Há 70 anos, o Brasil abriu fogo contra o nazi-fascimo. No dia 22 de maio de 1942, um avião B-25 da Força Aérea Brasileira bombardeou o submarino Barbarigo, que havia atacado um navio mercante. A data ficou marcada como o Dia da Aviação de Patrulha, e foi comemorada na Base Aérea de Salvador com a presença de patrulheiros de hoje e de veteranos que contam inúmeras histórias de sete décadas de vigilância sobre o mar.

“Resgatar esse dia como nós conseguimos resgatar em cada oportunidade do 22 de maio é mais que um olhar para o futuro, é um reconhecimento aqueles que construíram o alicerce para nós termos chegado aonde nós estamos hoje”, afirmou o Brigadeiro José Alberto de Mattos, Comandante das unidades de Patrulha da FAB. Já para o Coronel Januário Sawczuk, que na década de 60 pilotava aviões P-16, encontrar novas gerações de patrulheiros é fundamental para manter as tradições e compartilhar experiências. “Ninguém é tão novo que não saiba ensinar nem tão velho que não possa aprender”, disse.

O veterano foi homenageado durante a solenidade, que contou com a presença do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito. Militares que se destacaram como Comandantes das unidades de Patrulha Marítima também receberam a Medalha Mérito Operacional Nero Moura.

Novos tempos para a Patrulha

Neste ano, o Dia da Aviação de Patrulha teve um estreante. Ao lado da tropa, um dos aviões P-3AM recentemente recebido para a FAB era o retrato da renovação do Esquadrão Orungan. Com mais de 30 metros de uma ponta da asa à outra e com o comprimento de 9 carros populares enfileirados, o P-3AM é capaz de realizar voos com até 16 horas de duração, o suficiente para patrulhar grandes áreas do litoral brasileiro ou até para ir à África e voltar em uma mesma missão.

Mas o principal destaque do avião só pode ser visto por dentro. Computadores ligados em rede postos lado a lado fazem a cabine parecer uma lan house. A diferença é que as telas mostram dados de sensores como o radar, detector de anomalias magnéticas e sonobóias, dentre outros. Na prática, os sistemas permitem vasculhar centenas de quilômetros de oceano, de dia e de noite, e encontrar submarinos sob a água. A fuselagem esconde ainda um compartimento de armamentos que, junto com cabides sob as asas, dá ao P-3AM a possibilidade de levar nove toneladas de bombas, foguetes, mísseis e torpedos.

“Possivelmente, o P-3AM é a plataforma referência em termos dissuasórios. A capacidade de armamento dessa plataforma faz a diferença no contexto do Atlântico Sul”, explicou o Brigadeiro Mattos. De acordo com o Comandante do Esquadrão Orungan, Major Fábio Morau, o avião tem equipamentos modernos e traz de volta à FAB a possibilidade de realizar missões anti-submarino. “Essa nova aeronave nos permite novamente ter a possibilidade de cumprir missões reais, a exemplo do que aconteceu há 70 anos no dia 22 de maio”.

Segundo o Major-Brigadeiro da Reserva Wilmar Terroso, Presidente da Abrapat, associação que reúne veteranos da Aviação de Patrulha, a chegada do P-3AM é a realização de um antigo sonho de ter um avião com grande alcance e equipamentos modernos. “Um detalhe muito importante é que ele está up to date, ele está com os equipamentos modernos de hoje. Melhores que aqueles que nós sonhávamos”, disse.

Os P-3 podem ainda realizar missões de busca, combate a crimes ambientais, guerra eletrônica e fiscalização da Zona Econômica Exclusiva brasileira, com a proteção de atividades econômicas como a pesca e a exploração de petróleo da camada pré-sal. Ao todo, o Esquadrão Orungan terá oito aviões deste tipo e mais um para treinamento. Completa a frota da Aviação de Patrulha da FAB aviões P-95 que operam nos Esquadrões Phoenix, de Florianópolis (SC), e Netuno, de Belém (PA). Os P-95 vão passar por um processo de modernização que vai atualizar os sistemas eletrônicos, a exemplo da versão de carga C-95 Bandeirante.

FONTE: Agência Força Aérea

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