Investigações revelam causas do acidente com AMX na divisa SC – RS
Linha de transmissão não constava no plano de voo
A Central de Jornalismo da Rádio Catarinense de Joaçaba teve acesso nesta quarta-feira (22) à informações preliminares que revelam as causas do acidente envolvendo um Caça da Força Aérea Brasileira no lago da Usina de Machadinho. O acidente aconteceu no dia 07 de dezembro do ano passado resultando na morte de um piloto.
Falha humana ou técnica? O que teria causado o acidente que resultou na queda do Caça AMX no lago da Usina Hidrelétrica de Machadinho? A aeronave, pilotada pelo capitão André Ricardo Halmenschlager, 33 anos, caiu no final do ano passado após colisão com cabos de transmissão de energia. Por se tratar de um assunto militar as informações estavam sendo mantidas de forma sigilosa pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) por se tratar de segurança nacional.
Depois de muitas ligações e contatos por e-mail, a Rádio Catarinense conseguiu romper a barreira, buscando respostas para as perguntas que envolvem o acidente.De forma exclusiva, o comandante da Base Aérea DE Santa Maria (RS) Coronel Davi Almeida Alcoforado, antecipou resultados da investigação, revelando detalhes que mostram o que teria acontecido naquela manhã fatídica de dezembro, envolvendo um dos pilotos mais experientes da base.
O relatório da investigação, que será encaminhado ao CENIPA, apontou que ao contrário do que se imaginava inicialmente, e das inúmeras especulações em razão de relato de testemunhas, o Caça AMX, não apresentou problemas mecânicos nos motores ou comandos. “Todos os comandos estavam normais, o que foi analisado neste caso é a questão do sensor que era ultrapassado e que exigiu que o piloto voasse numa altitude baixa para conseguir captar as imagens em alta resolução”.
Piloto foi surpreendido
A investigação constatou que a linha de transmissão, no trajeto do Caça, não constava na carta aeronáutica que fazia parte do plano de voo. Na posição que ela fica as imagens de alta resolução dos satélites não conseguem identifica-la. Ou seja, para o piloto a linha não exista naquele local. Capitão André, que estava numa missão de reconhecimento da região e captando imagens, foi surpreendido. A conclusão se chegou após testes realizados com helicópteros que mostraram que era praticamente impossível identificar a linha pelo campo de visão do piloto. “A linha era balizada, tinha as bolas sinalizadoras, mas fizemos várias corridas com helicóptero, tentando aproximar o chamado eixo-de- vizada, e naquele dia havia, de acordo com a posição do sol, um baixo contrataste que prejudicou o piloto” disse o Coronel da Base Aérea.
Barulhos estranhos
Questionado sobre relatos de testemunhas que afirmaram que o Caça sobrevoava a região em baixa altitude, com barulhos estranhos e com sinais de fumaça saindo das turbinas, o Coronel DAVI disse que em caso de acidentes é normal estes comentários. Ele reafirmou que a investigação não encontrou problemas técnicos na aeronave.
Baixa altitude
O voo em baixa altitude tinha um objetivo. Fotografar a região, sendo que um dos pontos era a balsa,o que explica o fato do Caça ter passado muito próximo da embarcação. Na época chegou ser sugerido que o mesmo estava com problemas mecânicos
Piloto ejetou
Outra conclusão, que fará parte do relatório que será encaminhado ao CENIPA em Brasília, órgão que investiga acidentes aéreos em todo Brasil, é que o piloto tentou se salvar. Conforme apurado pela Rádio Catarinense, no local do acidente, capitão André acionou o alavanca de ejeção. Em razão da baixa altitude e das condições, pós colisão, ele acabou sendo arremessado contra as árvores.
Novo sensor
Para evitar problemas futuros, da mesma natureza, os Caças AMX da Base Aérea de Santa Maria, terão os sensores de captação de imagens substituídos. Coronel Davi de Almeida Alcoforado informou que providências já estão sendo tomadas para aquisição dos novos componentes. Com a nova tecnologia, os pilotos não precisarão mais realizar voos rasantes ou em baixa altitude para fazer o trabalho de mapeamento.
FONTE: Rádio Catarinense
“A investigação constatou que a linha de transmissão, no trajeto do Caça, não constava na carta aeronáutica que fazia parte do plano de voo.” Esse é o resumo da coisa. O resto é conversa fiada. Quando chegaram ao Brasil os primeiros GPS com moving maps para automóveis, constatou-se que a maioria das cidades brasileiras não dispunham de informações referentes à engenharia de trânsito. Ninguém sabia que rua ia para qual lado. Na década de 90 participei de uma reunião em uma empresa dinamarquesa, a qual, para obter informações sobre o Brasil, utilizou informações na Força Aérea Britânica, já que por… Read more »
Caras, mas que diabos de sensor é este que para mapear uma área obriga o piloto baixo a ponto de colidir com uma linha de transmissão?????
Isso ecxiste?????
Pombas, na Segunda Guerra Mundial os caras já tiravam fotos de quilômetros de altitude!!! Porque precisaria o piloto voar a essa altitude hoje em dia?
Se isso for verdade, é um ABSURDO!
Vader, acho que há aí uma mistura de alhos com bugalhos, uma certa confusão no texto da matéria, talvez até erros de interpretação com o que a fonte disse, o que é extremamente comum em assuntos de aviação militar na imprensa em geral. Deveria ser um treinamento para penetração e reconhecimento tático a baixa altitude, abaixo dos radares, que é uma doutrina, assim com o ataque a baixa altitude, perfis de missão para o qual o AMX / A-1 foi concebido. Isso não significa, a meu ver, que o A-1 não possa fazer reconhecimento a altitudes maiores, há uma certa… Read more »
Prezados, acerca deste acidente tenho algumas informações privilegiadas que não foram divulgadas na mídia. Antes de ser levado à Santa Maria, o corpo do piloto foi trazido aqui na cidade onde resido, Lagoa Vermelha/RS, cujo médico legista cobre a região do acidente, que é o Municípios de Machadinho, apesar de ter sido anunciado que em SC também foi aberto inquérito em Joaçaba na polícia civil. O corpo do piloto foi examinado pelo médico daqui e depois levado. Houve pelo menos um pouso confirmado de um dos blackhawk no campo de futebol da cidade no dia do acidente ou no dia… Read more »
Eu acho que este acidente infeliz mostrou que o rei está nu. Garanto que a maioria das cartas aeronáuticas utilizadas não possuem a informação atualizada sobre linhas de transmissão. E amigos, estas linhas são muitas. E beeem extensas. São um perigo para o A-1, pois muitas de suas manobras são em baixa altitude e em altas velocidades subsônicas. Quando o piloto vê a linha de transmissão, já está rasgando seu avião nela. Será que depois desta tragédia a FAB vai entrar em contato com o ONS – Operador Nacional do Sistema (elétrico) e pedir um levantamento detalhado de TODAS as… Read more »
Ops…
…trocar estes sensores E esperar para ver o que vai acontecer?
Infelizmente há muitos casos de colisões entre aeronaves e linhas de transmissão. As esferas que são fixadas aos cabos elétricos tem por principal ( e original) função alterar a freqüência natural de vibração dos mesmos, evitando a ruptura por ressonância induzida por ventos; o uso destas esferas para “sinalização” é comum mas sua eficiência é bastante discutível. Mesmo para helicópteros, como demonstra um acidente de triste lembrança, ocorrido na usina hidrelétrica de foz do areia. As arestas cortantes localizadas na região entre o rotor e a cabine do piloto, disponíveis na maioria dos helicopteros, tem exatamente a finalidade de romper… Read more »
E vejam so, de que adiantará trocar os sensores se em situação real o avião terá de de voar igual a baixa altitude? Isso vai servir para tempo de paz, mas em ação real, com defesa AA, não haverá outra alternativa se não voar baixo e o mais rápido possivel. O que tem de ser feito é um levantamento criterioso e atualizado deste tipo de obstáculo e não só se fiando em dados do operador e distribuidoras, mas com inspeção in loco sempre que possivel, ao menos nos pontos criticos presumíveis, e sem olvidar outras possibilidades como antenas de telefonia… Read more »
Eu quero saber é se o responsável pela (má) elaboração da carta que o piloto usava vai pra cadeia. OU, se a culpa não é dele, mas sim da distribuidora de energia, se quem assinou a responsabilidade técnica pela linha de transmissão e se “esqueceu” (oops) de avisar os competentes serviços de cartografia, irá em CANA.
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