CCT da Câmara aprova o “regime especial” do setor aeroespacial

3

satelite-comunicacao

vinheta-clipping-aereoAssim como foi feito com o setor de banda larga, o Congresso Nacional está discutindo a criação de uma espécie de “regime especial de tributação” para o setor aeroespacial. O Projeto de Lei 7.526/2010 que cria o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Espacial (PADIE), já foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional e nesta quarta, 5, também foi aprovado pela Comissão de Ciência, Tecnologia Comunicação e Informática (CCTI). A matéria ainda vai passar pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e Cidadania.

O objetivo do projeto, conforme prevê sua justificativa, é incentivar a produção no setor aeroespacial, por meio de desonerações tributárias e pela criação de linhas especiais de financiamento junto às entidades de fomento como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O PADIE pretende também estimular a indústria nacional, com a definição de critérios para privilegiar os bens e serviços produzidos no País. O texto foi elaborado pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, onde foi relatado pelo deputado Rodrigo Rollemberg (PSB/DF).

O relator da matéria na CCTI, deputado Sibá Machado (PT/AC), teve o cuidado de adaptar o texto para evitar questionamentos da Organização Mundial do Comércio (OMC) como os que aconteceram em outras áreas, inclusive telecomunicações. A palavra “incentivo”, por exemplo, que originalmente se referia à indústria nacional, no texto aprovado se refere à “inovação e à pesquisa científica e tecnológica”. O relatório completo do deputado Sibá Machado pode ser acessado aqui.

Poderá se beneficiar do PADIE as empresas que atuem no País nas áreas de infraestrutura de solo destinada a atividades espaciais, entre as quais concepção e desenvolvimento de projetos; industrialização, manutenção e integração de componentes etc. Também serão beneficiadas as empresas que atuam na industrialização, concepção, integração, montagem e testes de veículos lançadores. Outra área beneficiada é a de satélites, plataformas multimissão, e carga útil.

Para fazer jus aos benefícios do programa, a empresa que atua nestas áreas deverá requerer um credenciamento junto à Agência Espacial Brasileira (AEB) – os procedimentos e prazos para apreciação das propostas de credenciamento serão estabelecidos em regulamento pelo Poder Executivo. O prazo para apresentação da proposta de credenciamento é de quatro anos.

Benefícios

A beneficiária do PADIE terá isenção de IPI, da PIS/PASEP e Cofins na venda ao mercado interno ou na exportação. O programa também desonera desses mesmos impostos a compra no mercado interno ou externo de qualquer insumo, até mesmo softwares, utilizado pela empresa beneficiária do programa no desenvolvimento de suas atividades.

Compras públicas

O PADIE estabelece que na aquisição de bens de capital relativos à atividade espacial pela administração pública direta ou indireta será dada preferência para bens produzidos e desenvolvidos no País por técnicos residentes no Brasil. Essa preferência também será concedida para o financiamento por entidades oficiais de crédito. Os órgãos da administração pública direta ou indireta também podem adquirir produtos e serviço das empresas beneficiárias do PADIS com isenção da PIS/PASP e da Cofins.

Financiamento e Capacitação

Os órgãos de financiamento poderão criar linhas de financiamento em condições mais favoráveis para a produção de bens e prestação de serviços relativos às atividades espaciais e, também, para pesquisa e desenvolvimento tecnológico na área espacial, priorizando projetos que deem preferência na compra de serviços, componentes e equipamentos nacionais.

Em relação à capacitação, o texto do projeto não avança na definição de políticas mais objetivas. Apenas determina que o poder público definirá estratégia para a ampliação da formação de recursos humanos na área espacial; o poder público também deve trabalhar para expandir o número de bolsas de estudo de mestrado e doutorado na área.

FONTE: Teletime

COLABOROU: Henrique CO

Subscribe
Notify of
guest

3 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Diegolatm

Uma ótima noticia com certeza.

Contudo, devemos ter uma coisa em mente, incentivo não é tudo! Devemos investir muito mais dinheiro, para correr atrás do atraso ocasionado pela paralização do programa espacial brasileiro.

Me deixa animado que nossos políticos de ”certa” maneira estão se preocupando com uma área tão importante para o país, que é o setor espacial.

Uma dúvida que não foi falada nessa reportagem, e que alguem poderá responder:Não tinham cogitado que o FX-2 entraria nessa desoneração

Marcos

Agora teremos regras, benefícios e desoneração para mandar nosso dinheiro para o espaço.

Mais fácil seria pegar um tambor, socar dinheiro ali e depois atear fogo.

Corsario137

Off-Topic: valor.com.br/empresas/3153074/como-controlar-sozinho-uma-frota-completa-de-drones