FAB recolhe objeto que caiu no Maranhão
Peça pode ser de foguete francês
Militares da Aeronáutica recolheram, na noite desta sexta-feira (24), o objeto que caiu do céu na manhã da última quarta-feira (22), em Anapurus (MA), a 275 km de São Luis. A bola metálica –de aproximadamente 30 quilos e 1 metro de diâmetro– caiu no povoado Riacho dos Poços, a 15 km do centro do município. A peça estava guardada no quartel da Polícia Militar no município de Chapadinha, a 30 km de Anapurus.
Segundo a análise inicial feita pelos técnicos da Aeronáutica não há risco haver radioatividade no objeto, que deve ser uma peça do foguete francês Ariane 4. A confirmação só virá após uma análise mais detalhada.
Segundo a assessoria de comunicação da Aeronáutica, o objeto foi recolhido por militares do Centro de Lançamento de Alcântara, localizada a oeste de São Luís, para onde a peça foi levada e será analisada. “O objetivo da investigação que faremos é saber de onde ela veio e de que se trata o objeto. Sobre o risco de radioatividade, é zero”, informou a Aeronáutica ao UOL, na manhã deste sábado (25).
Ainda segundo a Aeronáutica, o material será analisado no próprio centro, em Alcântara, mas, caso seja necessário, poderá ser enviado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, em São José dos Campos (SP).
De acordo com policiais militares da 4ª Companhia Independente de Chapadinha, a bola metálica foi recolhida do povoado onde caiu pelos policiais na tarde da quinta (23). A medida foi tomada por conta da repercussão do caso e do temor de haver radioatividade.
Segundo o sargento Cardeal, cinco técnicos da Aeronáutica realizaram os testes ainda no quartel da polícia e descartaram a possibilidade de radioatividade e de contaminação de quem teve contato com a bola metálica. “Eles pediram para informar à população que não fique com medo, pois não há riscos”, disse.
Apesar do temor dos moradores da região com possíveis novos acontecimentos, cientistas afirmam que não há nenhum motivo para pânico, pois novos objetos não devem cair na região. “No momento não há previsão de reentrada de nenhum objeto em órbita. Esses eventos não são previsíveis com longa antecedência. Mesmo quando se sabe que o objeto vai cair, o máximo que se consegue prever é uma faixa de latitude onde o ele pode cair. As pessoas não devem ficar preocupadas com esse tipo de incidente”, afirmou o astrofísico da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), Gustavo Rojas, que está acompanhando o caso de perto.
Rojas afirmou aos mais assustados que não há registros de mortes por conta de queda de lixo espacial, e que a possibilidade de uma pessoa ser atingida por uma peça do espaço “é muito menor que a de sofrer qualquer outro tipo de acidente cotidiano.” “O medo é infundado. Estima-se que a chance de isso acontecer seja de 1 em 1 trilhão, enquanto por exemplo a de ser atingido por um raio é de 1 em 1 milhão. Em 50 anos de exploração espacial mais de 5.000 toneladas de lixo espacial voltaram ao solo, sem nenhum relato de vítimas”, assegurou.
Foguete francês
Nesta sexta-feira, o cientista já havia informado ao UOL que o objeto que caiu no Maranhão deve ser um pedaço do foguete francês Ariane 4. A reentrada em órbita de objetos já era prevista pela entidade americana Center For Orbital and Reentry Debris Studies. Segundo o site do órgão, a previsão era de que um objeto do foguete caísse na Terra às 7h22 do dia 22, com a diferença de três horas a mais ou a menos –ou seja, pouco mais de uma hora antes do relato dos moradores. O mapa dos cientistas aponta o Estado do Maranhão como um dos locais por onde o resto do foguete poderia cair.
Segundo testemunhas, com a queda, o objeto atingiu um buritizeiro e um cajueiro, que tiveram galhos arrancados. Os moradores do povoado afirmaram que foram quatro “estrondos” causados com a queda da bola espacial, que abriu um buraco de cerca de um metro no chão próximo a casa de José Valdir Mendes, 46, proprietário do sítio onde a esfera caiu.
Segundo Gustavo Rojas, apenas uma análise pode determinar o que é a peça que caiu no Maranhão. Porém, como um objeto similar do foguete Ariane 4 já caiu em Uganda, em 2002, é provável que as investigações confirmem a origem da peça. “Uma identificação definitiva só pode ser feita após a análise do objeto. Contudo, é muito provável que seja o reservatório de Hélio do terceiro estágio de um foguete Ariane 4, lançado em 1997”, explicou.
Relatos
Por conta do alvoroço causado pelo objeto, a Polícia Militar esteve no local, na tarde de quinta, em busca do objeto. Segundo os moradores, muitas pessoas ficaram com medo de ocorrer outra queda de lixo espacial.
“O barulho foi tão grande que os moradores do povoado acharam que era um avião que tinha caído”, afirmou Zacarias Santos, que reside em Chapadinha e foi ver de perto a bola metálica.
Apesar de a queda da esfera ter ocorrido na zona rural, onde existem poucas casas, os moradores das cidades próximas a Anapurus, como Chapadinha (a 29 km) e Mata Roma (a 7 km) estão assustados. O objeto atraiu centenas de pessoas que foram até o povoado Riacho dos Poços ver de perto o objeto que caiu do céu. “Estamos todos assustados porque imagina se isso cai em cima de uma casa. A força da gravidade com o peso pode causar um acidente fatal”, disse Santos.
Segundo moradores que mexeram na esfera, o objeto é oco e possui fragmentos soltos dentro do globo. O objeto tem cerca de 1 metro de diâmetro, pesa cerca de 30k e tem em uma das partes uma espécie de válvula.
FONTE/FOTO: UOL
Se fosse foguete duzamericanu a gritaria seria geral. Madame já teria chamado o Patriota para convocar o Embaixador e dar uma chincha nele. Mas como é francêis, nóis é parceiro, eles vão transferir tequinologia… Cumé?! Fogeti? Ondi?
menos né Marcos? Já vi comentários bem melhores vindos de você. Implicancia pura e simples é criancice.
Calma, “crianças”…
Na verdade, essa é a primeira peça da transferência de tecnologia do Rafale. Apressadinhos esses franceses…
Clésio, O F-X2 costuma monopolizar a atenção, mas aproveito para lembrar que a Ariane já manifestou suas intenções de ampliar as relações com o Brasil, em negócios, tecnologia, inovação etc, e o Poder Aéreo esteve lá para conferir. http://www.aereo.jor.br/2011/11/15/novas-perspectivas-para-longas-relacoes-com-o-brasil-thales-e-arianespace/ Logo, não acho justo colocar a “culpa” dessa “transferência direta de tecnologia” no Rafale – aí a comparação da bola com uma jaca, como fez o Alfeu lá do Face Book, daria margem a diversas discussões acaloradas… Aliás, a bem da verdade a transferência foi quase direta – acertou o Estado, mas Alcântara fica a algumas centenas de quilômetros de Anapurus…… Read more »
Essa “transferência direta de tecnologia”, seria melhor apreciada, se fosse diretamente na testa de um certo apedeuta, residente em São Bernardo do Campo…
A FAB já recolheu o destroço !?!? O Sarney deixou é ?!?!?!?!? Talvez quisesse para colocar em seu museu, instituto, na porta da fazenda sei lá …..