F-111 em combate aéreo
O F-111 recebeu a designação F de “fighter” pois foi pensado inicialmente para atuar também como caça embarcado. Foi muito usado como bombardeiro, mas desde inicio pensado mesmo como caça. A General Dynamics sempre tentou armar o F-111 com o míssil Phoenix e o radar AN/AWG-9, depois usados no F-14 Tomcat. Primeiro tentou com o F-111B, mas era muito pesado e foi rejeitado pela US Navy.
A outra tentativa de instalar o míssil Phoenix e o radar AN/AWG-9 foi com a proposta do FB-111H, uma alternativa ao bombardeiro B-1. O FB-111H armado com os mísseis Phoenix e o radar AN/AWG-9 seria usado para caçar aeronaves de patrulha marítima, AWACS e Tu-22 russos no Atlântico. Seria armado com 12 a 18 mísseis. A imagem no inicio do post é de uma arte de um FB-111H nas cores da RAAF.
No início da década de 1970, havia um requerimento para substituir os F-106 na Guarda Aérea Nacional e a General Dynamics propôs o F-111X-7 com fuselagem 2,5 metros mais comprida para levar o míssil Phoenix internamente, além de mísseis Sparrow. A USAF acabou usando os F-15A usados e depois os F-16 ADF.
O F-111D tinha previsão de modos de radar de onda contínua para disparar mísseis AIM-7G, mas o míssil foi cancelado. Na prática os F-111 usavam os mísseis Sidewinder. No Vietnã, os pilotos não gostavam do AIM-9B pois não podia voar acima de Mach 1.0. Os pilotos ficaram satisfeitos quando receberam os AIM-9P pois podiam dissuadir apontando para o inimigo se atacados de frente.
Na Operação Desert Storm, os F-111F foram armados com o Sidewinder, mas como no Vietnã, sua principal arma era voar baixo e rápido. Nos treinos os pilotos gostam de voar com as asas no enflechamento máximo pois os caças pensam que está rápido e logo desistem.
No segundo dia da operação, um MiG-29 perseguia o segundo F-111F de uma esquadrilha. As esquadrilhas de F-111 atacavam em fila com um minuto de separação entre as aeronaves. A perseguição foi por 95km e o MiG acabou desistindo indo atrás do último da fila. O MiG-29 também não consegui acompanhar os F-111 como acontecia no Vietnã.
Na terceira noite da guerra, uma esquadrilha indo atacar o Palácio de Saddam também foi perseguida por um MiG-29. O MiG seguiu o último F-111F por 115 km e desistiu. Após a terceira noite os F-111 nem levaram mais os mísseis Sidewinder pois os iraquianos pararam de voar.
Outra arma de auto-defesa dos F-111 eram suas bombas. A tática era chamada de BIF (“bomb in face”). Consistia em disparar uma bomba frenada para os estilhaços atingirem a aeronave perseguidora, ou pelo menos forçar a desistir da perseguição. A preferida era a bomba Mk84. As Snakeye tinham limite de velocidade de disparo a baixa altitude de 930 km/h. Se disparado acima disso podiam ter as pétalas destruídas. Os modelos com balonete resolveram este problema.
Está aí mais um para a celeuma: Ele não devería ter tido a denominação “F”, mas sim B-111.
Mas existia uma variante denominada FB-111
Essa técnica de soltar uma bomba (de preferência grande) com retardo para atingir um perseguidor, quando voando a baixa altitude, realmente funciona. Já fui vítima e algoz usando essa tática (voando IL-2 1946). Quem persegue fica com uma cara feia danada quando cai vitima disso… Voando baixo, muitos caças podem atingir e manter mach 1,2. E nessas condições, o combustível flui de seus tanques como se estivessem fugindo. E com 19.000 litros de combustível carregados internamente e 1.462 km/h ao nível do mar, é meio fútil tentar perseguir um F-111 por trás. O estilo do texto me lembrou muito o… Read more »
Essa versão da foto nunca foi desenvolvida e não passou de esboço.
Clésio Luiz disse:
18 de agosto de 2012 às 13:55
“O estilo do texto me lembrou muito o Fábio Castro do Sistemas de Armas. São do mesmo autor?”
Também lembrei do Sistemas de Armas quando estava lendo, aliás quase tudo que conheço sobre armas, táticas, formas de emprego e conceitos de operações aprendi naquele excelente sítio.
Guilherme Poggio disse:
18 de agosto de 2012 às 18:45
Mas existia uma variante denominada FB-111
Quero dizer somente como Bombardeiro, como B-1, B-2, B-47…
Giordani,
Mas o “B” é reservado a verdadeiros bombardeiros, com capacidade de ataque intercontinental/global.
Talvez ele devesse ter recebido o “A” de ataque e não o B ou o F.
E novamente insisto, o “111” da ilustração do texto é o menos indicado para tak já que nunca foi produzido um F-111 ou um FB-111 com aquela corcova espetada no traseiro.
tak = tal
Agora, querem um exemplo de “F” mal colocado maior que a do F-117?
Esse sim tinha que ter recebido um “A”.