Boeing ‘pousando’ em São José em 2013
Boeing negocia unidade de pesquisa em São José dos Campos
Vivian Zwaricz
A ‘gigante’ norte-americana Boeing negocia a instalação de um centro de pesquisas e tecnologia no Parque Tecnológico de São José dos Campos. A medida deve ser concretizada no primeiro semestre de 2013.
As conversas estão sendo mantidas em sigilo. Em entrevista exclusiva a O VALE, Horácio Forjaz, diretor do parque, afirmou que duas grandes empresas virão para a cidade no ano que vem.
Durante evento em 12 de dezembro deste ano, quando assinou dois acordos individuais com o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) –ambos em São José–, Matthew Ganz, vice-presidente e diretor geral da Boeing Research & Technology, disse que pretende começar os trabalhos o quanto antes.
“Queremos iniciar as atividades no Brasil imediatamente. Se possível, já em janeiro”, afirmou ele na época. Questionado sobre a cidade que deve receber o centro de pesquisa no país, Ganz sorriu e disse que a herança tecnológica e aeroespacial de São José é muito importante. “Ainda estamos em fase de negociação.” O discurso é parecido com o do diretor do parque. “Ainda não podemos revelar porque é um processo delicado”, disse Forjaz.
Repercussão.
A possível instalação da Boeing em São José agradou lideranças do setor. “Trará novos conhecimentos na área de tecnologia aeroespacial e também a possibilidade de transferir tecnologia. Não só para São José e região, mas a vinda de uma das três maiores empresas de aviões do mundo será importante para todo o Brasil”, afirmou Agliberto Chagas, gerente do Cecompi (Centro para Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista).
Chagas participou da primeira fase das negociações, quando as partes foram apresentadas. “Sei que as conversas estão avançadas. Um centro da Boeing vai reforçar ainda mais São José na linha de produção e conhecimento aeronáutico”, disse.
Para Almir Fernandes, diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São José, mais empregos serão gerados.
“A maior cadeia de fornecimento está na região. A Boeing vai desenvolver e comprar, assim, vai gerar empregos. Será um marco para a cidade. Esperamos que a vinda dela seja o mais rápido possível”, disse.
Estudantes do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) já foram recrutados pela empresa por meio do programa ‘Ciências sem Fronteiras’, do governo federal, e deverão formar a mão de obra do novo laboratório da empresa.
Memória
No último dia 1º de agosto, a Boeing promoveu um encontro com empresários da região no Parque Tecnológico de São José.
O objetivo era alavancar fornecedores para os projetos que a fabricante está discutindo com empresas brasileiras, principalmente a Embraer, que será responsável pela montagem e desenvolvimento do F-X2, programa da Força Aérea Brasileira para a compra de 36 caças estimado em R$ 10 bilhões. Além da Boeing, concorrem a francesa Dassault, com o caça Rafale, e a sueca Saab, com o avião Gripen NG.
Em junho, a Boeing formalizou parceria com a Embraer para o cargueiro KC-390. Procurada, a Boeing não fala sobre o assunto.
POR DENTRO
Rumores
Fabricante norte-americana de aviões, a Boeing instalar um centro de pesquisa e tecnologia em 2013 no Parque Tecnológico de São José
Interesse
Em abril, estudantes do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) em São José, já foram recrutados pela empresa por meio do programa ‘Ciências sem Fronteiras’ do governo federal e deverão formar a mão de obra do novo ‘laboratório’ da empresa na região
Repercussão
A possível vinda da Boeing para São José agrada lideranças do setor, já que na região está a maior cadeia de fornecedores aeronáuticos do país
Parceria
Em junho, a Boeing formalizou parceria com a Embraer para o cargueiro KC-390
De olho
Relatório técnico da FAB (Força Aérea Brasileira), divulgado no início de dezembro aponta o caça norte-americano F-18 Super Hornet, produzido pela Boeing, como a melhor opção para modernizar a frota brasileira, foco do programa F-X2, que se arrasta desde 2001. Além do caça americano, concorrem ao contrato do governo brasileiro, estimado em R$ 10 bilhões, o modelo francês Rafale e o sueco Gripen NG
Parque Tecnológico
Espera abrigar pelo menos duas novas grandes empresas em 2013. Medida deve gerar cerca de 50 novos empregos
Linhas de atuação
São cinco: Aeronáutica, Energia,
Água e Saneamento Ambiental,
Saúde e TI (Tecnologia da Informação)
FONTE: O Vale
SAIBA MAIS:
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- Executivo da Boeing fala do F-X2 e do KC-390 após parceria com Embraer
Que pena!!!
E eu que tinha esperança de ver o F-5 em produção novamente. Sei lá, um F-5H!!!
Pode parecer brincadeira, mas para um Brasil sem ambição nenhuma, onde a corrupção é generalizada e corre solta, as vésperas de um novo apagão energético, elétrico e de petróleo, saúde, educação e segurança públicas abandonadas, por em linha de produção local o F-5, não seria mal negócio, já que essa seria uma opção barata para fazer policiamento aéreo.
Marcos, desculpe, devo estar um pouco “lerdo” hoje, mas o que tem a ver a Boeing abrir unidade de pesquisa em São José dos Campos com a esperança do F-5 ser produzido novamente?
Caro Marcos,
O F-5 dos tempos atuais tem nome: Gripen. 🙂
O F-20 TigerShark seria válido ainda hoje, se tívessemos comprado a linha de produção deles. Mas o Gripen com o mesmo motor do F-20 tem mais capacidade.
[]’s
Que notícia interessante! E agora, o que dirão da Boeing, aqueles que entoam o mantra de que francês só faz Tot para francês?
Pois é…
Abraços.
Marcelo, Acho que continuo meio “lerdo” hoje mesmo para entender os comentários. Até onde sei (e o que foi divulgado) ao menos o nome de “centro de pesquisas e tecnologia” significa uma organização que vai desenvolver novas tecnologias (podendo aplicar nisso as existentes) nas áreas citadas ao final da matéria. Sem querer defender a Boeing ou malhar empresa francesa (mesmo porque não sou adepto disso), mas o que uma proposta de desenvolvimento local de tecnologia para aplicação tanto local quanto global tem a ver com esse tal “mantra” de transferência de tecnologia para si mesmo? Sobre a iniciativa, estão seguindo… Read more »
Vou tentar ajudar,Nunão ele que dizer que se o F18,ou seja lá qualquer outra coisa, a boeing vai transferir tecnológia para o Brasil, ou seja para sua própria subsidiaria no Brasil, Boeing transferindo tecnologia para a Boeing, assim como a França faz com a helibras,certo Marcelo?
“Nunão” disse:
“Marcos, desculpe, devo estar um pouco “lerdo” hoje, mas o que tem a ver a Boeing abrir unidade de pesquisa em São José dos Campos com a esperança do F-5 ser produzido novamente?”
Xiguinti:
No meu entendimento isso ai tudo é para ver se conseguem fechar o contrato dos F-18 com a FAB. E no meu comentário sobre os F-5, na verdade tentei ser irônico. Ou nem tanto.
Mas é isso mesmo, no mundo real, não existe isso, de uma empresa desenvolver tecnologia e passar de mão beijada para outra( a não ser que seja tecnologia ultrapassada, e a qual o país interessado tenha capacidade de desenvolve-la sozinho,ai os “parceiros estratégicos” repassam essa tecnologia que mais cedo ou mais tarde desenvolveriamos sozinhos, agora tecnologia de ponta,iszo non ecxiste..),ela abre uma subsidiaria no país e presta seus serviços, inclusive a Embraer faz isso, não sejamos inocentes! A boeing vai trabalhar em conjunto com empresas nacionais para “desenvolver”tecnologia e prestar assessoria,e não simplesmente “entregar” tecnologia.Abçs
A galera que acha que a Boeing e outras empresas estrangueiras devem repassar Full tecnologia, que achariam se repassasemos a tecnologia, para o Paquistão fabricar o MAR-1 , ou a Colômbia fabricar o Tucano,só porque compraram unidades?Iszo non ecsiste.Abçs
Também não entendi onde está a ToT “à francesa” (de si para si mesmo) na matéria. Salvo melhor juízo o que a Boeing está criando é um centro de pesquisa, não uma subsidiária para transferir a tecnologia, como as empresas francesas adoram fazer.
Mandou mal nessa o Marcelo…
Ah sim: mais um veículo apontando que o Boeing F/A-18E-F foi o primeiro colocado no short-list da FAB.
De modo que acho que quanto a isso não há mais dúvidas.
Vader companheiro, se puder me tire uma dúvida, no primeiro vazamento da colocação do short-list de Gripen, ai houve aquela manipulação para ajudar o Rafale,mesmo assim deu o SH? então no “último” vazamento deu SH, Rafale e Gripen por último?Desde já agradeço-te
# …deu gripem….
Na verdade quis dizer que não existe isso, de fazer Tot para si mesmo, nem com os franceses, nem com os americanos, nem com os suecos. Quaisquer subsidiárias que possuam aqui, sejam centros de desenvolvimento de tecnologias, ou fábricas mesmo, contanto que empreguem mão de obra técnica brasileira, estão realizando Tot, de uma forma ou de outra, e contribuindo para o nosso desenvolvimento. Bem, espero que agora tenha ficado claro o que eu penso. E também não tenho preferências entre Americanos, Franceses ou Suecos. Só acho o Gripen pequeno….mas na situação que estamos qualquer um dos 3, contanto que novo,… Read more »
Nada bobo este pessoal da Oing Boing, mao de obra da melhor qualidade no pais fornecidas pela UNESP e o ITA no vale do paraiba, fora um dos melhores parques industriais do pais! No sertão ninguem quer ir. Esta de TOT serão iguais os carros feitos no Brasil, serão nacionais com kits internacionais.
GC
Nem eu quero ir pro sertão.
E há algo que interesse a Boeing, no sertão???
Não.
Então prá que ir até lá???
…
nunes neto disse: 29 de dezembro de 2012 às 21:48 O primeiro relatório da COPAC/FAB, de 2009 (pouco tempo portanto após o “anúncio” feito pelo Lula de que compraria o Rafale), deu NG, SH e Rafale, conforme resultado vazado à jornalista Eliane Cantanhede (Folha de São Paulo). Tentando ajustar o relatório à “decisão” do Lula, Nelson Jobim mandou mudar os pesos da avaliação final desse relatório, porque, segundo ele, o mesmo não teria levado em conta a END (que era nova, de 18/12/2008, e posterior ao início da fase final do FX2, cuja short-list saiu em nov/2008), e a exigência… Read more »
Marcelo disse: 29 de dezembro de 2012 às 21:57 Marcelo, eu não acredito em ToT. Ou melhor: acredito que o conceito de ToT é algo muitíssimo mal compreendido, principalmente na END. Qualquer coisa pode ser compreendida como ToT. Assim, se a Chengdu (exemplo) resolver abrir uma filial chamada Chengdu do Brasil S/A, da qual seja acionista majoritária a Chengdu Aircraft Industry Corporation (exemplo), e se propuser a montar aqui seus caças J-10, para vendê-los ao Paraguai, Uruguai e Bolívia (exemplo), isso é transferência de tecnologia. Sim: empregos serão criados; plantas fabris serão montadas; fornecedoras locais serão contratadas para algumas peças… Read more »
Galeão Cumbica disse: 29 de dezembro de 2012 às 22:54 Qualquer que seja o contratado do FX2 a parte principal do parque industrial ficará no Estado de São Paulo. Se a Boeing, principalmente no Vale do Paraíba; se a SAAB, entre este e o ABC (especialmente São Bernardo do Campo). Ainda, notícia de ontem (29/12) do Correio Popular, dava conta de que a Prefeitura Municipal de Campinas quer que a terceira área do pólo de alta tecnologia (Ciatec III) da cidade seja montada na área da Fazenda Chapadão, propriedade da União Federal em que fica, entre outras unidades, o comando… Read more »
Vader,obrigado pela resposta,não teve jeito mesmo para a Jaca,um ótimo avião,mas carissimo!Em relação a sua dissertação sobre ToT, 100% apoiado, é isso mesmo, resumiu com maestria.Abçs
“….ela oferece uma parte do conhecimento, exatamente os que foram requeridos pela FAB no seu RFP…” E que deverá ser internalizado pela FAB através da DCTA e do PAMA aonde essas aeronaves serão mantidas aqui. O que significará mto pouco espaço p/ a Base Industrial de Defesa, de duvidosa serventia diga-se de passagem; se intrometer. Não há o que inventar, as aeronaves chegariam semí-montadas e a montagem final completada no PAMA que irá mante-las. Nada de pitaco de Comdefesa da Fiesp, Embraer, Avibrás, Mectron e quetais. Infelizmente o governo atual é excessivamente permeável aos interesses desse bando de inúteis. “…para… Read more »
Maurício, não se engane: se sair o FX2 (e é um enorme “SE”), a Embraer estará no meio. Junto com todas essas que você mencionou.
Também não sou o fã nr. 1 da Embraer, mas pense pelo lado positivo:
Poderia ser a Odebrecht… 😉
Continua de vento em popa o plano de longo curso para transformar a Embraer numa subsidiária da Boeing…
A orquestra continua tocando e segue a dança com o Diabo…
Caro Gilberto Rezende, eu não vejo desta forma.
Mas digamos que, em caráter meramente especulativo, ocorra uma absorção da Embraer pela Boeing. Seria isto algo desastroso? Só teríamos desvantagens? Lembrando que o Comando da Aeronáutica (leia-se Estado Brasileiro) detem a tal da “golden share” e decisões de alto nível como essa passam pela FAB.
Giba:
Sua histeria antiamericana está atingindo níveis preocupantes. Basta uma empresa brasileira vender um parafuso ao governo dos EUA para você enxergar aí grave comprometimento à segurança nacional. Ademais sua percepção é absolutamente equivocada. O que a Boeing pretende e instalar aqui um centro de pesquisa, sem falar nos acordos já firmados contemplando o KC-390 e o Super Tucano ou seja, algo muito produtivo, proveitoso e acima de tudo mais honesto que a risível promessa de “Transferênfia di tequinúlugia” da Dassault, onde ela certamente irá transferir tecnologia para a Dassault do Brasil LTDA.
A “preocupação” do Gilberto Rezende com a Embraer chega a ser algo hmmm, digamos… comovente. 🙂 Já os acionistas da Embraer, seus legítimos e legais proprietários, e únicos que teriam algo a dizer sobre o caso, esfregariam as mãos de contentamento caso a Embraer de fato recebesse uma proposta para se unir à toda poderosa Boeing, a maior empresa de aviação do mundo. Sempre lembrando que a União Federal detém sua golden share com poder de veto para: – Mudança de denominação da Companhia ou de seu objeto social; – Alteração e/ou aplicação da logomarca da Companhia; – Criação e/ou… Read more »
Boeing + Embraer = F-18 Roadmap ou F-15SE.
Para mim nao existiria melhor noticia para a FAB.
Abro mao e minha preferencia pelos SH em favor dos Silent Eagle.