Começam os testes operacionais do F-35A na Base Aérea de Edwards
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Objetivo é reunir vários elementos de equipamento, apoio, treinamento, além da experiência de pilotos, e criar práticas, táticas e procedimentos para transformar o F-35A numa efetiva arma de guerra
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Na segunda-feira, 18 de março, a Força Aérea dos EUA (USAF) divulgou nota sobre o início dos testes operacionais do F-35 por pessoal da Base Aérea de Edwards, na Califórnia. Trata-se de uma nova fase de testes do programa do The F-35 Lightning II na base, após a chegada dos dois primeiros aviões de teste operacional deste caça de quinta geração em 6 de março.
As equipes do 31º Esquadrão de Testes e Avaliações da Ala 53 determinarão como melhor operar tecnicamente a versão de decolagem e pouso convencionais F-35A. Outra unidade da Ala 53, o 422º Esquadrão de Testes e Avaliações da Base Aérea de Edwards (estado de Nevada), também recebeu aeronaves F-35A e tomarão parte no processo de teste operacional do jato.
O trabalho é receber vários elementos díspares, como o hardware e software da aeronave (liberados pelos testes de desenvolvimento), os treinamentos da 33ª Ala de Caça de Eglin (Flórida), além do apoio administrativo e logístico do “Joint Program Office” e do fabricante Lockheed Martin, e integrar todos eles em “práticas de manutenção, táticas, técnicas e procedimentos necessários para criar um sistema de armas incrivelmente letal que possa ir a campo e ganhar as guerras da nação”, disse o comandante do 31º Esquadrão, tenente-coronel Steven J. Tittel.
O tenente-coronel completou: “Temos aqui uma novíssima ferramenta e um completo conjunto de capacidades que nunca antes foi utilizado por forças de combate. Temos que pegar essa ferramenta e encontrar a melhor maneira de utilizá-la, para sair e derrotar um inimigo no campo de batalha.”
Como o F-35A deverá substituir aeronaves como o A-10 e o F-16, os pilotos selecionados para esses testes operacionais e de avaliação foram escolhidos a dedo dentre os melhores da USAF, para reunir uma ampla variedade de experiêncis para o programa. Isso permite reunir todas as tarefas ar-solo e incluir algumas ar-ar. Segundo o major Matthew L. Bell, comandante de voos do 31º Esquadrão, “o ponto básico é que temos todos esses aviões com capacidades especializadas e queremos ter certeza de que, quando forem substituídos por um único jato, nenhuma dessas experiências seja perdida.”
O major é um piloto de A-10 Thunderbolt II com mais de 1500 horas de experiência no modelo, e que fez a transição para o F-35 em dezembro do ano passado. Nesse sentido, o piloto agrega ao programa um grande conhecimento em capacidades ar-solo, de apoio aéreo próximo e de controle aéreo na frente de combate. Outros cinco pilotos adicionais trabalharão com Bell, agregando experiências nas aeronaves F-15E Strike Eagle e F-16 Fighting Falcon, nos campos de experiência ar-ar e de ataques de longo alcance.
O ponto, segundo o major Bell, “não é necessariamente tentar fazer esse jato operar exatamente como um F-15, um F-16 ou um A-10; estamos tentando descobrir como fazer o F-35 operar taticamente. Estamos tentando combinar todo esse conhecimento num novo conjunto de táticas para o mais novo caça dos Estados Unidos, de modo a ter certeza de que essas táticas farão sentido”.
Também foram recrutados para o programa equipes de manutenção. No total, o 31º Esquadrão tem aproximadamente 150 pessoas envolvidas nos testes operacionais e avaliação do F-35A. O esquadrão, nos últimos dois anos, cresceu para incluir cerca de 250 pessoas, trabalhando em forças de teste combinadas por toda a base. Além F-35 Lightning II, o pessoal do esquadrão também se dedica a programas como o B-1 Lancer, B-2 Spirit, RQ-4 Global Hawk e o MQ-9 Reaper.
No momento, as aeronaves passam por testes de motores no solo e de manutenção, e em breve deverá ser iniciada a fase de voos, para familiarizar os pilotos com o novo avião. Ainda é necessário um tempo para os pilotos ganharem experiência no novo caça para encararem os cenários difíceis em que estarão envolvidos. Serão vários anos de testes, com a parte formalizada começando em um ano e meio, sendo que até lá os pilotos já contribuirão com sua experiência no programa.
Os testes formalizados deverão avaliar o F-35A representativo de produção, assim como os equipamentos de apoio e o sistema de suprimento logístico num ambiente representativo de opreações. A meta é determinar se o programa é ou não viável e efetivo num ambiente de combate do mundo real. Isso inclui a sobrevivência da aeronave e sua habilidade em apoiar e executar operações de voo e manutenção em casa ou desdobrados, envolvendo os softwares de bloco 2 e 3 (Block 2 and Block 3 software). A esse respeito, o tenente-coronel Tittel afirmou: “Somos, em grande parte, desenvolvedores de táticas, mas ainda estamos avaliando a aeronave por uma perspectiva operacional, desde o momento em que a recebemos até quando a enviamos como um produto completo para as forças aéreas de combate.”
O comandante completou: “O que fizermos aqui ao longo dos próximos poucos anos representará, de forma absoluta, uma grande parte do que determinará a efetividade do jato nas operações do mundo real pelos próximos 30 a 40 anos, pelo menos”
FONTE / FOTOS: USAF (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
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Eu não quero nem imaginar o ambiente tenso em que esse pessoal vai trabalhar. Por um lado, gente do governo e do Pentágono querendo que eles não encondam nada sobre os problemas da aeronave. Do outro, figurões da Lockheed e das FAAs que querem que o programa avance a todo custo.
De fato, deve ser tenso.
Por outro lado, para quem gosta de estar vivenciando os últimos avanços em tecnologia aeronáutica (e voá-los), fazer parte de um esquadrão envolvido com F-35, B-1, B-2, RQ-4 e MQ-9, tudo isso em Edwards, também deve ser recompensador.
Não vejo como tenso mas sim desafiador. AS pessoas em Edwards envolvidas no programa sabem dos percalços enfrentados e certamente estarão muito motivadas para tirar o melhor do avião. recordando que também turminha “da pesada” de Nellis, onde está a Fight Weapons School, também recebeu recentemente os seus F-35
A existência de uma aeronave como o F-35 é possível devido à convergência de uma série de tecnologias que de tão importantes é absolutamente impossível mensurar qual a mais essencial, mas tem uma que não se pode desprezar, que pode ser sintetizada pelo kit JDAM compatível com as bombas da série Mk-80, dentre outras. Com as “bombas” JDAM foi possível uma mudança de paradigma muito maior que quando da introdução das bombas guiadas (Paveway, HOBO, etc) na década de 70. Com baixíssimo custo o kit JDAM permite que bombardeios efetuados a partir de médias e grandes altitudes tenha precisão no… Read more »
@HMS TIRELESS
O problema não são as aeronaves, mas as pessoas não diretamente envolvidas nos voos e que tem interesses políticos/financeiros nesse projeto. Os figurões. Gente do alto escalão militar e do empresarial. A famosa politicagem, que existe mesmo dentro das FAs. Pode apostar que as orelhas desses pilotos vão ouvir muito mais do que o silvo da F135…
Clésão,
Mas isso sempre existiu e sempre existirá.
Foi assim com todos os caças, veículos de combate, navios, etc, dos americanos. Todos, sem exceção, envolvidos nas mais diversas polêmicas.
O F-35 só “parece” ser mais “carregado” que os outros, mas penso eu que é mais devido á facilidade de acesso à informação hoje em dia que a algum grave defeito de “DNA” do caça americano.
Na minha visão o F-35 já é um vencedor e não há retorno e a fase do “alto escalão” dar “piti” já passou.
Bosco, quem libera as informações negativas do F-35 é o próprio pessoal do governo americano. Não é por causa da internet que se vê essa chuva de notícias contra o projeto. Até porque, no caso do F-111, ele nasceu numa época onde não existia computadores pessoais e seus problemas foram de conhecimento geral.
Mudando de assunto, sou só eu ou esse Lightning II vai ser mais um apelido que não vai pegar, como “Fighting Falcon” ou “Thunderbolt II”?
Caro Clésio,
Acredito que o apelido “carinhoso” do F-35 será Duck, DaffDuck (Patolino). 🙂
Sem dúvidas novas doutrinas deverão ser escritas para tornar o F-35 um caça além do F-16, A-10, F-18 e até mesmo o F-15. Caso contrário seria jogar dinheiro fora operar o mesmo como se fosse um A-10 ou F-16.
Sua furtividade e consciência situacional deverão ser explorados ao limite.
[]’s
Como diria um tonto que escrevia por aqui nos primórdios, “os cães ladram e a caravana passa”. Apesar de toda a choradeira e nhém nhém nhém, e com toda a torcida contra dentro e fora do USA, e dentro e fora das Forças Armadas americanas, o programa JSF avança a passos largos. Em breve teremos a capacidade operacional inicial deste que será o caça a ser batido no séc XXI. O software Block 3 já resolverá a maioria dos problemas detectados nas versões anteriores. E sempre avançando. Quantas unidades já encomendadas? 100? Com o que? Três anos de produção LRIP?… Read more »
Mudando de pato pra ganso, nessa segunda foto o dito cujo ficou bonito pra chuchu.
De fato, isso sim é uma “máquina belíssima”. Sem penduricalhos. Limpo. Uniforme.
Um projeto ainda não concluso e depois dos tk há de se aguadar os desdobramentos dos envolvidos dentro e fora da terra do tio sam
Não se discute a capacidade do F-35… Gosto estético também não… Mas a “beleza” do Lightning II é, digamos, stealth…
Gorducho demais para meu gosto…
Caro Rafael MF,
[X2] 🙂
[]’s