Nota de falecimento: Tenente-Brigadeiro Paulo Roberto Camarinha, ex-chefe do EMFA

Morreu nesta terça-feira (30/04), aos 89 anos, no Rio de Janeiro, o ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), Tenente-Brigadeiro do Ar Paulo Roberto Coutinho Camarinha. Ele estava internado há quase dois meses no Hospital Central da Aeronáutica (HCA). “Ele era um exemplo de honradez, caráter, humildade, enfim, um orgulho para toda a família”, disse Arthur Camarinha, um dos dois filhos do oficial-general. O corpo do Tenente-Brigadeiro Camarinha será velado no hangar sul do Terceiro Comando Aéreo Regional (III COMAR) até as 16 horas. O sepultamento será realizado no Cemitério São João Batista, na Zona Sul, às 17 horas.

“A FAB perde um militar exemplar e combativo. Imprimiu marcas de competência e seriedade em todos os cargos que ocupou ao longo da carreira. Sempre foi uma pessoa preocupada com o bem-estar da tropa”, ressalta o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito.

O Tenente-Brigadeiro Paulo Roberto Coutinho Camarinha nasceu no Rio de Janeiro no dia 23 de maio de 1923, filho de Artur Amarante Camarinha e de Iara Coutinho Camarinha. Em 1936 iniciou o curso ginasial no Colégio Militar do Rio de Janeiro, concluindo-o em 1941. No ano seguinte entrou no Colégio Mallett Soares formando-se em 1943. Em 1944 ingressou na Escola da Aeronáutica, também no Rio, tornando-se em 1946 Aspirante a Oficial Aviador. Como Coronel, em 1968 foi nomeado Assessor-Chefe da Secretaria do Conselho de Segurança Nacional da Presidência da República, função que ocupou até março de 1973, quando foi nomeado comandante da Base Aérea de Belém.

O Coronel Aviador reformado Paulo Cesar Guerreiro acompanhou a carreira do Tenente-Brigadeiro Camarinha por 36 anos. A longa convivência criou estreitos laços afetivos. “Se eu não tivesse um pai ele seria o meu. Ele tinha uma extrema preocupação e carinho com todas as pessoas que o cercavam”, lembra o Coronel Guerreiro.

Em 1975 foi Adido da Aeronáutica junto à Embaixada do Brasil no Chile. De volta ao Brasil em março de 1978, foi promovido a Brigadeiro do Ar e nomeado diretor de Patrimônio da Aeronáutica. Entre 1979 e 1980 comandou a Escola Preparatória de Cadetes de Barbacena (MG). Como Major-Brigadeiro do Ar assumiu a chefia do Comando Aerotático, no Rio de Janeiro, onde permaneceu até março de 1985. Nesse mesmo ano ascendeu a Tenente-Brigadeiro e foi nomeado Comandante-Geral-do Ar.

“Uma de suas grandes características era a memória prodigiosa. Era uma pessoa fiel aos objetivos a que se propunha”, lembrou o ex-Ministro da Aeronáutica Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista. “Era um grande amigo, uma pessoa muito séria e competente”, afirma o Tenente-Brigadeiro Cherubim Rosa Filho.
Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica de abril de 1986 a setembro de 1987, o Tenente-Brigadeiro Camarinha passou a função para o Tenente-Brigadeiro do Ar Fernando de Assis Martins Costa, que guarda na memória a grande preocupação que o Brigadeiro Camarinha tinha com as melhorias sociais da família militar. “Em sua passagem pelo Estado-Maior das Forças Armadas, Camarinha foi o grande baluarte na luta pelos vencimentos dos militares”, afirma o Brigadeiro Martins Costa.

O Tenente Brigadeiro Camarinha tornou-se chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, substituindo o General-de-Exército Paulo Campos Paiva. Em setembro de 1988 pediu transferência para a reserva remunerada da Aeronáutica.
Esposo, pai e avô dedicado, casou-se com Moema Peixoto Camarinha. O Tenente-Brigadeiro do Ar Camarinha deixa dois filhos, seis netos e dois bisnetos.

FONTE: Agência Força Aérea