Divulgados os resultados de investigação sobre queda de F/A-18D em abril
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Segundo as investigações, duas falhas técnicas nos motores, ocorridas em sequência mas não relacionadas entre si, levaram à queda
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Na segunda-feira, 2 de abril, foram divulgados pela Marinha dos EUA (USN) os resultados de investigação sobre a queda, ocorrida em 6 de abril deste ano, de um jato F/A-18D num complexo de apartamentos em Virginia Beach (Estado de Virgínia – EUA). Segundo os resultados, não houve falha humana, e sim uma sequência de duas falhas técnicas não relacionadas que tornaram impossível o controle do caça.
Na ocasião, um F/A-18D do esquadrão de caças de ataque (VFA)-106, baseado na Estação Aeronaval de Oceana, realizava um exercício de treinamento de rotina quando sofreu uma falha mecânica catastrófica logo após a decolagem, o que ocasionou a queda no complexo de apartamentos – felizmente, não houve perdas humanas pois o local estava vazio e o piloto ejetou com sucesso.
Segundo o comandante da Força Aeronaval do Atlântico da USN, vice-almirante Ted Branch, “o processo foi desafiador para algumas pessoas, especialmente os que perderam suas casas e pertences pessoais. Mas todos fomos incrivelmente afortunados naquele acidente, que resultou em nenhuma perda humana.”
Sobre a apuração do acidente, foram despendidas várias semanas de investigação detalhada para determinar o que ocorreu de errado, buscando minimizar as chances de que um evento deste tipo se repita. Segundo Branch, “a tripulação seguiu seus procedimentos, mas devido aos efeitos-cascata de problemas e à falta de potência e altitude, o prosseguimento do voo controlado não foi possível. É nossa visao de que a avaliação da tripulação foi sensata, dadas as indicações iniciais, e que suas ações foram em concordância com os treinamentos e procedimentos.”
Sobre as causas, a investigação indica que o acidente ocorreu como resultado de dois mau funcionamentos significantes e não relacionados. A primeira ocorreu durante a decolagem e a segunda logo após o caça deixar o solo. Na primeira, o motor direito falhou devido à ingestão de combustível na tomada de ar direita. Em seguida, falhou o acendimento do pós-combustor do motor esquerdo, quando o piloto o selecionou após o mau funcionamento do motor direito. A análise pós-acidente indica que a possível causa foi a falha de um componente elétrico, mas diversos dos componentes suspeitos foram danificados além do ponto em que seria possível uma análise conclusiva.
Branch acrescentou: “Embora eu reconheça que essas lacunas são menos do que satisfatórias, temos um alto grau de confiança na célula do F/A-18 e do motor F404-GE-400 do “legacy” Hornet”. Vale lembrar que o termo “legacy” é usado para designar os caças F/A-18 anteriores às versões E/F, que são designadas Super Hornet. Ainda segundo Branch, “a Marinha dos EUA tem voado o F/A-18 Hornet por mais de 30 anos, e descobrimos nele um avião extremamente seguro e confiável”.
De acordo com o Centro de Segurança Naval (Naval Safety Center) tem havido um declínio regular na taxa geral de acidentes para aviões navais, e a taxa do Hornet vem seguindo essa tendência. Os dados do centro indicam que a confiabilidade do motor F404-GE-400 tem sido excepcionalmente boa ao longo da vida do programa F/A-18 program. Branch finalizou dizendo: “Estamos confiantes de que podemos continuar a conduzir operações seguras com o F/A-18, tanto em Virginia Beach quanto ao redor do mundo.”
FONTE / FOTOS DE BAIXO: Marinha dos EUA (USN)
FOTO DO ALTO: AP
VEJA TAMBÉM:
“Double the engines, double the problems” – John Boyd.
Pois é, Poggio, mas o coronel israelense da matéria mais acima pensa diferente do Boyd, e deu entre outras justificativas para a aquisição do M-346 o fato dele ser bimotor, comparado ao monomotor KAI T-50.
E a espinha dorsal da IAF é um monomotor, o F-16 (aliás, matéria mais acima ainda fala de acidente com o Viper, mas devido a uma roda que soltou, e não a motor…)
Essa polêmica dá pano pra manga!
Poggio e Nunão,
Qual dos dois é mesmo ‘fã’ do monomotor Golden Eagle?
Sempre me confundo, mas lembrar das simpatias dos amigos é divertido,
até mesmo para ‘tirar onda’. ka ka ka…
Grande abraço,
Ivan, o Terrível. 🙂
Ivan
Para mim tanto o T-50 como o M-346 são dois fantásticos aviões em suas categorias.
Abrs
Ivan,
Eu gosto mais de monomotores (apesar de ser fã do F-5, que é um bimotor…) e tenho uma “queda” pelo Golden Eagle.
Mas também acredito que tanto ele quanto o M-346 são treinadores bastante sofisticados, com excelentes características.
Por outro lado, tenho uma visão um pouco mais recente de achar que tanto um quanto o outro talvez sejam sofisticados (e caros) demais para boa parte dos possíveis clientes externos. Não sei se é necessário tudo isso para realizar o trabalho que eles realizam.
O colega que pesquisou junto com John Boyd(da qual não me recordo o nome agora) afirmou que o F-5 tería sido o melhor caça americano se tivesse 30% à menos de peso.
Monomotor x bimotor = discussão ao infinito.
“afirmou que o F-5 tería sido o melhor caça americano se tivesse 30% à menos de peso.”
Tchê Giordani, esse não seria o F-20? Não sei se seria mais leve, mas teria uma relação peso/potência muito mais favorável…
Abraços