Embraer é favorita em contrato nos EUA
Governo americano vai gastar US$ 355 milhões na aquisição de 20 aeronaves
O governo americano deve anunciar em dezembro, um mês antes da posse de Barack Obama, o resultado da escolha de sua aeronave de ataque leve e apoio à tropa terrestre, o programa LAS, envolvendo 20 aviões.
O favorito é o turboélice brasileiro A-29 Super Tucano, da Embraer. O contrato vale cerca de US$ 355 milhões. A frota será toda transferida para a aviação militar do Afeganistão. É um negócio importante. A encomenda encaminha um segundo pedido de 100 unidades para atender as Forças dos Estados Unidos – estimado em US$ 1 bilhão.
O processo de seleção tem sido tumultuado. Há um ano, a Embraer superou a outra concorrente, a Hawker-Beechcraft, que participava da disputa com o modelo AT-6, muito limitado e fora da especificação definida no Departamento de Defesa.
Anunciado o resultado. a empresa derrotada recorreu à Justiça contestando o critério e pedindo esclarecimentos a respeito do procedimento.
No dia 28 de fevereiro, a Força Aérea dos EUA (USAF) comunicou a decisão de cancelar a compra e abrir um novo edital limitado às duas propostas, da Hawker-Beechcraft e da Embraer.
Em abril, em visita oficial a Washington, a presidente Dilma Rousseff cobrou do presidente dos EUA, Barack Obama a preservação da escolha inicial. “Os EUA sempre falaram no respeito aos contratos. Como é que, agora, não respeitam um deles?”, questionou Dilma.
Integrante do grupo de executivos e empresários que acompanhava Dilma, o presidente da Embraer, Frederico Curado, destacou que a importância do contrato está no objetivo estratégico. “A operação com o Departamento de Defesa vale como selo de qualidade para os Super Tucanos”, disse.
Concorrência
Políticos do Estado do Kansas, sede da Hawker, movimentaram-se em Washington em favor de uma revisão no processo de aquisição. O então pré-candidato republicano, Newt Gingrich, criticou duas vezes a vitória da empresa brasileira, como “exemplo de negligência do governo” Obama em sua missão de gerar empregos.
Gingrich omitiu o fato de a Embraer planejar produção desses Super Tucanos em Jacksonville, Flórida. Os brasileiros atuam na empreitada com um parceiro local, a Sierra-Nevada Corporation. O vice-presidente, Taco Gilbert, se diz confiante: “As missões LAS exigem aviões feitos para operar em ambiente hostil, prontos para fazer o trabalho de contra insurgência e de ataque leve, tudo a custo reduzido”.
Nessa fase final, o Super Tucano – rebatizado Super-T nos Estados Unidos – cresceu em qualidade. Desde julho, o modelo está no oferecendo no mercado sistemas de armas de avançada tecnologia da Boeing Defesa, Espaço e Segurança. A empresa americana fornecerá equipamentos de ponta como o Joint Direct Attack Munition (JDAMS), espécie de kit que transforma bombas “burras” em “inteligentes”, para ataques de precisão.
A Boeing foi selecionada pela Embraer para participar do plano destinado a adicionar essas capacidades ao turboélice A-29.
O presidente da Embraer Defesa e Segurança (EDS), Luiz Carlos Aguiar, acredita que a integração de sistemas vai influenciar a disputa LAS. O Super Tucano é o escolhido por Forças de dez países e acumula pouco mais de 137 mil horas de voo, das quais cerca de 18,5 mil cumprindo missões de combate. Toda a frota em atividade soma 150 turboélices de ataque e treino. A decisão do Pentágono só será conhecida no fim deste ano.
FONTE: O Estado de São Paulo (reportagem de Roberto Godoy e Denise Marin)
FOTO: Força Aérea Colombiana
VEJA TAMBÉM:
- LAS: Embraer confiante na vitória
- Lobby contra Embraer deixa afegãos sem aviões de guerra
- JDAM e SDB para o Super Tucano atacar a concorrência, via Boeing
- Sierra Nevada submete resposta ao RFP da USAF para o programa LAS
- Sierra Nevada vai à justiça contra a USAF
- Para Embraer, LAS recomeçará do ‘zero’
- Dilma interrompe Obama para comentar sobre Embraer
- LAS: USAF anuncia convocação da Embraer e da Hawker
- Após anulação, EUA indicam Embraer para o LAS
- A-29 x AT-6: USAF diz que problema na concorrência foi um caso isolado
- A-29 x AT-6: após USAF admitir erro interno, Sierra Nevada cobra rapidez
- USAF: cancelamento de contrato com Embraer é “vergonhoso”
- Nova disputa do LAS: Flórida lamenta os empregos que pode perder…
- Hawker divulga comemoração de congressista sobre revisão do LAS
- EUA cancelam acordo com Embraer para compra de Super Tucano
- Super Tucano vence programa LAS da USAF
- Artigo no site da USAF defende o uso do Super Tucano no Afeganistão
- A Hawker contra-ataca: início da produção em baixa cadência do AT-6
- Hawker defende sua aeronave em disputa com Embraer
- Interesse da Embraer na compra da Hawker?
- Hawker Beechcraft pede concordata nos EUA
Vamos ver se agora os americanos não vão nos dar um pé na bunda depois que Obama foi reeleito e pode ter certeza que vai influenciar na decisão do FX-2 se Dilma não comprar caças tampão na Rússia…
Apesar de não haver uma relação direta, o cancelamento da vitória do Super Tucano atrapalhou muito um provável anúncio do Super Hornet. Vamos ver agora.
[]’s
Olha, na boa: bem que a Dilma poderia ir de mala, cuia, e decisão do FX-2 debaixo do braço para Washington no começo de janeiro, chama o Obama, e façam um pronunciamento conjunto de EUA com Super Tucano e Brasil de F-18, e assim deixa todo mundo contende, da situação e da oposição nos dois países, numa tacada só!!!!
Mais uma vez, o LAS não é vinculado ao FX-2.
As aeronaves são para o AFEGANISTÃO e não para a USAF.
Mesmo o segundo lote NÃO é para a USAF é para formar uma escola americana para preparar os pilotos dos próximos parceiros do programa LAS (Iraque ?, Líbia?, Paquistão? ).
No momento não há qualquer previsão de uso do Super Tucano organicamente por unidades de combate da USAF.
É impressão minha ou o jornalista não traz nada de novo?
Parece que ele estava sem pauta e resolveu escrever essa matéria só porque ele tem a obrigação contratual de fornecer textos para o jornal.