Canadenses preocupados com o sistema de comunicação do F-35

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Os futuros cacas do Canadá deverão entrar em atividade sem capacidade de comunicação a partir das regiões mais ao norte do país – uma lacuna que a Força Aérea canadense busca uma saída.

Uma série de briefings realizados no ano passado, direcionados ao comandante da Força Aérea daquele país da América do Norte, demonstraram preocupação de que o sistema de comunicações por satélite do F-35 pode não ser tão capaz quanto o do atual CF-18, que recentemente passaram por uma extensiva modernização.

A operação de aeronaves militares em altas latitudes como é o caso do Pólo Norte depende quase que exclusivamente de comunicações por satélite, onde o sinal de uma aeronave é irradiado para o espaço e retornando depois para uma estação terrestre.

O F-35 Lightning II acabará por ter a capacidade de se comunicar com satélites, mas o software não estará disponível na fase de produção inicial, informou um alto oficial da Lockheed Martin.

Espera-se que o mesmo seja adicionado à aeronave quando a produção chegar a sua quarta fase em 2019, mas isso não é garantido porque a investigação ainda está em andamento.

“Isso ainda não está garantido”, informou a fonte. “Como você pode imaginar, há uma série de projetos científicos em andamento, explorando o que será o melhor. . . capacidade, os satélites que estarão disponíveis. ”

Além disso, a solicitação do Canadá para que a atualização seja feita na quarta fase competirá com as mudanças de softwares de outros países. A Noruega, por exemplo, quer usar seus próprios mísseis nos F-35 ao invés dos mísseis de origem norte-americana.

Defender o Ártico é uma das principais justificativas do governo [do Primeiro-Ministro] Harper para a compra da aeronave, que se estima um custo entreUS $ 16 e US $ 30 bilhões, incluindo manutenção a longo prazo.

Um porta-voz do Departamento de Defesa negou que a suíte de comunicação do F-35 seja menos eficaz do que a do CF-18, mas reconheceu que a comunicação além do alcance visual é uma preocupação.

“Comunicações no Ártico representam um desafio específico a todas as aeronaves devido à falta de cobertura de satélite no norte”, disse Evan Koronewski em uma resposta de e-mail. “O Canadá está trabalhando estreitamente com as nações parceiras para garantir que os requisitos operacionais para as comunicações no Ártico sejam cumpridos.”

Planejadores da Força Aérea reconheceram o problema no ano passado e estão “considerando uma alternativa”, segundo um briefing de abril de 2010.

Há um estudo sobre a implantação de um pod de comunicação externo ser instalado no F-35.

Koronewski disse que é uma das “muitas opções” a ser investigada, mas ele não foi capaz de discutir outras soluções possíveis.

Os sofisticados pods, que são transportados pelos CF-18, foram adquiridos como parte da atualização da frota que começou em 2000.

O briefing para o comandante da Força Aérea informa que a instalação de pods poderia ser mais acessível, se outros países participassem.

O problema de comunicação é apenas uma das várias questões técnicas que a força aérea está trabalhando.

O ‘National Defense’ solicitou ao fabricante nos EUA a possibilidade de instalar um sistema de reabastecimento em voo (REVO) diferente nos F-35 canadenses. A maioria das outras forças aéreas no mundo deixou de usar o que é conhecido como “sonda e cesta”, optando pelo sistema de ‘boom’.

O pedido foi feito porque não se sabe quando o Canadá será capaz de atualizar sua frota de aeronaves de reabastecimento com ‘booms’. A Lockheed Martin disse que pode equipar os F-35 para usar ambos os sistemas, mas uma decisão sobre onde investir o dinheiro na modificação ainda deve ser feita.

FONTE: The Global and Mail

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Marcelo

essa é boa, um caça stealth ter que usar um pod externo para comunicação!

e a capacidade não é garantida nem para 2019!

Pois é, os canadenses estão na mão dos americanos, que pelo visto não vão abrir o código do software nem para um dos seus maiores aliados e participante do NORAD…quer uma função? entra na fila! previsão para 2022 !!!!

Marcelo

“A maioria das outras forças aéreas no mundo deixou de usar o que é conhecido como “sonda e cesta”, optando pelo sistema de ‘boom’.”

Desde quando???

Storm Rider

Concordo com o Marcelo, parece até piada!

ricardo_recife

Tem horas que as coisas tomam ar de comedia. Isto é uma piada!!! Pod externo, babau capacidade furtiva. Normalmente este tipo de coisa é superada na segunda geração do caça.

Vader

Isso aí tá com cara de matéria paga da oposição canadense, pra prejudicar o PM daquele país… Prezados, a navegação e comunicação em altas latitudes é mesmo problemática. É uma região totalmente inóspita do globo. Mas essa notícia está estranha. A que tipo de comunicação ela se refere? À do caça com a base ou entre os caças? Curta ou longa distância? Em qual frequência? Banda? Porque deve sim haver dificuldades em comunicações de longa distância nos pólos, como com qualquer aeronave, mas não há problemas na comunicação de curta distância. No mais: senhores, o pod de comunicações é UMA… Read more »

Vader

Marcelo disse:
25 de outubro de 2011 às 8:12

““A maioria das outras forças aéreas no mundo deixou de usar o que é conhecido como “sonda e cesta”, optando pelo sistema de ‘boom’.”

Desde quando???”

Desde o F-16? 😉

Justin Case

Amigos,

Há várias condicionantes nessa escolha do sistema de reabastecimento. Comento duas que são muito importantes:
1. Operacional: o sistema boom não permite reabastecer mais de uma aeronave de cada vez. Enquanto um avião é reabastecido, os outros da formação estão esperando (e gastando combustível).
2. Recursos: é conveniente que todas as aeronaves da Força (ou do país) utilizem sistema único.
Abraços,

Justin

Marcelo

pois é, que eu saiba até o F-16 possui um tanque conformal modificado para ter uma sonda retrátil, para resolver esse “problema” de ter que usar o boom…

Marcelo

vamos somar os caças de UK, Suécia, França, India, China, Alemanha, Espanha, Itália, Brasil e verificar quantos usam sonda e cesta e quantos usam o boom? será que vão ser maioria no mundo?

Marcelo

ejetar tanque de combustivel é uma coisa…ejetar um pod de comunicações de alguns milhões de dólares é outra!!! que operação simples esta. Não adianta tentar defender o indefensável…fica ridículo. O programa tem problemas, principalmente de custo e prazo. No fim, será um avião fantástico, mas quando e a que custo? Vai valer a pena? É só isso que se discute, não a capacidade do avião (apesar de ser uma classe abaixo do F-22 e até do PAK-FA).

DrCockroach

“Lockheed, Pentagon at odds over F-35 costs: sources”

http://www.reuters.com/article/2011/10/26/us-lockheed-fighter-idUSTRE79P06120111026

[]s!

Vader

Marcelo disse:
26 de outubro de 2011 às 8:18

Não falei que se ejetará o tal pod de comunicações no passeio de domingo do piloto com a família, mas sim apenas numa eventual situação de engajamento real.

E quem tem dinheiro pra comprar um F-35 não tem que se preocupar com pods…

Vader

Marcelo disse:
26 de outubro de 2011 às 8:04

Se somar todas é capaz de não dar a metade da USAF. E nem estou contabilizando Israel, AS, CS, Taiwan, Japão, só pra ficar em alguns.

Quem que tem maioria mesmo??? 🙂

Tadeu Mendes

Marcelo,

O F-35 vai valer a pena. Voce pode estar certo disso.

Tem muito dinheiro, muito cerebro e muitas credenciais academicas investidos nesse programa.(projeto).

Mas como todo grande e complexo programa (projeto) , o F-35 sofreu reveses, desafios politicos e problemas com o cronograma.

Qualquer projeto dessa envergadura esta sujeito a toda sorte de variaveis imprevisiveis (Creep factors). Mas o F-35 ja saiu dessa fase e entrou no preambulo da producao em massa (LIRP – Low Initial Rate Production).

Lembre-se que foram desenvolvidas 3 versoes, a tambem houve uma disputa politicamente acirrada para que a LM aceitasse outro turbofan.

Tadeu Mendes

Quanto ao Canada, a preocupacao deles e com os russos, loga ali na esquina.

Mas o T-50 esta muito longe de se tornar uma realidade.