Efeito imediato, só o da cachaça
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Ministros assinam acordos em visita de Dilma aos EUA, entre eles, um memorando relacionado à aviação – porém, segundo o jornal Folha de São Paulo, o único acordo com efeito imediato é o que reconhece a cachaça como produto genuinamente brasileiro
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Enquanto Dilma Rousseff e Barack Obama estiverem conversando na Casa Branca nesta segunda-feira, seus ministros e governos estarão assinando uma série de acordos e memorandos de entendimento para ampliar a relação bilateral.
No topo, está um memorando para ampliar a cooperação no setor de aviação, a ser assinado pela secretária de Estado Hillary Clinton e o ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota.
Em um momento em que a brasileira Embraer viu a licitação que venceu para vender 20 jatos (sic) a Washington ser cancelada por problemas técnicos, e que a americana Boeing vê submergir sua expectativa para vender caças a Brasília, porém, o memorando significa apenas uma promessa de estreitar laços.
Também serão assinados entendimentos para a cooperação nos níveis estadual e municipal e em segurança alimentar em terceiros países, além de atos institucionais sobre habitação, ambiente, ciência e tecnologia.
O único acordo com efeito imediato, porém, é o que reconhece a cachaça como produto genuinamente brasileiro e permite, assim, que só o aguardente de cana produzido no país use o nome — uma espécie de “denominação de origem controlada”, para garantir a reputação da marca no mercado após 11 anos de negociação. Em troca, o Brasil passa a reconhecer o uísque produzido no Estado americano do Tennessee como “bourbon”.
Empresários
Dilma chegou a Washington no fim da tarde de domingo (8) e foi direto para uma reunião com um grupo de 20 empresários brasileiros que atuam nos EUA organizada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Indagada sobre sua expectativa para a reunião com Obama, que ocorre no final da manhã de hoje e será entremeada por almoço, respondeu apenas: “É ótima”.
A presidente veio acompanhada de ministros e governadores do nordeste. Estão em Washington o chanceler Patriota, Fernando Pimentel (Desenvolvimento e Indústria), Marco Antonio Raupp (Ciência e Tecnologia); Aloizio Mercadante (Educação); Aguinaldo Ribeiro (Cidades); Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Helena Chagas (Secretaria de Comunicação).
Após do encontro, Dilma se reúne com 23 executivos dos dois países no chamado Fórum de CEOs, que presidiu quando ministra, e encerra um evento para 400 pessoas na Câmara de Comércio.
Na terça (10), segue para Cambridge e Boston (Massachusetts), onde a agenda focará seu programa-bandeira Ciência sem Fronteiras, para ampliar o intercâmbio universitário e científico no exterior. Visitará a Universidade Harvard, onde discursará para alunos, e o Instituto Tecnológico de Massachussets, além de almoçar com o governador Deval Patrick.
FONTE: Folha de São Paulo (reportagem de Luciana Coelho)
NOTA DO EDITOR: o título original da matéria é “Ministros assinam acordos em visita de Dilma aos EUA”, que aproveitamos no subtítulo. Já o novo título é apenas uma “licença poética” de nossa parte.
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