E-99 na Argentina: só um ‘Test drive’?
Em dezembro no ano passado divulgamos aqui uma nota publicada no site “Interdefensa Militar Argentina” sobre as demonstrações operacionais feitas por um E-99 (EMB 145 AEW&C) da Força Aérea Brasileira (FAB) na I Brig. Aérea “ El Palomar”, da Força Aérea Argentina (FAA).
Porém, deve-se destacar que a Argentina não está “nadando” (muito pelo contrário) em recursos e comprar aeronaves como essas são bem caras. Uma solução bem mais barata seria adaptar uma versão do radar Erieye empregado nos E-99 em outra aeronave já existente na frota da FAA. Esta aeronave já existe e se trata do Saab SF-340. A FAA adquiriu quatro exemplares deste modelo em 2008 para transporte.
Em 2009 surgiram boatos de que a Argentina estaria interessada em comprar dois ou três Saab 340 AEW&C que pertenciam à Força Aérea da Suécia (Flygvapnet), mas a falta de recursos (sempre ela) não permitiu que as negociações progredissem.
Portanto, uma solução muito mais razoável do ponto de vista técnico e financeiro seria a conversão de dois dos quatro Saab 340 da FAA em aeronave AEW&C através da integração do radar Erieye. A ida do E-99 então não passaria de um “test drive” dos argentinos para uma avaliação das potencialidades do radar. Sendo assim, caberia definir qual a empresa que faria esta integração. De início teríamos a Saab e a Embraer disputando.
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A outra alternativa seria a doação de todas as nossas aeronaves, afinal nós somos potência e estamos nadando em dinheiro.
Empréstimo? Nem pensar!!!
Ainda me recordo do pesadelo do empréstimo dos nossos Bandeirulha à Argentina durante a Guerra das Malvinas. Voltaram imprestáveis.
Tem um boato de que desse mato não sai nada, justamente pela falta crônica de $$$…mas que a FAB, em espaço hermano, aproveitou para “mapear” algumas rotas de ilegais que adentram o espaço…aéreo…brazileiro…
Quanto a hermano comprar E-99? Mais fácil o Sgtº Garcia prender o Zorro! Mas hermano é tão “parceiro” que é capaz de pegar financiamento no BNDE$ e comprar da $aab…
Por que daquelas superfícies verticais junto aos estabilizadores horizontais dessa aeronave?
Ia opinar para que les alugassem da gente, mas, eles não pagariam e os petralhas não cobrariam…… manda eles comprarem da China.
glaison
A estrutura e o radar geram uma quantidade enorme de turbulência, que pega todo o estabilizador vertical e aquelas aletas ajudam a melhorar a estabilidade.
Note que o Saab não tem essas aletas, mas o ângulo do radar da Saab é bem menor que da Embraer.
glaison, excelente pergunta.
O Marcos já explicou a questão do efeito aerodinâmico da antena do radar no estabilizador vertical do E-99.
Como no Saab 340 a cauda não é em “T” e o estabilizador fica embaixo, a antena do radar não influi (ou influi muito pouco dependendo do AoA) na atuação dele.
Esse ângulo da antena, no caso do E-99, é para, quando a aeronave reduzir a velocidade e elevar o ângulo de ataque, a mesma ficar na horizontal.
Dai fica fica a pergunta: por quê a aeronave tem de reduzir a velocidade?
Vou dizer o que eu acho.
Aviões de asa enflechada perdem sustentação em baixa velocidade, é preciso aumentar o ângulo de ataque, aviões de asa reta não.Daí vermos os jatos com nariz alto durante as aproximações, em um, por exemplo, C-130(asa reta), praticamente com o nariz apontado para a cabeceira, durante sua aproximação final.
No caso do E-99, a antena nessa posição se ajustaria ao fluxo de ar na aproximação e não iria perturbar a corrente de ar nos profundores em uma hora crítica, que é a aproximação em baixa velocidade para pouso.
A missão secreta que os E-99 realizaram na Argentina (também serviu para eles “avaliarem” a utilidade de uma aeronave deste tipo) foi, na verdade, mapear as rotas de narcotráfico e ilícitos praticados nas fronteiras entre a Argentina o Brasil e o Paraguay.
Quanto a possibilidade de aquisição….. bem aí…é so ver o estado das coisas por lá….e dá para se ter a resposta:
“No hay presupuesto”…..
O resto é lero-lero…..
Sds.
Roberto:
É! Olhando assim, tem lógica.
Notem também que o SAAB 340 com radar ganha umas barbatanas na parte inferior da cauda maiores do que nos aviões sem o radar no dorso.
“Portanto, uma solução muito mais razoável do ponto de vista técnico e financeiro seria a conversão de dois dos quatro Saab 340 da FAA em aeronave AEW&C”
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A estrutura da aeronave aguenta?
Me parece que os Saab 340 AEW&C tem estrutura reforçada.
Quando a Embraer ainda não dispunha dos ERJ145, ventilou-se a possibilidade de instalar o radar nos Brasilia, mas a Embraer descartou a possibilidade. Haveria necessidade de reforço estrutural em toda a aeronave. Só a estrutura de suporte e o radar em si pesam mais de 1 tonelada, sem contar a parafernália que vai dentro.
Agradeço as explicações dos colegas.
Essa configuração de asas enflechadas e cauda em “T” pelo que já li, causou muita dor de cabeça também nos caças antigos, em altos ângulos de ataque.