Alemanha oferece Typhoons ‘Tranche 1’ usados à Suíça

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Notícia é do jornal suíço ‘Der Sonntag’, que afirma que 33 Typhoons de ‘segunda-mão’ custariam o mesmo que 22 Gripens novos

O jornal suíço “Der Soontag” publicou no sábad0, 25 de agosto, notícia sobre uma suposta oferta à Suíça de caças Eurofighter Typhoon usados da Alemanha. A informação teria sido passada por “fontes locais” do jornal, e a oferta seria do próprio fabricante EADS.

Seriam 33 caças Typhoon usados por aproximadamente 3,2 bilhões de francos suíços, valor similar ao que se pretende pagar por 22 jatos novos Gripen E/F. Estes últimos são a preferência do chefe do Departamento de Defesa da Suíça, Ueli Maurer.

Os caças Typhoon de segunda-mão viriam dos estoques da Força Aérea Alemã e, segundo o jornal, “obviamente estão em excelentes condições”. A reportagem diz que se trata de caças do chamado “Tranche 1” produzido desde 2003 em cinco países. Segundo o Der Sonntag, o Eurofighter Typhoon foi testado em 2008 na Suíça para a concorrência de “substituição parcial do F-5” e, de acordo com relatórios do subcomitê da Comissão de Defesa, atingiu os requisitos “incondicionalmente”, em contraste com os suecos Gripen E/F.

Ainda segundo o jornal, a oferta da EADS é flexível. A Suíça poderia, numa primeira fase, adquirir 33 ou 22 caças Eurofighter Typhoon de segunda-mão. O custo de 22 caças será próximo de 2,2 bilhões de francos suíços. Futuramente, após a substituição dos 54 caças F-5 pelo lote de Typhoons usados, a Suíça poderia substituir seus 33 caças  F/A-18 com os novos “Tranche 3” do Eurofighter Typhoon.

Essa oferta alemã surge num momento em que o Departamento de Defesa da Suíça está impondo a compra do Gripen, segundo o jornal, com o anúncio de que a Suíça e a Suécia assinaram um “acordo-quadro” para a aquisição dos jatos – porém, há uma crescente resistência política doméstica a essa compra, conforme a reportagem do Der Sonntag.

FONTE: Der Sonntag (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTOS: Força Aérea Suíça (avaliação do Typhoon na Suíça) e Força Aérea Alemã

NOTA DO EDITOR 1: o jornal alemão faz uma confusão (propositadamente ou não) entre citações do Typhoon de maneira “genérica”, ao falar de suas qualidades, e a suposta oferta que seria de uma versão específica, a “Tranche 1”. Por um lado, diz que o Typhoon mostrou-se superior ao Gripen E/F nas avaliações, mas deixa de dizer que essas avaliações levaram em conta versões mais modernas do que essa versão inicial “Tranche 1”.

As características  dos caças dos três concorrentes (Typhoon, Rafale e Gripen), sejam elas das versões efetivamente testadas em voo ou de versões mais completas, nesse caso com dados fornecidos pelos fabricantes, consta dos próprios relatórios vazados que setores da própria imprensa suíça costuma citar. Já a versão “Tranche 1” do Typhoon é  basicamente um caça dedicado à defesa aérea, com capacidade ar-solo ou multitarefa limitada (e essa capacidade é parte dos requisitos da Força Aérea Suíça – para saber mais sobre essas necessidades, clique no primeiro link da lista abaixo). Para caças limitados a defesa aérea, a Suíça já conta com os F/A-18 Hornet, que são de uma versão basicamente dedicada a essa missão, e que têm capacidade de ataque terrestre também limitada (diferentemente de outros Hornets de diversos países).

NOTA DO EDITOR 2: essa oferta de Typhoons Tranche 1 usados tem potencial, na opinião dos leitores, de “melar” a concorrência do Gripen na Suíça, levando em consideração as observação da nota 1 acima? E se uma oferta do gênero fosse feita pelo consórcio Eurofighter, via excedentes alemães, para “melar” de vez o nosso F-X2, será que teria potencial para dar certo por aqui?

Vamos chutar, fazendo uma regra de três que leva em conta a mesma proporção de valores supostamente oferecida à Suíça: uns 36 Typhoons Tranche 1 valeriam aproximadamente 3,5 bilhões de francos suíços, equivalentes a 3,6 bilhões de dólares ou 7,4 bilhões de reais. Isso para a aquisição caças bimotores com menos de dez anos de uso, alto desempenho, mas com sistemas praticamente dedicados a missões de defesa aérea, sem capacidade “multitarefa” (introduzidas só nos Tranche 2 e no novíssimo Tranche 3) e custos operacionais considerados altos por algumas fontes (clique aqui para ler estudo da Jane’s e clique aqui para polêmica reportagem da mídia alemã sobre esses custos). Valeria a pena?

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