Canards no avião dos outros é refresco
A configuração aerodinâmica de asas em delta com “canards” móveis é comum em caças de quarta geração como o Saab Gripen, o Eurofigher Typhoon e o Dassault Rafale. Esta configuração possui vantagens como a eliminação dos profundores, economizando peso e diminuindo o arraste. Mas também existem desvantagens como o aumento do RCS (seção reta radar) e a possibilidade de reduzir a visão do piloto.
A General Dynamics (GD), a empresa que projetou e construiu um dos caças de maior sucesso dos últimos 30 anos, o F-16, não via com bons olhos a configuração “delta canard”. Reza a lenda que a GD costumava dizer que o único lugar apropriado para colocar um canard era em outra aeronave, de preferência em uma aeronave inimiga.
NOTA DO EDITOR: o blog não confirma nem desmente as palavras da GD, muito pelo contrário.
Geometria variavel,pouso e decolagem vertical,stealth,canards; coisas que vem e não ficam.
Aliás, canard em francês significa pato…
P.S.Gostei do tigre dentro da cabine.
Na década de 80 a configuração canard era vista com bons olhos tendo em vista dois objetivos que eram tidos como essenciais, a capacidade STOL e a manobrabilidade. Combinado com TVC era tido como o futuro da aviação de caça. As coisas mudaram um pouco de lá pra cá. Hoje, com o término da Guerra Fria, a visão de pistas de pouso esburacadas já não é mais tão comum e assustadora e a manobrabilidade foi substituída pela furtividade e pelo super cruise, como fatores preponderantes para a sobrevivência/letalidade de um caça. Me lembro de ter lido e visto fotos que… Read more »
Quanto aos canards serem pior para a redução do RCS eu tenho dúvidas.
Tudo bem se levarmos em conta apenas as “técnicas de forma” já que são mais duas superfícies a serem alinhadas e a interagir com a fuselagem, mas se levarmos em conta a tecnologia de materiais, o detalhe se torna menos importante.
legal a ação do PA de abrir um outro post para a discussão de canards vs RCS ! Muito dinâmico! Bosco, acredito que, se o canard for feito todo, ou quase todo em material composto, não causará muito aumento no RCS. Por isso alguns projetos de 5a geração ainda apostam nos canards. Eu não caio nessa de que míssil com TVC e mira no HMD deixa a amnaobrabilidade completamente obsoleta, assim como russos e chineses também demonstram não acreditar nisso. Essa estória parece com aquela de de que os mísseis iriam acabar com o canhão, e aí os primeiros F-4… Read more »
Postei um comentário sobre o rcs/canards, mas foi bloqueado 🙁
Um conceito que pode ser aproveitado é o Sukhoi T-50 , uma evolução dos canards, mas com menos exposição ao radar.
[]’s
Marcelo, Apenas o HMD e o míssil supermanobrável (nem é preciso o TVC muitas das vezes tendo em vista o Python IV, V e o Asraam) não vão acabar com a necessidade da manobrabilidade, mas estão pondo em cheque a “supermanobrabilidade”. Mesmo porque, além de um fator de força g de 9 x, o piloto não suporta, pelo menos não por mais que alguns segundos. Agora, o que realmente deve colocar um ponto final na questão será um incremento na consciência situacional que se anuncia com a integração de uma série de sensores periféricos, tais como o DAS do F-35,… Read more »
Bacana isso, de uma discussão num outro tema a post! Legal! O canard foi a solução mágica para os caças instáveis, mas não confundir o canard fixo(Mirage IIIEBR), que tem como objetivo apenas gerar um vórtice sobre a asa, a fim de melhorar a manobrilidade e reduzir a perda de energia, com o canard móvel, capaz de modificar a atitude do avião e em alguns casos usados juntamente com os profundores(Su-27). O Viggen tinha um canard misto, pois era fixo, mas com flapes no bordo de fuga. Só servia para diminuir a pista, porque em termos de manobrilidade, o Viggen… Read more »
Foi boa a escolha do Gripen para falar dos canards, pois ele possui uma razão de curva instantânea/sustentada maior que a do F-16, projetado pela General Dynamics. Foi meio que um tapa na cara do engenheiro que soltou aquela frase. Muito do projeto de um avião depende do conhecimento e certamente das preferências pessoais dos seus projetistas. O que é visto com bom olhos por um engenheiro nem sempre o é por seus colegas. Por enquanto, eu só vi vantagens do canard para a manobrabilidade de um avião, mas certamente devem haver limitações ou problemas. Se alguém souber, gostaria de… Read more »
Na época da divulgação das primeira imagens do stealyh chinês J-20 li vários comentários na net sobre “os efeitos negativos do uso de canards em aeronaves stealth”.
Mandei um email pro Carlo Kopp questionando sobre isso, antes da sua análise sobre o novo caça, e ele, de forma breve, me disse que o uso de canards não afeta a furtividade de uma aeronave mais do que profundores convencionais.
Disse que uma configuração sem cauda ou sem canards seria o desejável no que se refere à furtividade , mas não existe vantagem em uma aeronave ser canard ou convencional.
A nota do editor foi engraçada! Digna do Caetano Veloso.
Groo,
Se profundores e canards forem em nível diferente das asas, eu concordo com o Carlo Kopp, se forem no mesmo nível, o canard é “teoricamente” pior, já que em tese os profundores ficariam ocultos pelas asas.
Bosco,
obviamente essa sua última análise se refere a RCS frontal, uma vez que dependendo da direção em que o avião estás endo iluminado pelo radar inimigo, pode acontecer o inverso!
Abraços.
Sem dúvida Marcelo. Só que, como você sabe, convencionou-se de divulgar o RCS do setor frontal, sem falar que ele é taticamente mais relevante. Um sistema antiaéreo ou um AAM tem maior envelope de ação cinemática quando engaja alvos vindo de frente (head on engagement), daí o setor frontal do caça receber maior atenção dos projetistas por ter que anular essa vantagem, retardando o alcance em que é detectado e rastreado, reduzindo o RCS nesse setor específico. Já engajamentos com o caça se afastando (tail chase engagement), mesmo que o sistema antiaéreo possa detectá-lo e acompanhá-lo mais longe devido ao… Read more »
Bosco, perfeito!
“Sem falar que se o caça já ficou de costas para o alvo, tudo indica que o alvo ou foi destruído ou está prestes a ser e sua última preocupação é o caça indo embora.rsrsrs…”
Perfeito….
joseboscojr disse:
17 de fevereiro de 2012 às 15:04
Bosco, então não está previsto o uso do AIM-9X? Vc leu algo a respeito?
Pelo menos na configuração com armas externas, aparecem fotos do F-35 com AIM-9X:
http://www.armybase.us/wp-content/uploads/2010/06/CG-1-the-ground-test-for-the-F-35C-Lightning-II-carrier.jpg
[]s
Rogério,
Eles estão previstos para as estações subalares mais externas e internamente, só nos F-35 dos britânicos (Amraam), salvo engano.
Como parece que a capacidade de armas externas não será implementada de imediato à principio os F-35 não britânicos estarão desprovidos de um SRAAM.
Quanto ao RCS frontal das aeronaves stealths serem em geral menor que o de outros aspectos, é uma característica que não deverá prevalecer no futuro e mesmo hoje eu duvido que o B-2 tenha uma grande diferença em relação ao aspecto do setor frontal com o lateral e até com o traseiro.
Obrigado Bosco, eu não sabia disso, achei mt estranho isso, parece que p/ a USAF é o fim dos DF mesmo.
[]s
Rogério, Agora tem o AIM-9X block 2 que tem capacidade LOAL e deverá poder ser lançado das baias internas do F-22 e do F-35. Também tem o programa para substituir o Amraam, que desenvolve um míssil “faz tudo” tão bom em combate WVR quanto em BVR, além de poder atacar alvos em terra e com função antir-radar. Ele poderá ser lançado “por sobre os ombros” designado por outra aeronave ou provavelmente pedos sensores do próprio caça, no caso, pelo DAS do F-35. Teoricamente o AIM-9X não pode ser lançado no modo LOAL e somente no modo LOBL, precisando travar antes… Read more »
Obrigado mais uma vez Bosco, então não é o fim do DF, rsss.
Eu havia estranhado essa informação justamente pq eu achava que o AIM-9X já tivesse capacidade LOAL, mas revendo os meus links a informação que eu tinha lido era do Python 5, por isso o meu engano.
[]s
Bosco, a USAF cancelou o programa do NGM, deu no Flight Global:
http://www.flightglobal.com/news/articles/usaf-cancels-amraam-replacement-368249/
A crise está mesmo feia pros americanos.
Clesio, essa é uma notícia importante. Será que vão comprar o Meteor? A coisa está muito feia mesmo…
Clésio,
Obrigado pela informação. Não sabia.
Rogério,
Eu também achava que o AIM-9X tivesse capacidade LOAL mas se tem não foi ainda testada e colocada em prática.
Agora deve ser questão de atualização de software apenas. Acredito que seu sistema inercial e sua capacidade de processamento dê suporte à capacidade LOAL autônoma já que ele até já foi testado em lançamentos subaquáticos no programa Litoral Warfare Weapon a partir de submarinos.
Os americanos comprando um míssil europeu, com cabeça de busca francesa? Só se o Vader virar Luke Skywalker. Mas falando sério, a diferença de desempenho do Meteor para o AIM-120D não é grande, então eu acho que eles vão ficar com o míssil doméstico por um bom tempo. A chance de sucesso de disparos acima de 100 km é pequena, pelo menos nos alvos que tem RWR, já que uma curva ampla de 360 graus já é o suficiente para escapar do míssil e se reaproximar do oponente. Importante mesmo é a “no escape zone” onde não importa o que… Read more »
Clesio,
Mas mesmo cancelando o programa NGM eles irão continuar evoluindo e talvez apenas mudem de nome ou incorporem os avanços conquistados às novas versões do Amraam de modo mais evolutivo que revolucionário.
O sistema de orientação triplo sem dúvida é compatível com um Amraam e também a espoleta direcional e a ogiva de geometria conformável.
Pra mim esses cancelamentos são apenas para se adequarem ao orçamento e enganar os senadores. rsrsrs
Claro que os americanos querem continuar à frente em relação a mísseis LRAAM mas creio que eles confiam muito na versão D do Amraam para, pelo menos, não ficarem para trás.
Mas o que mais interessava era a possibilidade de terem um míssil anti-radar e contra alvos táticos, de alta velocidade e que coubesse dentro do compartimento dos seus caças stealths já que o HARM/AARGM não é compatível.
Texto interessante da Virginia Tech:
4. Aircraft Configuration Design Options
Ver item: 4.2.3 Why Canards?
http://www.dept.aoe.vt.edu/~mason/Mason_f/ConfigAero.html
Interessante material Penguin. Aqui vai uma tradução de alguns pontos que ele levantou: • Reduces subsonic-supersonic aerodynamic center shift. (Reduz a mudança do centro aerodinâmico subsônico-supersônico) • Needs to be balanced unstable to take full advantage of performance. (precisa ter balanceamento instável para ter vantagem máxima de performance) • Drawback: the downwash from the canard unloads wing (for forward swept wing concepts this is good). (Regresso: o fluxo de ar do canard tira carga da asa – para enflexamento frontal isto é bom) • If balanced stable, CL on the canard is much higher than the wing. (Se o balanceamento… Read more »
Clesio
CL eh coeficiente de sustentacao.
Saudacoes
Foi mal, eu estava vendo essas coisas pela Wikipedia em inglês e acabei traduzindo errado.
“Será que vão comprar o Meteor?”
Antes vão tentar adaptar a tecnologia já desenvolvida p/ o NGM, nos mísseis ora em serviço.
Qnto a adoção do Meteor, pelos americanos, a própria MBDA a tempos já falou que faria quisquer modificações no míssil, se fosse p/ torná-lo compatível c/ o F-35.
E é claro, absolutamente cristalino, que um Meteor/US, será uma arma totalmente diferente do míssil europeu.
Não somente pela cabeça de busca, mas propulsão e data link tb.
Maurizio R.
a cabeça de busca vejo sentido em trocar, mas a propulsão, ramjet, que já está desenvolvida não vejo porque mudar, apenas fabricar sob licença nos EUA.
mas acho difícil eles comprarem o Meteor, afinal, era para eles comprarem o ASRAAM e deixaram os europeus a ver navios! Pegadinha do malandro!!! O lobby americano é muito forte.
A capacidade LOAL autônoma para um míssil da classe do AIM-9X é interessante pois possibilita: 1- ser ejetado de um lançador interno, como os existentes no F-35 2- ser lançado “por sobre os ombros” contra alvos no hemisfério traseiro 3- ser lançado verticalmente de lançadores em terra 4- engajar alvos afastados fora do alcance do seeker, o que permite usar todo o potencial cinético do míssil para expandir o envelope de ação do mesmo 5- engajar alvos com a visão obstruída pelas condições atmosféricas, o que torna um míssil IR um legítimo “wall wather” 6- engajar alvos com a linha… Read more »