GKN inglesa lidera disputa para comprar a Volvo Aero sueca

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Segundo o jornal The Guardian, o grupo inglês de engenharia está claramente à frente de todos os interessados em adquirir a Volvo Aero sueca, mas fontes dizem que o acordo não é iminente – A Volvo Aero é a fabricante dos motores que equipam as versões atuais do Gripen

A indústria inglesa poderá receber um grande impulso se o grupo de engenharia britânico GKN for bem sucedido numa planejada aquisição da maior empresa aeroespacial sueca, que poderia valer até 800 milhões de libras.

Apesar de fontes próximas às negociações dizerem que um acordo não é iminente, a GKN lidera claramente a disputa com outros inteerssados em comprar a unidade de negócios de motores aeronáuticos da Volvo. Entre os interessados, estava a alemã MTU Aero Engines, que desistiu. É possível que outras empresas, como o Carlyle Group e a Nordic Capital também tenham voltado atrás.

A aquisição da Volvo Aero, que realizou vendas de 616 milhões de libras no ano passado e fabrica motores completos assim como partes para aeronaves, incluindo o caça Gripen da Saab, seria uma expansão de grande importância para a área de negócios aeroespaciais da GKN. Trata-se da segunda maior das quatro divisões da GKN, em receita.

Especula-se que a GKN está tentando levantar fundos para a compra da Volvo vendendo sua unidade de rodas, que fabrica partes para  veículos pesados, e que não é considerada como um dos negócios principais.

A GKN fabrica, na ilha de Wight e em Bristol, peças de baixo peso para jatos da Airbus e Boeing, e também tem uma parceria com a Rolls-Royce para produzir pás de baixo peso para turbinas de motores aeronáuticos. Em janeiro, ela perdeu um contrato lucrativo para trabalhos nas asas dos jatos Airbus A320, depois que um rival coreano fez uma oferta mais barata. Há duas semanas, o chefe executivo da GKN, Nigel Stein, disse que a empresa estava procurando por aquisições adequadas, especialmente em sistemas aerospaciais e terrrestre, mas não poderia revelar o quanto a GKN estaria disposta a pagar.

Stein descreveu 2011 como um “ano de transição” para a divisão aeroespacial, quando um incremento no mercado de aviação civil compensou encomendas militares mais baixas. A relação histórica entre a área civil e militar da empresa tem sido 50/50, mas no ano passado foi de 58% civil e42% militar, e a expectativa é chegar a 70% civil e 30% militar.

A Volvo quer vender sua divisão de motores aéreos, que fornece partes para aeronaves civis e militares, para focar em caminhões pesados e equipamentos de construção. A história da Volvo Aero remonta a 1930, quando um fabricante de locomotivas formou uma empresa para fornecer 40 motores aeronáuticos para a Força Aérea Sueca, que naquele tempo só existiam no papel.

Analistas estão cautelosos a respeito desse acordo. Andy Chambers e Alexandra West da Redburn, disseram recentemente que seria “um empreendimento significativo, e que por isso mesmo tem um elemento de risco na execução.” Sandy Morris, da Jefferies, disse que a Volvo Aero, baseada em Gothenburg, se encaixaria muito bem na GKN Aerospace, mas alertou que a aquisição poderia estender a GKN financeiramente e que um gerenciamento de riscos é necessário.

Segundo Morris, “a atração da Volvo Aero é clara. Nós vemos uma clara tendência para a consolidação do mercado de componentes de motores e acreditamos que a Volvo Aero e a GKN Aerospace têm muito em comum. Ambas, por exemplo, estão trabalhando no desenvolvimento de materiais compostos para emprego em motores, com a GKN focada em caixas compósitas de fan e pás de fan, e a Volvo Aero trabalhando em uma estrutura de fan compósita. Ambas são fornecedoras importantes da GE, Pratt & Whitney e Rolls-Royce, mas combinadas terão um portfólio total mais forte. A GKN não quis comentar a respeito.

FONTE: The Guardian (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTOS: Volvo Aero

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Marcelo

pois é, a volvo cars já não é mais sueca, é chinesa (Geely), e a SAAB cars faliu. Agora a Volvo Aero não vai mais ser sueca também???

Roberto F Santana

Para os que já abriram o capô do motor de um carro e viram o sistema de injeção de gasolina, na terceira foto, aquela mangueirinha azul é por onde passa o querosene que alimenta o motor.

Marcelo

o presidente da volvo cars é o sr Li Shufu, e os suecos, si fu !!! 🙂

Ivan

Pois é Marcelo. Que bela oportunidade! Poderiam vir a ser brasileiras, já que não temos fabricantes de capital nacional de automóveis ou componentes para motores aeronáuticos. “Nós vemos uma clara tendência para a consolidação do mercado de componentes de motores e acreditamos que a Volvo Aero e a GKN Aerospace têm muito em comum.” Aparentemente continua o processo de fusões e aquisições na indústria aeronáutica, principalmente na européia, tendo em vista os custos de desenvolvimento cada vez mais alto e a necessidade de escala de produção, principalmente com a entrada dos asiáticos no mercado. É uma pena que não exista… Read more »

sergiocintra

Enquanto não dominarmos esse segmento, não seremos ninguem, só montadores!

edcreek

Olá,

A coisa anda feia para um pais que não faz parte do Euro, não?

Deposi dizem que os Franceses estão ruim…kkkkk daqui a pouco nem a “lataria do Gripem é Sueca” vai ser Inglesa.

No fim nada mais justo para um caça Ingles como o Jas-39, abraços,

Ivan

Monsieur Ed, Por isso é tão interessante fazer negócio com os suecos. Eles tem muito conhecimento a oferecer mas, como o país é pequeno e sem ilusões de potência (ou ex-potência) mundial, trataria o Brasil com sócio e possivelmente acompanharia o nosso crescimento. A SAAB trabalhando em conjunto com a Embraer corre o risco de ser engolida pela brasileira no seguimento de aviões. Os Suecos sabem disso, mas não se importariam de no futuro ser sócios minoritários de negócios brasileiros. Até as cores nacionais ajudam, pois amarelo e azul com verde e amarelo são parecidos… ops, já somos verde, amarelo… Read more »

Nick

Interessante… Imaginem alguma empresa nacional como a Odebrecht ou Vale, ou mesmo a Embraer adquirindo a Volvo (divisão motores aeronáuticos).

Isso sim seria um investimento estratégico.

[]’s

Antonio M

edcreek disse:
12 de março de 2012 às 10:52

Vale a recíproca. Será que algum grupo compraria a Dassault ?

Antonio M

Talvez a Embraer, talvez a CELMA também pudesse comprar ou até associar-se a SAAB já que a notícia diz que a venda não é iminente.

Mas aqui o negócio parece ser investir e faturar com carnaval, copa do mundo, olimpíadas …..

Daglian

Quê isso pessoal, pra que turbina de avião? Prefiro muito mais que gastemos 70 bilhões de reais em estádios de futebol. ORAS!! Somos o país do futebol, precisamos fazer bonito na copa. [Ironia off] Seria extremamente interessante que uma empresa brasileira comprasse a Volvo, interessante MESMO, digamos que o maior problema para o desenvolvimento aeronáutico nacional teria uma solução muito mais rápida. Mas, como todo grande investimento em tecnologia nacional, podem esquecer. O Gripen [minha opinião] NÃO será comprado pelo Brasil, porque não temos qualquer visão de desenvolver tecnologia, muito menos de fazermos parcerias. Duvida? Quer prova? Nossa participação na… Read more »

edcreek

OLá,

Antonio M o governo Frances nunca permitira isso e já deu provas disso ao bancar sozinho o programa Rafale….

Ivan o terrivel!

Concordo plenamente que a compra de empresa só traria beneficios, mas como o visto os Ingleses já se adiantaram, e definitivamente as empresas nacionais que visão total e exclusivamente lucro(leia-se Embraer) não vai colocar a mão no bolso….essa possibilidade só existe se o governo entrar ajudando, como não temos vontade politica……

Abraços,

Mauricio R.

“o governo Frances nunca permitira isso e…”

Ao contrário da Aerospatiale, que é estatal, a Dassault é uma empresa privada, c/ ações na bolsa.
O mto que pode acontecer é vc ter, via EADS (Aerospatiale + Daimler), o governo francês como sócio, pois esta tem 46% da Dassault.

Ivan

Edcreek e Maurício,

Durante a década de 70 Marcel Dassault detinha cerca de 90% do capital de sua empresa de aviação, mas era constantemente pressionado por um movimento estatizante de Paris. Nesta época ocorre a fusão entre a Dassault e a Breguet, formando a Dassault-Breguet Aviation, que em 1979 tem 21% de suas ações vendidas ao governo frânces.

François Miterrand (socialista) quando no governo aumentou a participação estatal para 46% do capital, mas Marcel e depois seu filho Serge sempre mantiveram o controle da empresa, mesmo quando tentaram fundir a Dassault com a Aérospatiale.

Sds,
Ivan, o antigo.

Ivan

Nunão, A empresa que teria a lucrar com uma compra ou fusão com a Volvo Aero seria a Celma, mas esta última agora é da General Eletric. Um dos problemas no Brasil é que as compras estatais não permitem o funcionamento regular de uma empresa, ou, quando ocorre, vem APÓS a venda desta empresa para um capitalista estrangeiro. A Helibras, por exemplo, tinha participação nacional que foi repassada para o sócio estrangeiro. Coincidentemente veio em seguida uma expressiva compra de 50 (cinquenta) helicópteros médios pelo Ministério da Defesa. Um dos determinantes para a existência de uma empresa é um mercado… Read more »

Corsario137

Caríssimos, A Suécia já transcendeu essa idéia de empresa nacional. O capital social é estrangeiro mas o intelectual é sueco. A mão de obra altamente qualificada e os constantes investimentos em inovação perpetuam o ciclo virtuoso da economia sueca. Ainda na década de 80 eles fizeram o ajuste fiscal que a Europa em crise só vislumbra hoje. Nos anos 90 e 2000 eles desenvolveram ainda mais suas empresas nacionais e agora, eles capitalizam ainda mais seu caixa as vendendo, pois a fabricação se tornou algo menor e o importante é você saber criar. Assim foi com a Volvo cars. Antes… Read more »

Mauricio R.

“A Helibras, por exemplo, tinha participação nacional que…”

Ao contrário da Embraer, a participação estatal na Helibrás era do governo de MG e nunca foi assim tão expressiva.

Mauricio R.

Só um detalhe, o portifólio de produtos da Volvo Aero, não contempla nenhuma turbina usada pela Embraer em seus produtos.

weber_eng

Se nenhum dos grandes grupos nacionais (Odebrecht, Embraer, etc) se interessar, seria o caso de o Governo Federal agir, mas não há vontade política para isso, nossos políticos não se interessam por investir em tecnologia. Mesmo que que houvesse, a estrutura paquidérmica do governo não teria agilidade suficiente.
Parece que essa é mais uma oportunidade imperdível que nós perderemos.

Almeida

Edcreek, quanta ingenuidade, TODA empresa visa o lucro e não apenas a Embraer. Se não visa o lucro não é uma empresa por definição, mas uma organização sem fins lucrativos.

E te garanto que sua querida Dassault não constrói aviões por caridade.

Almeida

Mania estúpida de brasileiro achar que é errado lucrar com seu trabalho e ganhar dinheiro de forma honesta.

Marcelo

Corsario137 disse:
12 de março de 2012 às 14:57

Corsário, o seu comentário é perfeito. Mas que dá um frio na espinha ver a chinesada comprando a Volvo, dá! Isso dá! brrbrbrbrbrbr e se comprarem a Embraer ??? Será que íamos reagir com essa frieza sueca???

Marcelo

lembrando que os chineses compraram a Cirrus Aircraft nos EUA, para ficar em um exemplo aeronáutico (comprada pela CAIGA)! E se fosse a Northrop Grumman, titio sam ia achar legal?

Nick

Caro Nunão, Qual seria o objeto de uma aquisição desse porte? A oportunidade de nos apoderarmos das tecnologias e know-how deles ! 😀 E o que faríamos depois? Dominar o mundo! MWAHAUHSAUHAHUAHUH!!! Pelo menos é o que o Brain diria… 🙂 Agora, vejamos, tínhamos a CELMA, mas esta foi privatizada e virou uma filial da GE. Com uma eventual compra da Volvo, teremos pelo menos a possibilidade (Estratégica na minha opinião) de fabricarmos e mantermos motores de alto desempenho como o GE-414 ou similar. Claro que isso não é o carro-chefe da empresa, que continuaria fornecendo componentes para as 3… Read more »

Corsario137

Caro Marcelo, Nem digo a Embraer porque nesse país, infelizmente, tudo é possível, mas, no dia que a China for dona da Northrop Grumman eu mudo o meu nome pra Carlota Joaquina. Podem estar certos de que este movimento de venda da Volvo foi muito bem pensado e planejado antes de ser cogitado como concreto. A Suécia não conseguirá sozinha ir para a próxima geração de caças sem um programa ainda mais internacionalizado do que o Gripen foi e está sendo. Não há mais espaço para 3 Eurocaças no futuro, a “diminuição” é obrigatória e o processo de fusões e… Read more »

Antonio M

edcreek disse:
12 de março de 2012 às 13:50

E que dane o contribuinte francês não é mesmo ?!!??

Aliás, se aceitam isso depois que não vão às ruas protestar quando o governo quiser aumentar a idade mínima para aposentadoria e assim poder fechar as contas de sua previdência social …..