Primeiro-Ministro britânico David Cameron promove o caça a jato Typhoon em visita a países do Oriente Médio

Segundo reportagem do jornal “The Telegraph” publicada nesta segunda-feira, 5 de novembro, o Primeiro-Ministro britânico David Cameron embarcou numa viagem de três dias ao Oriente Médio, na qual vai promover a venda de novos caças Eurofighter Typhoon para líderes do Golfo Pérsico. O objetivo é dar um “empurrão” nesses negócios, que podem chegar a cerca de 100 caças no valor de bilhões.

Ainda que não se consiga tantas vendas, qualquer novo contrato seria uma ajuda significativa para a BAE Systems, principal grupo de defesa britânico, que no mês passado viu naufragar sua tentativa de fusão com a EADS europeia, após o Governo Alemão bloquear a iniciativa.

Emirados Árabes Unidos

Segundo o jornal, é pouco usual que um Primeiro Ministro mostre de forma tão clara a necessidade de se ganhar contratos de defesa. Sua intervenção sugere que a BAE e o Governo acreditam ter boas chances de persuadir os Emirados Árabes Unidos a comprar 60 caças Typhoon, ainda que estejam engajados em intermináveis negociações para comprar os caças Rafale da francesa Dassault.

Após perderem para a Dassault o acordo de venda de 126 caças à Índia, no início do ano, esta seria uma grande jogada para a BAE e seus parceiros no consórcio Eurofighter, como a EADS e a Finmeccanica. A incapacidade de conquistar o contrato indiano foi uma das principais motivações por trás da tentativa de fusão da BAE com a EADS. Cameron deverá usar todas as suas habilicades de persuasão para convencer os Emirados a trocar sua atual frota de caças Mirage por Typhoons.

Os britânicos também querem apertar mais seus laços com países do Golfo, em meio a preocupações sobre as supostas tentativas do Irã em desenvolver armas nucleares. Fontes disseram esperar que a venda do Typhoon seja parte de um “esforço articulado para estabelecer uma parceria estratégica de defesa de longo prazo com os Emirados”. Cameron deverá conversar com o Príncipe da Coroa de Abu Dhabi e com o Primeiro-Ministro dos Emirados sobre as melhores maneiras de aprofundar as relações militares dos dois países.

Omã e Arábia Saudita

Espera-se que um contrato com Omã, que atualmente está em conversações com a BAE para 12 caças Typhoon, seja assinado perto do final do ano. Os sauditas também estariam planejando uma encomenda “substancial” de mais jatos, além dos 72 que já adquiriram.

Se a promoção dessas vendas vingar, estima-se que os acordos rendam mais de 6 bilhões de libras para empresas britânicas, com mais benefícios para companhias que formam a cadeia de fornecedores. Vale lembrar que parte significativa da produção dos caças é realizada na Grã-Bretanha.

O desafio de mostrar capacidade fora do eixo da OTAN

O Reino Unido pretende demostrar sua habilidade em desenvolver ligações fora dos tradicionais parceiros da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Já os países do Golfo deverão cobrar o compromisso britânico com a região, levando em conta a retirada de tropas britânicas do Afeganistão.

Na semana passada, também foram veiculadas notícias sobre a base próxima a Dubai poder ser utilizada como uma estação permanente para caças Typhoon.

FONTE / FOTO (de Cameron): The Telegraph (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês – a tradução do título original foi aproveitada para o subtítulo)

DEMAIS FOTOS: Eurofighter

NOTA DO EDITOR: num momento em que o discurso por parte de representantes do Governo Francês é de não promover diretamente a venda de caças (como foi o caso no Governo Sarkozy nos Emirados, sem sucesso), aparentemente a postura britânica é exatamente oposta. Qual das duas atitudes vai vencer, no final?

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Marcos

Voltemos ao Brasil!

O que seria coerente para o Brasil, hoje?
Se o governo está disposto a desembolsar recursos para um Rafale, deveria estar disposto a desembolsar os mesmos recursos para um caça infinitamente superior, no caso o F-35.
E o quê fazer?
Iniciar negociações, adquirir um primeira aeronave, mandar uma equipe de pilotos instrutores, engenheiros, mecânicos, equipe de apoio para iniciar testes, adquirir capacidade de manutenção e operacional. Lá por 2020 poderíamos começar a receber as outras unidades do lote encomendado.

Nick

Caro Marcos, Acredito que o FX-2 do jeito que está se tornou um programa emergencial. Ou seja, existe a necessidade IMEDIATA de reposição primeiramente dos M-2000 do GDA e posteriormente dos F-5EM mais desgastados, que deverão dar baixa já a partir de 2017, ou até antes. Seja os 3 do FX-2, ou qualquer outro de prateleira( F-16 Viper, SU-35S) são necessários. Agora também não podemos prescindir de caças de 5ª geração que serão o padrão dos anos 20 em diante. Nesse caso, o ideal seria o Brasil desenvolver algo em parceria, mas com a miopia deste e outros governos, é… Read more »

Mauricio R.

Sei não, mas me parece que o “fura zóio” do F-16, vai render mais um tanto de trabalho; p/ a “Lockmart”.

Gilberto Rezende

Segundo a divulgação do Livro Branco o governo brasileiro já cogita neste documento um futuro processo de compra de um caça de 5ª geração para o ano de 2020.

Assim o vencedor do FX-2 JÁ SERÁ o Tampão para esta futura compra…

Vader

Prezados, não viajem. Se demoramos 15 anos pra escolher um caça de 4a geração vocês sabem quando escolheremos um de 5a?

O Brasil terá um caça de quinta geração no mesmo dia em que eu aprender a chupar laranja, assoviar e fazer malabares ao mesmo tempo.

Vader

Quanto à reportagem em si: Da mesma forma que não concordava com o papel de mercador de aviãozinho do Sarkozy (fazendo propaganda de Le Jaquê), tampouco posso concordar com o PM da GB fazendo do Typhoon. A BAe está na dela. Pode arrumar um bom contrato com os EAU, na ressaca do fiasco do Rafale naquele país. E um contratinho pequeno mas importante com Omã. O que seria até mesmo lógico, dado que o Typhoon já é operado por aquelas bandas (AS). A verdade é que uma venda ao EAU e Omã, além de um novo lote para a Arábia… Read more »

DrCockroach

Estah parecendo que o Cameron nao foi fazer propaganda do Typhoon, mas detalhar a venda dos Typhoon, conforme comunicado conjunto:

“Establish a defence industrial partnership that involves close collaboration around Typhoon and a number of new technologies Grow UAE investment in UK infrastructure and British investment in the UAE in aerospace, ICT, service ventures, communications, munitions and capability, broadening the industrial and business partnerships between UAE and UK companies, aiding technological development and diversification”
http://www.wam.org.ae/servlet/Satellite?c=WamLocEnews&cid=1290001593793&p=1135099400124&pagename=WAM%2FWamLocEnews%2FW-T-LEN-FullNews

Ou seja, eh o Typhoon e o programa de offsets.

[]s!