Italianos treinam nos EUA com tecnologias para evitar ‘fogo amigo’
–
Para o exercício Bold Quest 2013, que envolveu diversos países operando em cenários com nova tecnologia de identificação amigo-inimigo, Força Aérea Italiana levou três jatos Tornado, um transporte C27J e comprovou, no traslado, a versatilidade de seu novo transporte / reabastecedor KC767A
–
Na última segunda-feira, 10 de junho, estava previsto o início da fase operativa do exercício internacional interforças “Bold Quest 2013” (BQ-13), nos Estados Unidos, com participação de componentes aéreos e terrestres das Forças Armadas Italianas. O exercício, segundo nota da Força Aérea Italiana divulgada alguns dias antes, ocorre na Estação Aérea dos Fuzileiros Navais (MCAS – Marine Corps Air Station) de Cherry Point (EUA) e participam forças da Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Holanda, Itália, Noruega e Suíça.
O Bold Quest é uma validação operativa de novas tecnologias que visam, principalmente, o conceito operativo de sobrevivência (survivability), testando novas tecnologias IFF (Identification Friend or Foe – Identificação Amigo ou Inimigo) e NGIFF (IFF de Nova Geração) num cenário operacional de ar, mar e terra. Essas tecnologias permitem reconhecer um vetor aéreo (mas não apenas) como amigo (friendly) de modo inquestionável num ambiente em que forças amigas e inimigas estão extremamente envolvidas. A tecnologia pode também estar aplicada de modo inverso, permitindo que uma plataforma aérea interrogue vetores no terreno, numa ação denominada ASID (Air to Surface IDentification – identificação ar-solo).
Para a edição 2013 do exercício, a Itália participa com um componente de militares da Força Aérea, do Exército e da Marinha, e como meios estão incluídos três jatos Tornado do 6° Stormo de Ghedi, um C-27 do Departamento Experimental de Voo de Pratica di Mare, um radar de defesa aérea transportável, dois veículos táticos ligeiros VTLM Lince, além de mais três veículos com o segmento terrestre de designação de alvos (kit JTAC)
Para transporte dos meios e pessoal, foi utilizado um avião de transporte estratégico KC767A do 14º Stormo de Pratica di Mare, que além de se empenhar nessa tarefa também reabasteceu os jatos Tornado no traslado aos EUA. Essa missão, segundo nota divulgada pela Força Aérea Italiana, demonstrou como o KC767A confere um alto grau de mobilidade para suas Forças Armadas, num cenário internacional.
Também foram utilizados, como elemento de busca e resgate (SAR) no traslado, dois aviões C-130J da 46ª Brigada Aérea de Pisa, equipados com sistemas de salvamento automático de náufragos (um cabo de 200 metros com um bote inflável na ponta, que pode ser lançado com uma precisão de 14 metros para auxiliar um náufrago).
FONTE / FOTOS: Força Aérea Italiana (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em italiano)
VEJA TAMBÉM:
- Entregue o último KC-767A da Força Aérea Italiana
- Recebido o primeiro KC767-A da Força Aérea Italiana
- A participação da Força Aérea Italiana nas missões da OTAN na Líbia
- Líbia: AM-X italianos operaram como caças-bombardeiros e reconhecedores
- Boeing vence o programa KC-X, da USAF
- Enquanto o KC-X2 não vem…
- ‘Habemus’ KC-X2: FAB seleciona proposta da IAI para novo avião-tanque
- SDB para os jatos Tornado italianos: programa entrou na fase executiva
- Tornados modernizados na Itália poderão empregar AARGM e SDB
- Para a BAE, Tornado deve dar baixa em 2019
Interessante matéria. Sempre gostei dos Tornados, lembro que tinha um pôster de um deles daquela clássica Guerra nos Céus, bom, acho que quase todos nós tivemos.
Com certeza vale a pena modernizá-los.
( ps : por falar em italianos, acabo de terminar uma pequena maquete de um MB339 modificado, mas percebi só agora que esqueci as entradas de ar !! Como isso foi acontecer ??? KKKKKKK !! 🙂 )
Wagner, é só transformar sua maquete de MB339 “modificado” em algo ainda mais modificado, quem sabe um avião-foguete, que não precisa de entradas de ar…
Saiu algum detalhe da configuração dos pontos de reabastecimento dos nossos 767?
Clésio, o que soube é que serão três pontos, todos no sistema Probe and Drogue (cesta), com o central destinado a reabastecer aeronaves de maior porte como o KC-390.
Aqui vale uma comparação interessante com a versão italiana, que se diferencia de outras por ter quatro pontos: três de Probe and Drogue e um de Flying Boom (lança), trazendo ainda mais flexibilidade num ambiente de coalizão.
Achei o comentário do Brig Baptista Junior, então não há mais dúvidas:
Baptista Jr disse:
15 de março de 2013 às 18:40
– As aeronaves terão 3 pontos para reabastecimento hose and drogue (ou probe and drogue): um em cada asa, e uma FRU (Fuselage Refuelling Unit), para que eles possam reabastecer os KC-390, no futuro.
Esses pontos centrais (a fuselagem) também são compatíveis com aeronaves menores, como caças, não é?
Alguem sabe me dizer se os Tornado ADV e IDS da RAF estao operacionais com a entrada dos Typhoon?
Abs
ADV foram aposentados em 2011. Os IDS seguem firmes e fortes.
Guizmo, os modelos de interceptação (ADV) foram aposentados na RAF com a gradativa entrada em operação do Typhoon. Os de ataque ao solo (IDS) continuam na ativa, e tiveram participação importante no recente conflito da Líbia.
Como curiosidade, os ADV originariamente ingleses também operaram na Itália, como “caça-tampão” que depois foi substituído por outro tampão, o F-16, para cobrir lacuna entre desativações de F-104S e entrada em operação de Eurofighter.
Há diversas matérias sobre os Tornados da RAF (sem falar de outras forças) aqui no Poder Aéreo. Basta digitar Tornado no campo busca que vai aparecer um montão.
Se vão fazer tudo no sistema cesta, então não teremos o F-35, pelo menos não a versão A.
Marcos, a princípio por aqui nada impede que se adquira reabastecedores dotados de Flying Boom ou que se adapte para isso, no caso de um dia se adquirir um caça que só seja compatível com esse sistema. Basta ter dinheiro sobrando pra isso, o que inclui alguma provisão técnica para retrofitagem (provisão que também tem seu custo) e que precisaria ser avaliada em seu custo-benefício, caso se julgue que há chance de uma compra dessas acontecer no futuro. Lembrando que o foco da FAB é obter reabastecedores para os aeronaves que se tem hoje e que se prevê ter no… Read more »
Nunão e Poggio, obrigado!
Abs