EC 225 da frota da CHC - foto CHC

Primeiramente, serão introduzidas ‘barreiras de segurança adicionais’ – no longo prazo, Eurocopter propõe uma solução definitiva com reprojeto do item defeituoso – segundo executivo, a modificação não será muito significativa

Segundo reportagem publicada pelo site Flightglobal na quinta-feira, 18 de abril, a Eurocopter acredita que chegou a uma solução interina ao problema que aflige seu helicóptero EC225, o que poderia fazer com que o modelo voltasse aos voos irrestritos até o terceiro trimestre deste ano. O EC225 foi proibido de voar na região do Mar do Norte desde que, em outubro, um Super Puma operado pela CHC Scotia fez um pouso de emergência no mar. Foi o segundo incidente em 2012 envolvendo esse helicóptero bimotor, com falha catastrófica da engrenagem do eixo vertical.

Lutz Bertling, diretor executivo que deixará o comando da Eurocopter em 1º de maio, disse que a empresa está próxima de resolver o problema: “É mais uma questão de trabalhar junto aos reguladores, operadores, companhias petrolíferas e os passageiros para retornar aos voos”, disse Bertling em evento nas instalações de Marignane, em que expressou desapontamento pelo prroblema não poder ser resolvido antes de deixar a empresa.

Ainda assim, ele está satisfeito com o progresso realizado: “É diferente se você sai quando há uma crise que não foi completamente entendida, mas temos uma clara compreensão da raiz do problema e das soluções”, disse Bertling. O fabricante está aguardando a validação externa de suas descobertas no problema de rachadura, que se acredita ter como causas uma combinação de corrosão, stress residual do processo de fabricação e fadiga.

Acredita-se que a solução interina, descrita por Bertling como introdução de “barreiras de segurança adicionais”, refere-se a modificação no sistema de monitoramento de vibração e instalação de luzes de alerta no painel para indicar a propagação de uma fissura no eixo vertical.

A EASA (European Aviation Safety Agency – agência europeia de segurança de aviação) terá que certificar as mudanças propostas pela Eurocopter, antes que qualquer acordo seja feito com os reguladores civis de aviação do Reino Unido e da Noruega para rescindir as restrições operativas do EC225. Ainda segundo Bertling, isso está sendo conversado com o regulador e, assumindo que há um bom progresso, o executivo disse que os voos serão retomados “não mais tarde do que o terceiro trimestre.”

Já para o longo prazo, a Eurocopter está propondo o reprojeto do componente defeituoso, embora Bertling diga que isso não seja uma “mudança muito significativa”. O executivo afirmou que, durante seus seis anos e meio à frente da Eurocopter, toda essa “saga” foi o mais desafiador problema que enfrentou: “Na história da companhia, nunca tivemos um problema técnico que impactou nossos clientes e os clientes deles e passageiros como o problema no EC225”, completou Bertling.

FONTE: Flightglobal (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

FOTO: CHC (operador de EC225)

COLABOROU: Maurício R.

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Baschera

Mais do mesmo ! Estão propondo uma gambiarra até que realmente tenham certeza do que causa o problema. Sabem que terão que reprojetar tudo, do eixo a MGB, incluso o sistema de lubrificação de emergência… por isto dizem que “a longo prazo…”…. teve máquina que apresentou o defeito com 130 horas e outras com mais de 3.000 horas….. coisa de louco, memtem portanto quando alegam ser “fadiga”. É falha de projeto, pura e simplesmente. Perderam muito da credibilidade, dos clientes e operadores civis… dos sindicatos, pilotos e passageiros principalmente…os operadores militares operam sob ordens superiores pois o lobby do fabricante… Read more »

Baschera

Um ano sem voos sobre o mar…. isto se realmente resolverem no final do terceiro trimestre…. qual o operador civil que aguenta ??

Sds.

Nick

Fico imaginando se o problema se repetir com essa gambiarra e tivermos não um incidente, mas uma tragédia.

[]’s

ricardo_recife

“falha catastrófica da engrenagem do eixo vertical”. “reprojeto do componente defeituoso”. “a solução interina, descrita por Bertling como introdução de “barreiras de segurança adicionais”, refere-se a modificação no sistema de monitoramento de vibração e instalação de luzes de alerta no painel para indicar a propagação de uma fissura no eixo vertical”. Estas três frases que me chamaram a atenção e posso resumir minha impressão desta forma: O problema é muito sério, e é uma questão bem mais profunda que apenas fadiga de material por culpa do fornecedor e não há solução a curto prazo, pois a “solução” oferecida refere-se a… Read more »

Ribeiro

Isto é como se costuma dizer um “ajuste técnico não padronizado”, ou simplesmente gambiarra…

ricardo_recife

Reformulando a frase final: “mas o que deveria ser uma solução definitiva para o problema das fissuras ainda não existe”.

Galeão Cumbica

Sai pra la esta gambiarra, nao quero viajar mais neste, o bom que a Peroba nao ta deixando eles voarem aqui no Pre sal, imagina sao 1uma hora mais 30 minutos de viagem so de ida, pra chegar em uma plataforma. Imagina entao a situacao da tripulacao da aeronave.

abracos
GC

Baschera

Galeão Cumbica,

Aguarde…. a contra-ordem já foi assinada…. mas… vamos ver se os pilotos e os sindicatos vão acatar.

Da missa…. não sabemos a metade…. ou alguém acha que o CEO da Lixocopter veio apreciar as belas praias e de quebra fazer uma visitinha ao stand deles na LAAD no RJ ??

Claro que não….. veio cobrar o compromisso da fatura…. afinal as eleições já estão batendo na porta…. entre outras falcatruas mais.

Tem até jornalista que levou “pito” e teve a matéria engavetada….

Sds.

Mauricio R.

Os sindicatos é até perfeitamente compreensivel, mas não entendo como os pilotos possam influir.

Baschera

Mauricio,

Pode não ser o caso, mas eu conheci muito sindicalista vendido…. e irem contra os interesses dos afiliados.

Pilotos podem se negar a voar na aeronave…..

Sds.

Marcos

O problema é que o conjunto de transmissão está subdimensionado para a potência dos motores e o peso da aeronave.

Marcos

Augusto:

Ou seja: não responderam absolutamente nada!

Agora, gostei mesmo foi do “alegadas” falhas. De alegada, não tem nada. É um diretriz da autoridade aeronáutica europeia que impõe restriçoes de vôos sobre o mar.

Nick

Caro Augusto,

Li essa entrevista e to rindo até agora . HSUAHSAHAHU!!! 😀

A arte do sabão praticada de forma extremamente elegante pela Helibrás….. hehehehe.

Mas o que tinha quer ser dito, foi dito: Eles precisam REPROJETAR a MGB. Só isso. E depois claro trocar esse conjunto de TODOS os EC-225/EC-725/AS532/AS332 que usam o mesmo…. Nada demais… 🙂

[]’s

Corsario137

Resumindo: TamuFu!
Quem ainda não comprou S92 que trate de comprar. Até o maldito Aw ta melhor de operar agora. EC175 eu to fuera!
Coitada da FAB e companhia que não tem escolha e vão ter que ficar com essa bomba na mão.

Almeida

Essa bomba não, estas CINQUENTA bombas de mais de DOIS BILHOES DE DOLARES…

Galeão Cumbica

Master Yoda,

Duvido mto que a Peroba vai deixar estas bombas voarem assim tao facil afinal os precos das acoes estao atreladas ao numero de trabalhadores que eles “matam” ou se “acidentam” por ano.

Este ai e da BHS o beija flor na lata lateral.

GC

Vader

Maldita Kombosa…

Marcos

Almeida: O contrato firmado entre o governo brasileiro e a Eurocopter para a aquisição dos EC-725 é em Euros, no valor total de E$ 1,847 bilhão. Vide informação aqui no site: http://www.aereo.jor.br/2011/03/01/desembolsos-programados-para-os-ec725/ Pelo câmbio atual, isso equivale a US$ 2,413 bilhões. Dada as oscilações das moedas, no passado isso já foi maior. Assim, cada unidade irá sair por US$ 48,260 milhões. Repito: isso pelo câmbio de hoje, porque no passado já saiu mais caro. O Sikorsky S-92, pelo preço de tabela, custa US$ 27 milhões. Aliás, o preço de tabela da versão civil do EC-725 é de US$ 28 milhões.… Read more »

Marcos

Pagamos por um Kombi modelo 1967, o preço que daria para comprar uma Mercedes modelo/ano 2013.

juarezmartinez

Senhores, a Lixocopter está “convencendo”a Petrobras que pode voltar a contratar as companhas que utilizam o Ec 225, a Gerente já deu ordem para sua “luger tenent” liberar goela abaixo, agora vamos ver o que a pelagada sindical vai fazer, ou vamos aguardar alguns petroleiros voltarem no saco preto em algum Napa da MB.
O problema tem solução, sim tem, s´[o vai custar um balaio de dinheiro, pois será necessário trocar toda a transmissão da aeronave, e aí voc~es já sabem né….

Grande abraço

Mauricio R.

Esse “convencimento” deve ser do mto bom, pois a “kombosa voadora” continua interditada na Europa.