Super Hornet: frota da USN terá fusão de dados de sensores e de data-link

4

Fase I do programa da Marinha dos EUA, em testes operacionais desde julho, é voltada para a fusão de dados dos sensores do caça com dados provenientes de data-link, na arena ar-solo – a fase II, visando o emprego ar-ar, já está voando em aeronaves de testes de desenvolvimento

Segundo reportagem publicada no site Flightglobal na quarta-feira, 26 de setembro, a Marinha dos EUA (USN) iniciou um programa de incrementos que visa adicionar capacidade de fusão de sensores à sua frota de caças Boeing F/A-18E/F Super Hornet. O primeiro exemplar iniciou os testes operacionais neste ano.

O Comando de Sistemas Aéreos da USN (NAVAIR – US Naval Air Systems Command) informou que a fase I da integração multisensores (MSI – Multi-Sensor Integration Phase I) será disponibilizada em 2013 para a frota, com a configuração de software Set H8E. Isso incorcopra sensores para a missão ar-solo, e os testes operacionais desse programa já começaram, segundo o NAVAIR: “O conjunto do programa (software) de modernização da configuração de sistema H8E para o  F/A-18E/F Super Hornet e o EA-18G Growler iniciou os testes operacionais em julho de 2012”.

Após a fase I, voltada à arena ar-solo, fase II visa o emprego ar-ar

A atividade desta fase I inicia o processo de fusão de informações geradas pelos sensores de orientação ar-solo do Super Hornet com dados vindos de fora do sistema, provenientes de fontes como data-links. Porém, a USN planeja aprimorar ainda mais as capacidades de fusão de sensores dos caças F/A-18E/F com o próximo aprimoramento do MSI.

Segundo o NAVAIR,  “a fase II da MSI aprimora o projeto a partir da fase I e incorpora a (arena) ar-ar na arquitetura dos sistemas como um todo. O desenvolvimento dos algorítimos do software continua para correlacionar alvos múltiplos do solo e superfície de fontes de sensores no navio e fora do navio, e também continua para início da integração com a visão comum da situação tática.” De acordo com documentos do orçamento da USN, essa fase também vai expandir capacidades de acompanhamento e correlação a partir de alvos que emitem sinais, “para aprimorar a letalidade contra alvos estacionários ou móveis.”

A fase II deverá ser incorporada aos esquadrões de Super Hornet com a entrega do software H10E. A NAVAIR afirma que “a fase II da MSI está atualmente voando em aeronaves de testes de desenvolvimento e deverá ser usada em campo no ano fiscal de 2014.”

A fase seguinte deverá adicionar contra-ataque eletrônico (counter-electronic attack – CEA) e um aprimoramento na visão tática ar-ar, de acordo com documento da USN: “a fase III do MSI utiliza as atualizações anteriores da MSI e as combina no conjunto de configurações de sistema H12 (H12 System Configuration Set) com melhorias em tela de exibição (display), para aprimorar a integração de sensores ar-ar e CEA.”

USN pensa em atualizar “firmware” das telas – Boeing oferece a tela única

A Marinha dos EUA prevê atualizações no “firmware” (software dedicado incorporado ao “hardware”, que é a parte física) das telas, o que permitiria que os processadores da aeronave sejam utilizados plenamente. Isso seria combinado com melhorias na simbologia das telas e interfaces com a tripulação, sendo que a fase III da MSI seria comum aos Super Hornets e Growlers.

A Boeing já sugeriu que sua tela de grande área poderia ser considerada para incorporação à frota de Super Hornet da USN, como parte dessas melhorias (nota do editor: a tela única, conforme apurado e experimentado em simulador de demonstração do conceito pelo Poder Aéreo, promete oferecer maior flexibilidade ao piloto na organização da informação exposta, dispondo também de maior área, além de pesar menos do que o conjunto de várias telas).

Além da MSI, a Marinha dos EUA está trabalhando para adicionar geolocalização de navios únicos e capacidade de identificação de emissores específicos ao Super Hornet, permitindo que o caça ataque sistemas de defesa aérea inimigos. Essa informação está em documentos que trazem as justificativas do orçamento (budget justification documents). Segundo esses documentos, ao longo de 2013 a Marinha planeja “continuar o desenvolvimento dos algorítimos do software para aprimorar identificação e localização.”

FONTE: Flightglobal (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

Colaborou: Sandro

NOTA DO EDITOR: devido às intermináveis (embora em boa parte das vezes produtivas) discussões na internet sobre os três finalistas do F-X2, é comum que se crie estereótipos a respeito de cada um dos caças concorrentes, conforme preferências pessoais descambem em tentativas de desqualificação do caça “adversário”. No caso do Super Hornet, tem sido comum criticá-lo dizendo que estaria no limite de seu desenvolvimento e que a Marinha dos EUA, já de olho no F-35, abandonaria futuros aprimoramentos do caça.

Esses estereótipos levaram o Poder Aéreo até a brincar com esse tema, já em agosto de 2010, quando publicamos esta “charge” que  resume  o que se costuma falar para depreciar cada um dos concorrentes. Muito “especialista de internet” ainda diz por aí que o Super Hornet não tem futuro.

Mas, como essa e outras notícias mostram (algumas apuradas pelo próprio Poder Aéreo), isso parece estar bem longe da verdade. O Super Hornet aparentemente tem um futuro de contínuos aprimoramentos pela frente, como historicamente ocorre com aeronaves de linha de frente da Marinha dos EUA. Muitas “lendas de internet” relacionadas aos caças Gripen e Rafale também precisam ser revistas, pois várias delas não sobrevivem à contraposição com fatos comprovados de desenvolvimento dessas aeronaves.

Como o F-x2 tornou-se um assunto um tanto “traumático” para muita gente, ou mesmo forma de “terapia virtual” para exteriorizarem suas próprias frustrações, é  hora de muitas opiniões formadas por esses longos debates passarem por “análise”.

VEJA TAMBÉM:

Subscribe
Notify of
guest

4 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments