Eliane Cantanhêde

Dias depois de a Força aérea dos EUA suspender um negócio formidável com a Embraer, o embaixador Thomas Shannon, sua antecessora Donna Hrinak, agora presidente da Boeing Brasil, e dois altos executivos da Boeing internacional disseram a jornalistas ontem em Brasília que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Uma é o feito e a desfeita da Força aérea, que, segundo Shannon, “vai ser refeita”. Outra é o que realmente interessa ao governo, ao Congresso, à Boeing e a dezenas de empresas dos EUA: a venda de caças para renovar a frota da FAB. Um negócio de ouro para eles.

Segundo Shannon e Hrinak, ambos em muito bom português, o mais importante é a parceria cada vez mais sólida e madura entre os EUA e o Brasil na área de defesa, o intercâmbio tecnológico, os investimentos da Boeing em pesquisa e tecnologia em universidades brasileiras. Saia ou não a venda dos caças F-18, tudo isso será mantido tal como está. Palavra de diplomatas.

A expectativa é a de que o anúncio do governo brasileiro seja ainda neste semestre, depois de mais de dez anos de indecisão. Além do escritório em São Paulo, a Boeing está abrindo outro em Brasília.

Bem-humorada, Hrinak afirmou que sua vinda para o Brasil, pela Boeing, não está atrelada à venda dos caças e que, independentemente do resultado, pretende ficar um bom tempo por aqui: “Meu marido me mataria se eu dissesse que iria voltar depois de poucos meses…”.

Shannon, também sorridente, disse que a demora na escolha do vencedor (concorrem com o F-18 o Gripen NG sueco e o Rafale francês) não tem importância: “É melhor tomar o máximo de tempo e chegar à decisão mais adequada”.

Além da turma da reserva, Dilma e Amorim que se preparem para a volta de outra pressão: EUA, França e Suécia também estão fechando o cerco. A pressão voltou com tudo.

FONTE: Folha de São Paulo, via Notimp

FOTO: Marinha dos EUA – USN (para combinar com a “pressão” do título e como este é um site voltado a temas aeronáuticos, selecionamos no site da USN esta curiosa foto, onde se vê um mecânico instalando um lacre de pressão no canopi de um Super Hornet)

Subscribe
Notify of
guest

4 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Marcos

Se lá atrás Lula tivesse tomado a decisão de comprar aquela aeronave que foi bem melhor qualificada pela FAB, ou seja, o Gripen, a coisa já teria sido resolvida.

Agora, se eventualmente existe corrupção no caso, como supôs um “espião”, não há preço, não há tecnologia, não há melhor oferta, não há nada nesse planeta ou qualquer outro que reverta a questão.

Mauricio R.

Não subestime o poder, de uma .45 ou uma 9mm Parabellum; qndo bem empregadas.

Vader

Já deu Rafale. Só falta anunciar.

E a FAB aceitar.

Fabio ASC

Vader, infelizmente concordo com você.