Queda de F-5 em Taiwan reabre discussão sobre compra de novos caças
O acidente envolvendo dois caças da Força Aérea de Taiwan da época da Guerra do Vietnã, vitimando três pilotos nesta quarta-feira, reforçou a tese de que os EUA devem vender novos caças para aquele país e salvar a vida dos seus pilotos que ” se arriscam” em aviões antigos.
Os argumentos dos funcionários e legisladores por aeronaves mais avançadas para defender a ilha do seu gigante vizinho, a China ,veio assim que a equipe de resgate localizou os destroços dos jatos que caíram no leste de Taiwan. Todos os três pilotos faleceram.
“Voar tal aeronave é como pedir a um homem de 90 anos de idade para fazer 100 flexões de braço”, disse Lin Yu-fang, um membro do comitê de defesa parlamentar.
A frota de F-5, cerca de 60 jatos, que analistas dizem não ter sistemas de posicionamento global e nem sistemas de orientação avançada, já foi ‘groundeada’ enquanto ocorrer a investigação.
O avião de reconhecimento RF-5 e o biposto F-5F desapareceram dos radares às 7:52 horário local (1152 GMT) da terça-feira, 13 minutos depois de partirem em uma missão de treinamento a partir de uma base aérea perto de Hualien, informou o Ministério da Defesa.
Os militares confirmaram que os socorristas encontraram partes dos corpos dos pilotos junto aos destroços dos aviões na encosta da montanha.
Oficiais militares disseram que o incidente demonstra a necessidade de Taiwan comprar novos caças para substituir seus F-5 com décadas de idade.
“Todos os F-5 estão ‘groundeados’ para uma verificação de segurança completa como a investigação que está em curso. Ainda não está claro se o acidente foi resultado de falha mecânica, condições meteorológicas ou erro humano”, disse o porta-voz do ministério de defesa David Lo à AFP.
“Este tipo de jato serviu à Força Aérea por mais de 35 anos … Nós realmente não queremos que os nossos pilotos fiquem arriscando suas vidas nestes voos.”
Dois pilotos da Força Aérea morreram em um acidente ocorrido em 2009, quando um F-5F caiu no Estreito de Taiwan.
A espinha dorsal da Força Aérea de Taiwan também é composta por 126 caças desenvolvidos localmente [o AIDC F-CK-1 Ching-kuo], 146 F-16A/B produzidos nos EUA e 56 Mirage 2000-5 franceses.
Taipei solicitou em 2007 a compra de 66 F-16 C/D, com novo radar e sistemas de armas mais modernos que os F-16A/B em resposta ao crescimento militar da China, mas Washington necessita aprovar a venda.
“Esperamos que os Estados Unidos vendam o F-16C/D o mais rapidamente possível”, disse Lo.
Em agosto, Washington havia informado Taiwan de que não venderia os jatos, mas autoridades dos EUA e de Taiwan têm insistido no assunto, apesar da resistência chinesa.
Washington reconhece Pequim, em vez de Taipei, mas continua a ser um grande fornecedor de armas para a ilha.
Taipé tem defendido o negócio de armas em função dos planos de Pequim em modernizar seu arsenal militar, desequilibrando a balança em favor do Exército Popular de Libertação.
” [Uma venda como esta] Também vai ajudar a manter o equilíbrio entre os dois lados, pois Taiwan precisa ter defesa suficiente para ter a confiança para negociar com a China”, disse Hua Shuai-ming do partido Kuomintang.
Os laços entre China e Taiwan têm melhorado desde que Ma Ying-jeou do partido Kuomintang pró-China chegou ao poder em 2008 com promessas de elevar os laços comerciais e permitir mais turistas chineses.
Mas Pequim tem se recusado a renunciar ao uso da força contra Taiwan, embora a ilha decidido por mais de seis décadas pela separação em 1949, ao nfinal de uma guerra civil.
FONTE: DefenceNews
NOTA DO EDITOR: segundo informações do periódico ‘Focus Taiwan’, a disponibilidade da frota de F-5 do país era inferior a 20% em 2010. Ainda segundo o mesmo periódico, Taiwan já perdeu seis F-5E, nove F-5F e dois RF-5E desde 1991.
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