As sondas retráteis da Dassault
O abastecimento aéreo com sonda retrátil já existia nos anos cinquenta, em aeronaves como F-101 e outros. A Dassault já explorou a ideia nos Mirage F-1 e Super Etendard mas hoje com seu Rafale, a fabricante francesa parece ir na contramão da aerodinâmica e da tecnologia stealth, insistindo na sonda fixa em favor de economia de espaço e diminuição da seção da estrutura exposta à detecção.
FOTOS: Mirage F1AZ do Museu da Força Aérea Sul Africana photo by Gary Shephard / Super Etendard da Marinha Francesa photo by Michal Vaeremans via Airliners.net
Eu estive pesquisando um pouco e esse negócio de sonda embutida na fuselagem é uma raridade em aeronaves de pequeno porte. E quando é embutida, tem um calombo na fuselagem, como no Eurofighter Typhoon e no F-8 Crusader. O menor caça com sonda completamente embutida e sem vestígios externos é o F/A-18A.
Realmente os franceses gostam de baguette e são todos uns burros ignorantes… Arre, já ouviu falar em solução de compromisso de engenharia ? Já ouviu em decisão de projeto ? Pois é nos projetos de aeronaves se fazem decisões que podem aparentemente comprometer o desempenho numa característica mas que são assumidas e compensadas no resto do projeto. Primeiro o Rafale foi projetado para ser um caça multi-função (omnirole) e de 4,5ª geração, médio com capacidade similar a de caças maiores que ele. Uma das decisões PRINCIPAIS foi o probe fixo, apesar da experiência anterior da Dassult com probes retráteis como… Read more »
Gilberto, seu comentário ficou num tom extremamente agressivo. Apesar e acusar o autor do texto de Troll, você é que acabou se comportando como um. É perfeitamente possível você defender seu ponto de vista (ao qual eu compartilho) num tom muito mais sereno.
Lembre-se: se quisermos ter discussões de alto nível aqui no Poder Aéreo, temos que começar dando o exemplo.
Clesio, me parece que o menor caça com sonda 100% embutida era o
SEPECAT Jaguar:
http://www.militaryfactory.com/aircraft/imgs/sepecat-jaguar.jpg
http://lh5.ggpht.com/-CkZqqZJj9WQ/T1D2sVEPv-I/AAAAAAAAEi0/QIuchQ6uqWs/SEPECAT-Jaguar-Indian-Air-Force-Mid-%25255B8%25255D.jpg
Agora é o Gripen C:
http://imagery.vnfawing.com/archive/Aircraft/JAS-39/p0552739.jpg
No MIG-29 embora embutida, deixa uma significativa protuberância:
http://wwwdelivery.superstock.com/WI/223/4102/PreviewComp/SuperStock_4102-21444.jpg
[]s
No caso do MIrage F-1AZ da SAAF, lembrar que se tratava da versão “A”, que não estava equipada com o relativamente volumoso radar Cyrano IV, típico da versão “C”.
O MIrage F-1AZ estava equipado com um pequeno “ranging radar” e um telémetro laser na parte inferior, o que ocosionou uma sobre de espaço interno e permitiu embutir a sonda de reabastecimento:
http://i599.photobucket.com/albums/tt76/MalcolmR/Mirage%20F1AZ/AAD2004-0002-800.jpg
http://i599.photobucket.com/albums/tt76/MalcolmR/Mirage%20F1AZ/AAD2004-0032-800.jpg
Fonte: http://saairforce.co.za/forum/viewtopic.php?f=20&t=4307&start=15
Atualmente os únicos caças com sonda de reabastecimento não retráctil são os Rafale franceses e os J-10 e JF-17 chineses. Todos os demais caças de 3a, 4a e 5a Geração possuem sonda retráctil.
Talvez colocar sonda retrátil nesses caças, mesmo na época do projeto (Rafale, J-10 e JF-17) tenha ocasionado complicações técnicas devido a falta de espaço interno. Talvez essa modificação no projeto provocasse custos adicionais que na época não foram aceitos.
Gilberto Rezende,
Apenas exponha seus pontos, não precisa ficar nervoso nem brigar com ninguém.
Realmente, a sonda não retrátil no Rafale tem diversos pontos fortes, bem como fracos. O único argumento inválido na minha opinião é sobre a beleza do caça… de que importa? Prefiro um caça feio que limpe os céus de inimigos à um caça belo e ineficiente (e não me refiro ao Rafale).
Com o surgimento de blogs e fóruns na internet , vieram também as discussões. Toda discussão deve ser vencida com boa argumentação baseadas em fatos, que sejam dados técnicos, históricos ou seguindo uma lógica aceitável. Na impossibilidade disso, é comum o recurso da falácia que é algo que tem imensa variedade de tipos. A isso, soma-se o terrível recurso do chulismo, vulgaridade e o humor descabido, como também um hábito lamentável nessas paragens, que é o falar(escrever) de mais, e não dizer nada. Prezado Gilberto Rezende, Eu não sou editor, sou apenas um dos colaboradores do Poder Aéreo. O pequeno… Read more »
Se não me engano os F.1 espanhóis possuem sonda fixa…se não me engano. Realmente o F/A-18 é o único com sonda retrátil que não compromete a aerodinâmica nem o RCS, mas isso porque ele é “descendente” do bicudo…
O F-14 Tomcat também possuía uma sonda retrátil:
http://1.bp.blogspot.com/-1H-tYD9qw8g/TePfbNmn9JI/AAAAAAAAABE/oEKGmBlkInk/s1600/800px-F-14_Tomcat_preparing_to_refuel.jpg
A sonda fixa mais bisonha era a dos AV-8A…tudo para dar errado…
http://site35.synbeta.com/getfile/aa190b66-16ed-460a-8ad9-34d3f7842447/Air—Marines—Harrier.aspx
Alguém sabe informar se a FAB tem capacidade REVO noturna?
Penguin, quando me referi ao Hornet, é porque ele realmente embute a sonda sem nenhum vestígio externo, deixando a fuselagem lisa. O Gripen ainda deixa uma protuberância na fuselagem, assim como o Fulcrum. Este tem ainda um outro tipo de sonda, que foi incorporada desde o início do projeto, sem ser uma mera adaptação: http://airstrikeonline.tripod.com/images/MiG-29K_refueling.jpg É uma solução mais elegante, mas requer um pequeno prolongamento no nariz (uns 10cm). Esse tipo de sonda é meio que o padrão dos caças soviéticos, com o MiG-25, MiG-31 e a série Flanker adotando modelos muito semelhantes. Quanto a do Jaguar, eu confesso nunca… Read more »
Giordani, eu imagino que sim, pois pelo menos o AMX possui um farol na base da sonda, justamente para iluminá-la durante um reabastecimento noturno.
Probe fixa é uma tecnologia que começou a ser abandonada desde os anos 70. Hoje dos caças de 4.5 geração somente o Rafale o possui. Os caças russos mais modernos são todos retrateis. Apenas os caças chineses e o Rafale hoje são construídos dom probe fixo. A Dassault não adotou o probe fixo por uma questão simples, não tem espaço no nariz para isto. O desenho do nariz do caça não permite a instalação nem de um radar AESA de 1000 módulos quanto mais de um probe. O IRST do Rafale teve de ser modificado, para pior, por causa da… Read more »
Ricardo, sobre o “off topic”:
Pena que só no final o câmera resolveu mostrar o mais importante para quem está pilotando: o HUD!
Mas o pouso me fez lembrar o “voo” do Poder Aéreo no simulador do Gripen no ano passado, em que o instrutor foi categórico: “Don’t flare”. Para o pouso, o HUD mostra exatamente o ponto em que você deve tocar a pista, e fica facílimo fazer todo o circuito e pousar – basta manter a velocidade adequada com a manete e manter o “pipper” no círculo mostrado, usando o manche.
Prezado Giordani RS,
Os únicos F-1 que tiveram sonda retrátil foram para as forças aéreas Sul Africana e da Libia.
Amigos,
Duvido que os chineses em seu novo caça stealth, vão lhe quebrar a camuflagem eletrônica e a aerodinâmica metendo-lhe uma sonda fixa.
Falando em Dassault e sondas de reabastecimento em voo, esquecemos do Mirage IV, onde a sonda fica na ponta do nariz, no lugar do tubo pitot:
http://www.airforceworld.com/bomber/gfx/mirageiv/mirageiv_2.jpg
http://1000aircraftphotos.com/Contributions/BregeriePierre/11183.jpg
Clesio,
No caso do Gripen a sonda tembém fica embutida sem nenhum vestígio externo:
http://www.aviationspectator.com/files/images/Saab-JAS-39-Gripen-fighter-019.preview.jpg
http://www.kingston-engineering.co.uk/admin/uploads/news/14/large.jpg
http://www.naval.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/12/Gripen-NG-5.jpg
[]s
Andei tentando pesquisar a razão do probe fixo no Rafale, a única coisa que encontrei foi a seguinte: “the refuelling probe is fixed in order to avoid any deployment or retraction problem”.
Não gosto da desculpa, apesar de ter lógica a tecnologia de probe retrátil avançou muito nos últimos 40 anos. Não quebra fácil assim e temos de levar em conta que a probe fixa entope mais fácil.
Nunão, pena que não mostre mais, mas achei um video interessante.
Abs,
Ricardo
ricardo_recife disse: 29 de abril de 2012 às 18:42 Ricardo, boa noite. Entre os outros motivos que podem indicar o uso de sonda fixa, além da menor possibilidade de falha, que você citou: – ocupa menos espaço interno; – permite posicionamento em local que facilite acoplar à cesta. É importante observar que, dentre as aeronaves que usam probe retrátil, existem algumas em que a posição desta está em lugares inusitados, tais como tanques de combustível externos ou conformal tanks. Ao preparar as estatísticas, também temos que lembrar que existem vários caças modernos que não usam a sonda de reabastecimento, mas… Read more »
Deixando as sondas de lado… 1/2012 EUROFIGHTER WORLD http://eurofighter.com/magazin/eurofighter_world_04_12/files/assets/downloads/publication.pdf Página 4: TYPHOON AND RAFALE PARTNER UP The RAF’s No. 3(F) Squadron deployed two of its Eurofighter Typhoons from their base in Coningsby to France recently in order to visit the Armee de l’Air’s Rafale 1/7 Squadron at their Saint-Dizier air base. The visit, which took place between the 2nd and 5th March 2012, was part of a long-term strategic partnership agreed recently by the two countries and marks a new approach in the relations between the two air forces. A pilot exchange programme between the two aircraft types is also… Read more »
Penguin, de fato eu fui pesquisar mais a fundo e é isso mesmo. É que eu tinha visto apenas as imagens de um protótipo da sonda e não sabia que a versão final era embutida.
Penguin, boa noite. Pelo que eu entendi do relato do piloto, ele queria dizer que o radar do Typhoon detectava o Rafale antes de ser visto pelo adversário, e que poderia também lançar seu míssil nessa situação. Bem, o Typhoon foi concebido para AR-AR, e há vários relatos de sua atual superioridade nessa arena de BVR. Provavelmente isso vai mudar quando começarem a ser recebidos os Rafale com AESA (considerando ambos com Meteor). Mas acho que o articulista errou ao citar a declaração do piloto “above the maximum flying envelope allowed to the Rafale”. O piloto deve ter dito “firing… Read more »
“Typhoon emerged with significantly better performances”.
Quando o AESA do Typhoon (CAPTOR-E) com seus 1000 módulos e maior potência elétrica estiver funcionando a diferença será maior.
Abs,
Ricardo
@ Justin Case
O texto me parece correto.
“…well above the maximum flying envelope allowed to the Rafale”.
O Typhoon possui capacidade supercruise e deve possuir maior teto operacional do que o Rafale, logo deve operar em um envelope de vôo realmente não permitido ao Rafale.
[]s
Penguin, O teto operacional é o mesmo para qualquer aeronave dessa classe, em torno de 55.000 Ft. A limitação é o piloto, quando não usa vestimenta pressurizada. Em caso de perda da pressurização (ejeção, falha funcional ou mesmo algum estilhaço), acima dessa altitude seriam formadas bolhas de nitrogênio no sangue. Quanto ao fato do supercruise, isso é parâmetro para cruzeiro supersônico e alcance, não para combate. Contudo, como o Typhoon tem menor arrasto supersônico (enflechamento maior e mais potência) poderia eventualmente estar com maior velocidade no engajamento, o que também aumentaria o alcance de seus mísseis. Ou seja, “flying envelope”… Read more »
Gilberto Rezende disse:
29 de abril de 2012 às 5:27
“O próprio CONCEITO de operação OMIROLE do Rafale prevê a radical mudança de perfil de operação em voo (como comprovado na operação na Líbia)”
Comprovado na Líbia? Porque? Quantas aeronaves o Rafale abateu na Líbia?
A verdade é a seguinte: o Rafale tem sua sonda fixa porque tem o nariz pequeno e porque a Dassault em sua genialidade não quis colocar a sonda nos “ombros” da aeronave, como no Gripen. E tem o nariz pequeno para facilitar o pouso nos porta-aviões “pequenos” (71 metros mais curto que um Classe Nimitz) da marinha francesa. Aliás, ter o nariz pequeno faz com que o Rafale também tenha uma antena radar pequena. O que limita comparativamente o alcance de seu radar, aliás. O Rafale é assim. Um caça cheio de soluções de compromisso limitadoras. Que cumpre bem suas… Read more »
Beleza é um valor bastante subjetivo. Eu por exemplo acho o Rafale e sua cara de pato, com aquela verruga no meio, bastante feinho.
Mas até aí o F-4 era feio pra caramba e foi um dos melhores caças de todos os tempos.
Aeronave de combate não tem que ser bonita. Tem que ser mortal.
As vezes eu acho que o ódio por essa e aquela aeronave acaba prejudicando ótimos comentários mais técnicos… 🙁
Toda aeronave (civil/militar) possui soluções de compromisso. Não acho que o Rafale vai ser menos letal porque tem sonda fixa, ou o Super Hornet porque é ‘torto’ ou o Gripen porque tem sonda de revo lá perto da entrada de ar.
Vader: “Mas até aí o F-4 era feio pra caramba…”
BLASFÊMIA!