Embraer no ranking das maiores em defesa
–
Pela primeira vez, grupo brasileiro entra na lista dos 100 maiores do setor no mundo
–
GENEBRA – A Embraer entrou pela primeira vez na lista das cem maiores empresas militares e de armamentos do mundo. Dados publicados ontem pela entidade sueca Stockholm International Peace Research Institute (Sipri) apontam a empresa brasileira no 94.º posto, em uma classificação dominada por companhias americanas e europeias.
Apesar da crise mundial, o comércio de armamentos continua em expansão, ainda que de uma forma bem mais modesta que nos anos anteriores. As ambições de países emergentes mantiveram o mercado aquecido, apesar de cortes de orçamentos militares nos países ricos.
A liderança mundial continua com a americana Lockheed Martin, com US$ 35,7 bilhões em vendas de armamento apenas no ano de 2010. No total, a companhia emprega 132 mil funcionários.
No caso da Embraer, a empresa entra pela primeira vez na seleta lista, depois de um salto importante nos últimos anos nas vendas de aeronaves para fins militares. A lista, porém, não inclui empresas chinesas, por conta da falta de informações confiáveis sobre as vendas das empresas militares de Pequim. Entre 2009 e 2010, as vendas da empresa brasileira no setor aumentaram de US$ 470 milhões para US$ 670 milhões. Hoje, 12% de todas as vendas da Embraer vêm do setor militar.
Desde 2005, as vendas da empresa brasileira praticamente dobraram, em uma taxa de expansão superior ao da média mundial. Segundo o Sipri, as vendas militares no mundo tiveram um incremento de 60% entre 2002 e 2010, mas de apenas 1% entre 2009 e 2010. No total, o setor foi responsável por vendas de US$ 640 bilhões em 2010. Em 2002, o movimento chegou a US$ 280 bilhões.
Outra constatação é que há um número cada vez maior de empresas de países emergentes na lista até hoje dominada pelos países ricos. Das cem empresas, três são indianas, uma de Cingapura, duas da Coreia do Sul, além de empresas do Kuwait e da Turquia. Na Ásia e Oriente Médio, empresas locais já representam US$ 24 bilhões em vendas.
Ainda assim, o controle do setor militar está mesmo nas mãos de países europeus e dos Estados Unidos, com uma concentração alta do poder bélico nas mãos de poucas indústrias. Dos Estados Unidos, há nada menos que 44 empresas entre as cem maiores, representando 60% das vendas. Também fazem parte da lista 29 grupos europeus.
As dez maiores produtoras de armas do mundo representaram 56% das vendas internacionais em 2010, ou cerca de US$ 230 bilhões. Juntas, as empresas europeias e americanas controlam 91% das vendas mundiais. “Os dados demonstram mais uma vez a habilidade do setor de continuar vendendo armas, apesar da crise internacional”, declarou Susan Jackson, especialista da entidade.
FONTE: O Estado de S. Paulo (reportagem de Jamil Chade)
NOTA DO EDITOR: segundo a ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança), a pesquisa Defense News Top 100 coloca a Embraer na 87ª posição no ranking mundial e, se todas as empresas brasileiras do mercado de defesa fossem somadas, ocupariam o 80º lugar. Saiba mais a respeito no link que abre a lista abaixo.
- ABIMDE prevê investimentos de 120 bilhões em Defesa no Brasil até 2030
- Embraer: crescimento dos negócios de Defesa puxará alta das receitas em 2012
- Embraer quer vender aeronaves para a Otan
- Embraer enfrenta nacionalismo americano
- Avanço da Embraer no campo militar depende do governo, diz analista
- Embraer Defesa e Segurança expande presença na Ásia Pacífico
- Peru pode comprar Super Tucano, mas quer transferência de tecnologia
- Embraer faz mais apostas no Super Tucano
- Super Tucano vence programa LAS da USAF
- AEWCS e AWACS, os olhos indianos no céu