Tejas pronto para o combate, só em 2015
Segundo o jornal indiano “The Times of India”, numa época em que os Estados Unidos estão desenvolvendo bombardeiros hipersônicos capazes de voar 20 vezes mais rápidos que a velecidade do som, o avião de combate leve indiano Tejas, desenvolvido em grande parte no próprio país, não estará “pronto para ir à batalha” antes de 2015.
Fontes do Ministério da Defesa Indiano disseram que o Tejas, que já acumulou perto de 2.000 horas em voos de teste em sua saga de quase 30 anos de desenovolvimento, só estará capaz de ser reabastecido em voo, disparar armas, foguetes e mísseis BVR (além do alcance visual) por volta de 2015, no mínimo. Isso se dará quando o pequeno caça monomotor receber sua liberação final de operação (final operational clearance – FOC). Essa revisão sugere que o caça vai ultrapassar mais um prazo final em seu complicado desenvolvimento que vem desde 1983, quando começou a ser concebido como um substituto ao MiG-21.
Até o momento, o Tejas apenas atingiu sua liberação inicial de operação I ( initial operational clearance-I – IOC-I), que certifica sua capacidade de voo. Segundo uma fonte do jornal, “o IOC-II, que também inclui integração de algumas armas como bombas guiadas a laser, foi empurrado para dezembro de 2012. Mas, agora, somente será possível por volta de julho de 2013, após aproximadamente 200 surtidas a mais. A FOC virá apenas dois anos depois disso.”
Mais do que o custo de Rs 25.0o0 crores do programa, que inclui uma versão naval e outra de treinamento, assim como o fracassado motor Kaveri, o que se sobressai é o tempo gasto para o desenvolvimento, mostrando como não se deve fazer em projetos fundamentais de defesa. É certo que não seria fácil desenvolver um caça supersônico com comandos fly-by-wire a partir do zero, mas esse projeto estrategicamente crítico poderia ter sido gerenciado muito melhor.
Os primeiros esquadrões de Tejas na configuração IOC-II serão operados na Base de Sulur, em Tamil Nadu, sendo que os 20 primeiros caças receberão motores norte-americanos GE-404 engines.Outros seis esquadrões (cada um com 16 a 18 aeronaves) do modelo Mark II serão equipados com motores mais potentes do mesmo fabricante, os GE F-414 engines. O contrato para aquisição de 99 motores desta última versão num acordo de 822 milhões de dólares deverá ser assinado em breve, com possíveis encomendas adicionais no futuro.
O número de esquadrões de caça na Força Aérea Indiana deverá cair para 31 nos próximos 3 a 4 anos, com a desativação de caças MiG, o que vai impactar bastante sua capacidade antes que novas incorporações compensem as baixas. Projeções indicam que o número de 45 esquadrões considerados necessários só será atingido em 2032.
FONTE: The Times of India (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
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Nenhum jetfighter esta pronto para o combate, se nao ainda passou pelo combate.
Sem um batismo de fogo, propiciado em um TO, nao se pode fazer tal afirmacao, pois tal afirmacao nao passa de um wishful thinking.
Entre um SH e um Rafale, a distancia e bem grande.
O SH esta pronto para o combate, porque ja combateu (de verdade).
O Rafale nao combateu. somente despejou bombas em alvos cujo espaco aereo ja estava devidamente purgado contra dogfight, Triple As. e SAMs.
gostaria de saber em qual TO o SH realizou dogfight, e operou contra AAA e SAMs antes de serem purgadas…
Marcelo,
Foi no Iraque. Naquela epoca Bagda foi purgada. Todos os sistemas de defesa aerea da cidade foram praticamente destruidos, e parte desse ataque estrategico foi feito pelos Super Hornets.
http://www.chron.com/CDA/archives/archive.mpl/2003_3669798/war-in-iraq-by-the-numbers-statistical-report-spot.html
http://articles.latimes.com/2003/apr/01/news/war-hornets1
Tecer qualquer comentário sobre o desenvolvimento de aviões de caça na índia é um verdadeiro teste de futurologia. Os indianos já construíram um caça mach 2! O Marut, uma aberração de feio! Claro, eles construíram com o total suporte de técnicos alemães, mas vejam que mesmo tendo tido uma boa experiência, foi só perderem o suporte e pimba! Retrocederam para a estaca zero. Que o Tejas vai ser caríssimo e quando efetivamente entrar em operação já vai estar a caminho da obsolência(tecnológica) já sabemos. O desenvolvimento do motor “caveira” deveria servir de exemplo para um tal país que insiste na… Read more »
Caro Tadeu “O Rafale nao combateu. somente despejou bombas em alvos cujo espaco aereo ja estava devidamente purgado contra dogfight, Triple As. e SAMs.” Não é verdade e já foi discutido aqui. O Rafale entrou antes dos Tomahawk. É só buscar o post anterior onde mostrei isso. “Foi no Iraque.” 1991 foi o ano da que destruiu a maior parte das defesas. http://en.wikipedia.org/wiki/Gulf_War Nesse ano o SH não estava em operação, e sim o Hornet, que demonstrou eficiencia, mas 1 foi derrubado por um MiG-25 (Speicher) “The U.S. Navy maintained in a 1997 document that Speicher was downed by a… Read more »
Menos, Giordani, o Marut não era Mach 2.
Ao menos até onde sei!
Mas que foi um feito, na época, lá isso foi.
http://www.aereo.jor.br/2008/09/26/hal-hf-24-marut-o-primeiro-caca-a-jato-projetado-na-india-%E2%80%9Cby-kurt-tank%E2%80%9D/
Quanto ao longo caminho para a idependência, concordo com você. E os atalhos ou “saltos de etapas” são caríssimos e, muitas vezes, podem trazer bem menos benefícios do que viver e trabalhar etapa por etapa, desde que bem escolhidas. Porque independência total é uma utopia.
Tadeu
Post sobre o Rafale na Libia (veja):
*ttp://www.aereo.jor.br/2012/03/19/ha-um-ano-comecavam-as-missoes-do-rafale-sobre-a-libia/
A primeira resposta estah sob moderação.
Saudaçoes
Olá,
Na Libia o Rafale foi ponta de lança, e pegou defesas intactas ainda, a chuva de misseis veio depois…
Não vamos desinformar….
Abraços,
Senhores, isso tende a virar um moto-contínuo auto-alimentado de informação e desinformação. O Rafale operou na Líbia sim, no primeiro momento. Mas o que se sabe é que realizou isso em área menos infestada de defesas antiaéreas (Bengazi), por ser justamente a linha de frente dos combates dos rebeldes com forças do governo (com alguns dos possíveis sítios de defesa antiaérea até já tomados pelo avanço rebelde, outros não), e não alvos estratégicos ainda intactos (na região da capital Trípoli) e cercados de defesas intactas e razoavelmente densas. Isso tira o mérito do caça francês? De modo algum! Ele poderia… Read more »
Aproveitando:
Sobre esse assunto, vale a pena reler (incluindo os comentários) a matéria abaixo.
Que de qualquer forma mostra que essa “briga” de defensores desta ou daquela aeronave está longe de acabar – melhor assim, é claro.
http://www.aereo.jor.br/2012/03/19/ha-um-ano-comecavam-as-missoes-do-rafale-sobre-a-libia/
Mas a leitura pode ajudar a ultrapassar a fase do debate de “quem caiu primeiro na Líbia, as bombas do Rafale ou os Tomahawks e Storm Shadows”, e se discutir o porque de cada coisa, de cada decisão de emprego, cenários passados e futuros, o que pode acrescentar um pouco mais ao debate e ao aprendizado mútuo.
Saudações a todos!
Excelente comentário caro Nunão.
Caros e estimados amigos Marcelo, RA5_Vigiliante, Fernando Nunao de Martini e edcreeck; Hehehe…Nada como soltar uns decoys na galera, para ver se as baterias de defesa do Rafale estao acesas…Rsrsrsrsrsrs…. Essas discussoes sao bastante informativas, especialmente para mim que vivo no mundo dos SH. (literalmente). Claro que eu puxo a brasa para a minha sardinha provocando um debate sadio e amplo. Apesar da apologetica feita em nome dos Rafales, eu desconheco que esses jatos tenham participado em um cenario cabeludo (saturado de defesa anti-aerea) como foi o de Bagada em 2003; cenario esse em que os SH estavam presentes. (na… Read more »
Prezado Tadeu “Hehehe…Nada como soltar uns decoys na galera, para ver se as baterias de defesa do Rafale estao acesas…Rsrsrsrsrsrs….” Faz parte do jogo, hehe. Agora, permita-me discordar de alguns fatos: “O espaco aereo sobre Bagada era um dos mais bem defendidos do mundo. Foram precisos F-117s. e B-2s. para destruir a infraestrutura C3 deles.” Sim, mas em 1991: “During the Persian Gulf War in 1991, the F-117A flew approximately 1,300 sorties and scored direct hits on 1,600 high-value targets in Iraq[1] over 6,905 flight hours.[37] Only 2.5% of the American aircraft in Iraq were F-117s, yet they struck more… Read more »
O espaço aéreo sírio em 2012, está mais p/ aquele da ex-Iugoslávia de 1994, do que p/ o da Líbia de 2011.
A OTAN bombardeou os sérvios durante 79 dias e mal arranhou, a capacidade da defesa aérea deles.
Os militares sírios, não são os líbios.
Nunão,
Excelente comentário, como sempre. 😉
Amigos,
Em que pese ser divertido, enpolgante e até apaixonante o debate sobre Rafale vs Super Hornet (e eventualmente Gripen), gostaria de lembrar que o tema da matéria é O LCA indiano TEJAS e seu desenvolvimento.
Grande abraço,
Ivan, sem tempo. 🙂