E se o F-20 ‘Tigershark’ estivesse
no F-X2?
Qual a relação existente entre o Northrop F-20 Tigershark e o Saab Gripen NG, finalista do F-X2? Antes de dar início ao programa de desenvolvimento do Saab Gripen para substituição do Saab Viggen, a Suécia analisou a compra direta do F-16, F-18 e o F-20. Coincidentemente os suecos acabaram escolhendo o mesmo motor do F-20 para o Gripen, o GE F-404, usado no F/A-18 Hornet.
O F-20 Tigershark foi desenvolvido com recursos próprios da Northrop de cerca de US$1 bilhão, mas o caça só podia ser vendido com mediação do Governo dos EUA, enquanto o F-16 da então General Dynamics podia ser vendido diretamente. Por conta do tratamento esquizofrênico da burocracia do governo americano, o F-20 não conseguiu nenhuma encomenda e o projeto acabou cancelado em 1986.
Mas como um herói que morre no auge de sua vida, o F-20 Tigershark jamais será esquecido, tanto pelo seu belo design, herdado da família F-5, quanto pela sua tremenda performance.
Quanto o F-20 era melhor que o F-5?
Com a adição do motor F-404, que tem 60% de empuxo a mais do que os dois J85 do F-5, o F-5G (depois F-20) se transformou num caça Mach 2, com relação peso/potência de 1.06 (no F-5 é de 0.75). Isto significou um aumento de performance estupendo, colocando o F-20 no mesmo nível do F-16.
A razão de subida do F-20 era de 54.000 pés (16.459 m)/min e o consumo menor do motor F-404 aumentou o raio de ação da aeronave em 10%.
A asa do F-20 continuou a mesma do F-5E, mas com adição de “leadind edge extensions” (LEX), foi melhorado o coeficiente de sustentação da asa em 12% e o aumento da área alar em 1,6%. O F-5E é lento no “pitch” (elevação do nariz) e para resolver isso o estabilizador horizontal aumentou 30% em tamanho e um novo sistema de controle de voo fly-by-wire foi instalado.
A desestabilização do F-20 no “pitch” e a adição das superfícies LEX na raíz das asas aumentaram significativamente a taxa de giro instantâneo em 7%, indo 20°/seg. A taxa de giro sustentado a Mach 0.8 e 15.000 pés (4.572m) subiu para 11.5°/seg, bem próxima dos 12.8°/seg do F-16. As taxas de curva do F-20 eram 47% maiores que as do F-5E em voo supersônico.
Um F-5 hipervitaminado
O F-20 resolveu quase todos os defeitos do F-5E na década de 1980, principalmente pela adição de um motor com uma potência digna e a instalação de aviônica no estado da arte: cockpit HOTAS, radar multimodo GE AN/APG-67, barramento de dados MIL-STD-1553, giro AN/ASN-144 a laser, RWR, etc.
Ou seja, tudo o que os F-5M da FAB estão ganhando hoje (menos um novo motor), o F-20 já tinha há quase de 30 anos.
O F-20 tinha capacidade BVR e disparou o AIM-7 Sparrow antes que o F-16 o fizesse. Ele podia também empregar os mísseis ar-solo AGM-65 Maverick e as bombas da série Mk.80.
Outro fator importante era o baixíssismo custo operacional do F-20: embora fosse 3 vezes mais caro de comprar que o F-5E, ele custava metade de um F-16 e também consumia metade do combustível deste, além de ter uma disponibilidade para o voo 4 vezes maior.
Como o F-20 se sairia hoje?
O F-5M da FAB tem sido muito elogiado pelo desempenho obtido em operações no exterior e no Brasil, mesmo tendo as limitações dos seus pequenos motores. Imaginamos que se o F-20 tivesse sido adquirido pela Guarda Aérea Nacional do EUA e pela USAF para equipar seus esquadrões de agressores, o F-20 poderia ter deslanchado no mercado internacional e hoje estaria brigando com o Gripen no nicho de caças leves.
Um F-20 com a mesma aviônica da década de 1980 ainda seria hoje um adversário respeitável em combate aéreo, e se equipado com o AMRAAM no lugar do AIM-7 e um radar de maior alcance, seria ainda mais difícil de encarar.
Nos testes de voo de combate aéreo, o F-20 foi considerado uma plataforma extremamente estável para o emprego do canhões, diferentemente de outros caças. (na foto abaixo, um F-20 com um alvo no “pipper”).
Os ensaios de voo revelaram as excelentes características do F-20, mas sua alta performance capaz de puxar 9G, acabou matando dois pilotos de testes da Northrop, Darrel Cornell e Dave Barnes. As investigações posteriores revelaram que o motivo das quedas dos dois protótipos do F-20 foi a força G excessiva, que provocou G-LOC (blackout) nos pilotos.
O último protótipo sobrevivente fez seu último de 1.500 voos em maio de 1986 e hoje está preservado no California Science Center, Los Angeles.
O F-20 teria chances na FAB?
Acreditamos que sim, já que um dos finalistas do F-X2, o Gripen NG, possui características operacionais muito semelhantes ao F-20. Mas para um país que operou o F-5 por tanto tempo, a transição para o F-20 seria muito mais natural, facilitando o treinamento e o apoio logístico, já que o F-20 usa muitos componentes do F-5.
Assim como a Índia, em 1990, chegou a cogitar a compra do projeto do F-20 e produzí-lo locamente, o projeto do Tigershark também poderia ter sido adquirido pelo Brasil, caso houvesse interesse por parte das nossas autoridades.
NOTA: Comentários podem ser feitos no post anterior.
Acho difícil comparar o Tigershark com o NG, mas se o projeto do NG atingir a sua proposta de fato ele estará acima do F20.
Um F20 “revisitado”, ficaria semelhante ao Gripen C/D, que este sim eu acho uma belíssima opção para a FAB.
era menino quando a Northrop veiculou propaganda na imprensa aqui no brasil sobre esse aviao.
fiquei maravilhado.
Creio seria uma otima opção em um mix hi-low para a FAB, permitindo manter-se a operacionalidade na força, em razão do baixo custo.
No Hi uns 2 esquadroes de F 15 SE ou Eurofighter fechariam a defesa aérea. Hoje o Gripen NG no low (e que low!!!) seria otima opção…
Mas ele està no FX2, sò que tem asas em DELTA! HEHEHE
E canard.
Gostaria de saber se algum colega sabe como foi a relação entre o projeto do F-20 e do YF-17 que concorreu e perdeu para o YF-16 no requerimento da força aérea americana. Bom lembrar que o YF-17, apesar de perdedor, deu origem ao Hornet.
Até pelo desenho não é possível que os projetos não sejam correlatos.
Bem possível que esteja concorrendo no FX-2 com o nome de Super Hornet.
Pode te sido um bom avião, mas não se compara a nenhum dos F-X2. Em grande quantidade traria algum respeito a FAB, só que é bom que se lebre de seu desempenho muito aquém das nossas imagino “eu” pretensões. Principalmente a carga externa de 3500 kg. Velocidade máxima: 2124 Km/h Velocidade de cruzeiro: 1000 Km/h Razão de subida: 15300 m/min Potência: 1.07Fator de carga: 9 Gs Taxa de giro: Instantânea: 22º/seg. Sustentada: 12º/seg Teto de serviço: 16800 m Alcance: 2760 km (Translado) Empuxo: Um motor General Electric F-404 GE-100 com 7600 kgf de empuxo com pós combustão DIMENSÕES Comprimento: 14,70m… Read more »
Mais sobre o F-20
http://aircombatcb.blogspot.com/2008/03/northrop-f-20a-tigershark-de-um.html
sds
O melhor site sobre o F-20 é esse aqui:
http://www.f20a.com
Ele pode se comparar ao Gripen em aceleração e razão de subida, mas só isso. O Gripen tem mais carga paga, alcance e as razões de curva do Gripen deixam o F-20 no chinelo. Quanto a aviônica, o F-20 não tem tudo que o F-5M tem não, talvez não tenha metade. A começar pelo radar muito mais moderno, aviônica de navegação muito superior (com GPS, por exemplo), sistemas de guerra eletrônica muito mais desenvolvidos, e por aí vai. É como se comparar a aviônica de um F-16A bloco 15 com um C bloco 50. Comparado ao Gripen, só o radar… Read more »
casag em 02 dez, 2009 às 15:46 “Gostaria de saber se algum colega sabe como foi a relação entre o projeto do F-20 e do YF-17 que concorreu e perdeu para o YF-16 no requerimento da força aérea americana. Bom lembrar que o YF-17, apesar de perdedor, deu origem ao Hornet.” Tchê: o YF-17 que deu origem ao F/A-18 Hornet era baseado no projeto P-530 da Northrop, que também era um bimotor, a exemplo, dos F-5. Se não me falha a memória, as asas do P-530 eram derivadas das do F-5, embora tivessem, como o F-20, LEX. E o P-530… Read more »
carl94fn em 02 dez, 2009 às 15:54 “Pode te sido um bom avião, mas não se compara a nenhum dos F-X2. Em grande quantidade traria algum respeito a FAB, só que é bom que se lebre de seu desempenho muito aquém das nossas imagino “eu” pretensões. Principalmente a carga externa de 3500 kg.” “Com tudo, acho que um avião como esse podia muito bem substituir o A-1 e o A-4 em missões de ataque graças a seu desempenho superior a esses, mas nunca como avião principal nesta nova era do Brasil.” Além da questão da carga externa, vale lembrar que… Read more »
Sempre achei o desenho do MAKO muito parecido com o da família F-5, só que com a vantagem de ser “furtivo”.
Tales,
Valeu. Será que aquela pretensão do Brasil de tocar o projeto F-20 lá nos 1990 seria aceito pelo governo americano? Acho que não.
Além do que a General Dynamics não queria nem saber deste avião voando com sucesso por aí e acionaria o seu lobby…
Quanto ao Mako é lindo mesmo. Sabes por que nem um protótipo micho saí?
Abs Guasca.
Sinceramente o F-20 e o YF-23 são os vetores que mereciam ser produzidos em serie, porem estes tiveram concorrentes dignos, o YF-23 teve como oponente o todo poderoso F-22 e o F-20 o F-16 que era superior, porem bem mais caro, levando se em conta os custos do F-20 ele merecia ter sido produzido. A liberação de exportação do F-16 acabou com as chances do F-20 no mercado internacional, porem o F-20 seria bem mais adequado a forças que possuíssem baixos orçamentos e queriam ter ao mesmo tempo uma força de respeito, caso do Brasil na época… Um grande abraço… Read more »
Welington,
O concorrente do F-16 era o YF-17 que depois, transformado em caça embarcado, passou a ser o F/A-18 Hornet.
O F-20 foi projeto independente da Northrop, assim como o F-5 no início, mas ao contrário deste, não foi prá frente.
Em parte, eu acho, por lobby da General Dynamics fabricante do F-16 que, óbvio, não queria um concorrente muito capaz e que custava metado preço…
Abs
Casag obrigado me equivoquei, deveria ter citado que no caso do F-16 e do F-20 a situação era comercial, já que o F-16 foi o escolhido pela USAF e após sua liberação para exportação pelo governo americano acabou com as chances de venda do F-20, que muito provavelmente seria um sucesso de vendas…
Um grande abraço casag…
Pelo que entendi a cag. do F-20 foi a sua carga paga miserável…
Gente, isso é importante pacas…
Sds.
É verdade Felipe Cps 3.500 kilos de carga é muito pouco, este ponto foi fundamental a USAF escolher o F-16…
Um grande abraço…
Tales em 02 dez, 2009 às 18:50
Estou ciente do fato de sua autonomia se baixíssima comparado a outros caças, mas seu desempenho o coloca em uma situação no mínimo interessante para a missão de ataque, já que ele poderia muito bem se defende de um caça inimigo como o F-16A ou um MIG-29 aviões incríveis pra época. E assim como o F-5 nós mostrou e nós mostra até hoje sua capacidade mesmo sendo inferior ao F-20 esse por sua vez teria muito mais a mostrar.
Sds a todos
Se em 1986 tivessemos optado pelo F 20, provavelmente não existiria um FX-2 estrariamos vendo apenas uma MLU no radar para um AESA e quem se era possivel uma instalação de um motor GE414 no lugar do excelente GE 404,e certamente teriamos um excelente caça para os proximos 15 até podermos entrar na 5ª geração, não geração 4,5, 4,75 ou 4,99, Mas optamos pelo AMX… Quanto a carga paga miseravel, bem o AMX não é tão maior e com armas inteligentes usa-se muito menos bombas por alvo, sem contar que o custo de um é duas vezes o do outro,… Read more »
casag em 02 dez, 2009 às 20:19 “Valeu. Será que aquela pretensão do Brasil de tocar o projeto F-20 lá nos 1990 seria aceito pelo governo americano? Acho que não. Além do que a General Dynamics não queria nem saber deste avião voando com sucesso por aí e acionaria o seu lobby…” De fato, o lobby, à época, da General D. com o F-16 colaborou muito para que esse excelente avião (o F-20) não fosse produzido em série. Mas, no caso do Brasil (e a pretensão de alguns setores da FAB de ter o F-20), eu acredito que o problema… Read more »
casag em 02 dez, 2009 às 20:19 “Quanto ao Mako é lindo mesmo. Sabes por que nem um protótipo micho saí? ” O mesmo e velho problema: GRANA. O projeto do MAKO, em princípio nascido na DASA (Deutschland Aerospace S/A, o braço aeroespacial da Mercedes-Benz), posteriormente pertencente ao conglomerado europeu EADS, não foi adiante pois a Alemanha, que inicialmente prometia desenvolver o projeto, preferiu investir seus recursos no desenvolvimento do Typhoon e do A-400. Na falta de outros interessados em desenvolver o MAKO, o projeto foi deixado de lado…Uma lástima, pois acho que esse seria “O” LIFT europeu, senão vejamos:… Read more »
casag em 02 dez, 2009 às 20:19 ACHEI o texto sobre o P-530 Cobra! Está no livro “Aviões de Combate F/A-18”, de Mike Spick, da Editora Nova Cultural, SP, 1987, pgs. 05 e 06: “Gradualmente, emergiram os contornos do que seria o P-530 Cobra. O ‘avião de papel’ original, projetado em 1966, mostrou claramente a linhagem do F-5. A asa tinha uma forma similar, embora com maior área, e apresentava pequena extensão do bordo de ataque (LEX) na raiz, embora fosse montada no alto. As entradas de ar do motor ficavam na frente, logo atrás da cabine, enquanto as superfícies… Read more »
Felipe Cps em 02 dez, 2009 às 21:35 Ainda acho que a “baixa” capacidade de carga/payload não era o “PIOR” do F-20. A “desgraça” era o alcance! No livro “Guias de Armas de Guerra – Aviões de caça”, de autoria do Mike Spick, Editora Nova Cultural, SP, 1991, é referido, na pg. 26, que a capacidade de combustível interno do F-20 era a MESMA do F-5E Tiger II, ou seja, 4.364lb/1.980kg. Já a capacidade de transportar combustível externamente era um pouco maior (a do F-20, claro): 5.363lb/2.430kg, contra 4.466lb/2.025kg do F-5E. Mas vale relembrar um detalhe muito importante: nenhum dos… Read more »
Joel em 02 dez, 2009 às 23:32
“Se em 1986 tivessemos optado pelo F 20, provavelmente não existiria um FX-2 estrariamos vendo apenas uma MLU no radar para um AESA e quem se era possivel uma instalação de um motor GE414 no lugar do excelente GE 404,e certamente teriamos um excelente caça para os proximos 15 até podermos entrar na 5ª geração, não geração 4,5, 4,75 ou 4,99, Mas optamos pelo AMX…”
É verdade…
seria o melhor a fazer se comprasse o projeto do F-20 com a experiencia poderiamos ir para um projeto com o tempo sim caça nacional , exemplo da china com o lavi.
Caros Amigos.:
O “Northrop F-20” tratavasse de um bom projeto, um bom substituto para os “Northrop F-5” e aviões deste padrão, mas, o “Saab Gripen NG” é um avião superior ao “Northrop F-20”, entre manobras, carga de armamentos, desempenho, o “Saab Gripen NG” é superior.
Abraços.
so podem estar loucos o f-20 é um caça antigo e devido a defasagen grande da FAB é necessario a compra de um caça totalmente moderno que traga novas tecnologias e capaçidades a nossa força o F-20 é um projeto antigo e ultrapassado se comparado com os atuis se fosse á ums 20 anos atraz ate seria bom a fab ate poderia comprar os f-20 pois o custo benefiçio seria bom
Essa discussão levantada por este tópico do Alexandre Galante nos faz pensar nos rumos tomados pelo Brasil, tempos atrás.
Não resta dúvida que nosso país precisa renovar nossos caças. Não podemos defender o país com aparelhos de mais de 40 anos de idade.
Qualquer um que for escolhido no FX-2 será bem vindo. De preferência, um que tenha boa autonomina (devido a nossa extensão territorial).
Existem tantos rumores quanto a nossa soberania em relação à Amazonia que é melhor prevenir…
F-20G(ripen)…
Deveria ter sido considerado na década de 80, com a guerra das Malvinas pipocando ao lado (mas hoje estaríamos de “F-20M”).
E a FAB achou que o AMX seria mais adequado.
No F-X1 já não tinha grandes chances. No F-X2 então…
Com o F-39 estará se recuperando o tempo perdido.
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O F-20 é como aquela “gata” nos anos 80 mas agora é “tia”.
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Quem quiser um sucessor espiritual que preste atenção no FA-50 ou JF-17 e veja como são limitados. O F-39 é mais que um F-20 repaginado.