempo de negociações dos submarinos e dos EC-725 –… Read more »
“…que como não há Gripen NG pronto, e o primeiro PROTÓTIPO fica hipoteticamente pronto só em 2019, o caça “de prateleira” é impossível.” Augusto, no cronograma que está na matéria, o primeiro protótipo do Gripen E estará voando em 2015, e não em 2019. Os dois protótipos seguintes dos três planejados voam em 2016 e 2017, para completar a campanha de testes até a certificação, programada para o primeiro semestre de 2018. Ao menos é isso que eu vejo no gráfico mostrado. Onde você viu no cronograma que o primeiro protótipo fica “hipoteticamente pronto só em 2019”????? O que eu… Read more »
Se aqui decidirem por alguma coisa e nesse meio tempo fizerem um leasing de um tampão, tudo bem.
Complicado vai ser se partirmos somente para um tampão, pois nada impede que dai em diante tenhamos tampão atrás de tampão.
Se isso acontecer, Vader (8<| vai se juntar as manifestações.
Senhores
Considerando a equação formada por um lado, pela deterioração das expectativas econômicas e, principalmente, intolerância da população (demonstrada nas manifestações) com gastos supérfluos, e por outro, a necessidade da FAB em obter reposição para seus caças, a proposta da SAAB, com seu longo prazo de pagamento torna-se a opção possível. Afinal, as condições de pagamento não oneram o orçamento do país, no momento, e pagamento parcelado e com carência, é uma coisa que brasileiro entende; o que facilitaria a aceitação do negócio pela população. Aliás, pelo cenário, é a única negociação com alguma chance de sucesso.
Sds
Caro Control, qualquer que seja o caça escolhido a população irá chiar.
Caberia ao governo explicar porque são necessários. Mas se o governo demora cinco anos pra decidir o FX2, porque ele faria força para explicar ao povo a necessidade da FAB?
Sds.