USAF entra em campo para defender licitação vencida pela Embraer
A Força Aérea dos Estados Unidos (USAF, na sigla em inglês) entrou em campo para defender a licitação vencida pela Embraer e sua parceira Sierra Nevada. O contrato está paralisado, após um questionamento feito pela Beechcraft, que perdeu a disputa. Mas a USAF vai solicitar oficialmente às autoridades americanas que os trabalhos sejam retomados, para que as empresas possam dar início à produção, na Flórida, dos turboélices A-29 Super Tucano.
O consórcio formado pela Embraer e pela Sierra Nevada venceu uma seleção para a compra do avião destinado ao programa LAS, de suporte à tropa e ataque leve. O contrato prevê um lote de 20 aeronaves e mais as estações de treinamento, peças, componentes e documentação técnica.Toda essa frota será repassada às Forças de autodefesa do Afeganistão, em formação.
O valor é de US$ 427 milhões. A médio prazo, o negócio pode chegar a US$ 955 milhões, abrangendo 55 Super-T, como o modelo é conhecido nos EUA.
A Beechcraft, derrotada, protestou contra o resultado no The U.S. Government Accountability Office, uma espécie de auditoria do governo. O ritual desse ato implica o congelamento das operações por 100 dias até que a agência avalie a queixa.
Há dois dias, em Washington, o general C.R. Davis, um dos principais oficiais envolvidos no processo de aquisições da USAF, disse que a Força vai invocar o direito de manter as providências no ritmo previsto, considerado o interesse nacional no programa.
O general Davis anunciou a assinatura do contrato formal com a Sierra Nevada e desta organização com a Embraer Defesa e Segurança. O consórcio ganhou essa concorrência duas vezes. A primeira, foi em dezembro de 2011. A então Hawker-Beechcraft ingressou com uma contestação judicial da decisão. Tentando evitar uma longa batalha nos tribunais, a USAF cancelou a seleção e abriu um novo procedimento. E convidou apenas os dois participantes originais.
Confiança
Ontem, o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, destacou que a interrupção temporária da venda dos A-29 Super Tucano para a aviação militar americana, é um procedimento padrão. “Vamos levar desta vez”, disse Aguiar. “Temos absoluta segurança do processo que foi feito. Foi muito rígido, muito severo”, completou.
Entre os argumentos da derrotada Beechcraft está o de que a assinatura do contrato com uma empresa fora dos EUA prejudicará a americana e pode levar à perda de 1,4 mil empregos no país.
Aguiar contesta esse argumento, destacando o fato de que a Embraer gerou, nos EUA, cerca de 800 empregos diretos desde 2008 e hoje emprega cerca de 1,7 mil pessoas. “A Beechcraft demitiu cerca de 5 mil pessoas desde 2007 e transferiu a sua produção dos EUA para o México, descontinuando, assim, cinco modelos que já foram líderes desse mercado. Não resta dúvida de quem é que tem a capacidade de crescer”, concluiu. E alfinetou a rival: “Tem de saber reconhecer a derrota, faz parte do jogo.”
De acordo com o executivo, os trabalhos visando o fornecimento dos Super Tucanos para a Força Aérea Americana estão sendo mantidos particularmente no setor de planejamento da produção. A primeira entrega está marcada para o segundo semestre do ano que vem.
Em São Paulo, o presidente do Conselho de Administração da Embraer, Alexandre Silva, afirmou que espera uma rápida conclusão dos questionamentos enfrentados pela companhia nos Estados Unidos. “A nossa expectativa é muito favorável”, disse, após evento com empresários da Câmara Americana de Comércio (Amcham).
O T-6, produto da Beechcraft, ainda está em desenvolvimento e não se enquadrou nos requisitos do programa LAS. O Super Tucano, por sua vez, é usado atualmente por forças de nove países e acumula pouco mais de 180 mil horas de voo, das quais cerca de 28,5 mil cumprindo missões de combate.
Toda a frota em atividade soma 172 turboélices de ataque e treino. A aeronave emprega 130 diferentes configurações de armamento. Na configuração Grifo, definida pela Aeronáutica da Colômbia, o A-29 realizou perto de 30 ações de bombardeio real contra alvos da guerrilha.
FONTE: Estadão, via Notimp (reportagem de Roberto Godoy e Luciana Collet)
TÍTULO ORIGINAL: Força Aérea americana defende vitória da Embraer em licitação
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A Bitchcraft conseguiu melar uma vez, mas duas acho difícil. E mais, o AT-6 deles morreu.
É questão de tempo ver os Super T fazendo patrulha nos céus do Afeganistão.
[]’s
A Beechcraft tá no papel dela. Mente pra caramba, e aciona todos os recursos do sistema legal e político para fazer valer um negócio que para ela é essencial, ao contrário da Embraer, que não vai falir se perder o LAS.
Aqui no Brasil por exemplo (FX2) a gente tem uma empresa concorrendo no FX2, a Dassault Aviation, que também mente pra caramba pra conseguir um negócio que pode evitar dela ir à falência também. E também aciona seus pauzinhos políticos e, quem sabe, até “propiníticos”…
Então os amigos vejam que é tudo igual…
Hora hora, na terra do Tio Sam parece que a livre concorrência é farinha pouca meu pirão primeiro, reequipar a força aérea do Afeganistão com Tucano, fala sério.
A Beechcraft é mesmo muito chata!!!
Se fosse possível dava um cascudo.
Perdeu, perdeu! 🙂
15/03/2013 – 17h14
Embraer é liberada a produzir o Super Tucano para a Força Aérea dos EUA
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1246999-embraer-e-liberada-para-produzir-o-super-tucano.shtml
Não sei o pq da indignação, até parece o roto falando do rasgado.
É parte do jogo jogado, segundo as regras do processo deles, fim.
Oxalá tivessemos processo similar no Brasil, a “parceria estratégica” nem existiria ou seria mto diferente dessa coisa nojenta que está aí, o Sisfron não seria entregue de mão beijada e sob suspeitas de favorecimento indevido, ao grupo da Embraer.
E isto se ficarmos somente nos “causos” mais recentes.