Mate o Harrier e o F-35B
O US Marine Corps está repensando a sua necessidade de operar jatos de decolagem vertical como o Harrier e o F-35B. Existem várias razões para isso. Em primeiro lugar, existe o custo. O F-35B, substituto para o Harrier, será caro, custando mais de US$ 100 milhões cada. Pior, essas aeronaves de decolagem vertical tendem a ter mais acidentes, o que aumenta o custo de mantê-los em serviço.
A operação destas aeronaves a partir de bases aéreas avançadas não é usada mais como antes, porque a obtenção de combustível e outros suprimentos é muito mais difícil e caro e as bombas inteligentes eliminam a necessidade de ter caças-bombardeiros baseados tão perto das linhas de frente.
Com efeito, a bomba inteligente, especialmente as orientadas por GPS, têm eliminado a maioria das vantagens do jato de decolagem vertical. O que os aviões de combate precisam agora é de resistência (que falta aos jatos de decolagem vertical) para permanecer no campo de batalha até que uma bomba inteligente seja necessária lá. Aeronaves mais baratas, como o F/A-18E podem fazer isso de forma mais barata e eficaz.
A grande consideração aqui é o custo, e os grandes cortes anunciados no orçamento de defesa dos EUA. Como resultado, os fuzileiros navais não têm dinheiro para comprar novos F-35Bs e ao mesmo tempo reforçar a sua envelhecida frota de helicópteros. Além disso, os F-35Bs foram adiados várias vezes e os Marines tomaram algumas medidas extremas para manter sua frota de Harrier operacional.
Por exemplo, há três meses, os fuzileiros navais compraram todos os jatos Harrier da Grã-Bretanha, peças sobressalentes e equipamentos auxiliares. Os fuzileiros navais americanos são atualmente o maior operador de aviões Harrier, com 140 AV-8Bs em serviço e não há sequer menção em se aposentar esses aviões mais cedo ou mais tarde.
O Harrier tem o maior índice de acidentes de qualquer caça atual. Isto em grande parte é por causa de suas capacidades de voo vertical, que lhe conferem uma taxa de acidentes semelhante à dos helicópteros. O US Marine Corps perdeu um terço dos seus 397 Harriers em acidentes em 32 anos. Isso é cerca de três vezes a taxa do F/A-18C. No entanto, as taxas de acidentes de perda de aviões de combate diminuíram ao longo do século passado. As taxas atuais do Harrier são semelhantes às de aviões de asa fixa operando na década de 1970. Pilotos de Harrier simplesmente aceitam o fato de que desde que operam uma aeronave que pode voar como um helicóptero, eles têm que esperar por taxas maiores de perdas que a acompanham.
FONTE: StrategyPage.com / TRADUÇÃO: Poder Aéreo
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Quem diria, Tio Sam comprando sucatas.
Bom… se eles podem, nós também podemos.
Uma visão bastante interessante da situação atual e futura da aviacao do USMC
Tirar de operação o Harrier e cancelar a compra do F-35B certamente tiraria um grande peso das costas dos Marines, mas o que será que os comandantes de campo pensam disso? Até agora eu só tenho visto elogios à operação de AV-8B nos Marines.
Eu até concordo que um caça STOVL seja dispensável, mas por motivo diverso. Acho que não é a bomba guiada por GPS e sim os futuros avanços do apoio de fogo a partir dos navios. Em breve canhões navais terão alcance de 180 km e mais para o futuro, 500 km, usando canhões eletromagnéticos. A combinação de canhões EM com a tecnologia scramjet pode aumentar mais ainda o alcance. Hoje um caça partindo de um navio de assalto é essencial para prover apoio de fogo, principalmente se levarmos em consideração a doutrina “over the horizon”, mas um Harrier II ou… Read more »
Discordo da analise da StrategyPage e ao contrario do que eles dizem, nao ouvi boato algum dentro do USMC de desistir do F-35B. Nao existe, repito nao existe conversa no USMC de abandonar o F-35B! Isso simplismente mudaria toda a doutrina expedicionaria do “Corps”. Transformaria os LHA/D em nada menos do que porta-helicopteros (em tempos que tanto a USN quanto o USMC buscam aumentar os meios capazes de lancar “fixed wings” – tendo em vista a possivel diminuicao de large carriers e a nova enfase no pacifico), uma suposta desistencia do F-35B tambem deixaria desembarques anfibios contestados sem garantia de… Read more »
Desculpem mas me esqueci de citar: O erro principal daqueles que consideram o STOVL desnecessarios hoje jaz no sentido de que a razao de ser de uma aviao CAS e principalmente um STOVL CAS e o apoio a infantaria. Muitos vezes os criticos citam tecnologias “X” ou novo sistema de armaa “Y” mas se esquecem que para a funcao do Harrier no USMC, nao existe bombas ou misseis por mais que inteligentes disponiveis nas quantidades necessarias na ponta da lanca. Se esquecem que artilharia naval ainda nao e tao precisa quanto uma aeronave voando baixo e deixando algumas bombas precisamente… Read more »
Marine, Mas o grande volume de fogo a la Vietnã, com toneladas de Napalm caindo sobre a cabeça do inimigo só possível de ser feito com o uso de aeronaves não é mais politicamente aceitável. Nesse contexto, um F-35B irá prover apoio de fogo com bombas guiadas de alta precisão como a SDB de 250 lb (só pra citar um exemplo), que é o mesmo peso (e portanto, com capacidade destrutiva semelhante) de um projétil LRLAP de 155 mm lançado pelos futuros DDG1000 e DDG51, que podem atingir alvos com a mesma precisão e com tempo de reação menor que… Read more »
Vou sugerir ao Solomon do blog Snafu, ter uma palavrinha c/ esses sujeitos do Strategypage, será um blog a menos na internet.
Bosco, Ai e que esta nossa diferenca. Eu primeiramente nao coloco fe de que todos esses sistemas farao o que prometem. Artilharia naval e historicamente imprecisa e basta o canhao do DD-X ser cortado amanha e todo esse argumento de artilharia naval vai por agua abaixo. Por mais preciso que um missil seja, ele ainda tera que ser lancado com respeito a varias ROEs e camadas de burocracia/decisao. Ainda nao existe nada mais “streamlined” e dentro do OODA loop do que um controlador aereo terminal e um piloto com a experiencia de “dive bomb” e coragem em cima de uma… Read more »
Se a grande questao hoje eh cortar custos, com certeza cortar os harriers e F-35Bs gerariam uma grande economia. No fim, o que vai pesar eh o custo beneficio, resta ao USMC mostrar que a sua doutrina eh a mais adequada, quando comparado o custo com as demais opcoes. Boa sorte nisso! Vao precisar!
Jah Espanha, Italia, Australia, Coreia e Japao vao perder a opcao de aviacao embarcada. Sera que caso o F35B seja cancelado isso geraria um projeto Stovl mais pé no chão?
Somente no sentido de ilustrar, numa rápida olhada na internet pude ver que o Harrier II é capaz de efetuar missões de CAS a 250 km da base, podendo ficar on station por 30 minutos. Já missões de interdição/ataque, podem ser feitas a mais ou menos 700 km. Em havendo sucesso na implementação das novas tecnologias de artilharia naval num futuro próximo, haverá pelo menos uma maior preservação dos STOVL numa parcela significativa de situações, já que a maioria absoluta das situações onde é requisitado CAS para o USMC não deve ficar muito além de 100 km da praia, e… Read more »
Quanto à declaração do texto de que o uso de bombas guiadas por GPS reduzem a necessidade de bases avançadas, eu realmente não entendi. Também é dito no texto que hoje é melhor um caça ter “resistência” que ser STOVL. Imagino que o autor queria dizer “persistência” ou autonomia, podendo permanecer on station por mais tempo até ser requisitado e não “resistência” no sentido literal, que é a capacidade de suportar maus tratos e danos. Claro que bombas guiadas por GPS ajudam o caça a economizar combustível já que ele não precisa atacar a baixa altitude para ter precisão, podendo… Read more »
Exato Bosco,
O texto parece ter sido escrito pelo Godoy americano. Hahahaha
Nao tem especificidade, faltam detalhes, esta defasado com suas noticias e no bem da verdade, a mim, me parece nada mais do que achismo do autor.
Abs!
O F-35 tem detractores por todas os lados, mas isso nao importa. Caro Marine, nada como um infante para entender o puro significado da expressao “Fog of War”. Gostaria de perguntar aos editores e aos amigos do site, quando remos dedicar algum tempo, ao futuro conflito (ja as portas) entre Israel, USA e Iran. Esse conflito ira dominar a atencao da midia especializada, ira afetar a economia mundial (Brasil incluido), poderia sair de controle e escalar (envolvimento da Russia), e inclusive forcar o governo americano a repensar toda essa conversa sobre cortes na defesa. Israel nao pretende esperar por muito… Read more »
Reparei na quantidade de aeronaves que se perderam em acidentes do jeito que muitos comentaristas falam que é só na Russia e na Índia que caem aviões.
Enquanto o resto da matéria e uma pena mas as coisas mudam, tempo de vacas magras exigem sacrifícios que provavelmente nunca vão entrar em pauta por questões politicas.
Primeiramente obrigado Marine pela informação de quem está por dentro literalmente do assunto e do Bosco por alimentar a discussão com alternativas.
Aproveitando a discussão de vocês faço a mesma pergunta, desta vez pela nossa ótica: a MB e o CFN precisam mesmo manter seus planos de operar porta aviões e aviação embarcada convencional? Ou os novos canhões de artilharia naval (127/54 + Volcano) somados a mísseis de cruzeiro (SCALP naval e sub), helicópteros de ataque e VANTs de reconhecimento e ataque leve não seriam suficientes e mais em conta?
Eu voto na segunda opção.
Senhores, A história (ou estória?) me parece estranha. Pelo que entendi (o Mariner pode me corrigir se estiver enganado) o USMC pretende ter ter meios (aviões, helicópteros e navios) capazes de fazer o trabalho que é feito hoje, mas mantendo os navios de assalto anfíbio o mais longe possível da costa, para melhorar a defesa contra os mísseis anti-navio que estão surgindo e que surgirão no futuro. Por isto o F-35 tem mais alcance que o AV-8, é mais veloz e é stealth; Da mesma forma, o V-22 Osprey tem mais alcance e velocidade que os helicópteros; Sem falar nos… Read more »
Obrigado Marine, pelos esclarecimentos.
O fato é o seguinte: de todos os modelos, o F-35B é o mais revolucionário e, a partir do momento em que entrar em operação, proverá o USMC com uma capacidade simplesmente inaudita, indo muito, mas muito, mas muuuuuuuito além do Harrier.
Marcelo disse:
5 de fevereiro de 2012 às 9:18
Prezado, até onde me lembro Austrália, Coréia-Que-Interessa e Japão já não tem aviação de asa fixa embarcada. E s.m.j. todos serão compradores do F-35A, de pouso e decolagem convencionais.
Itália e Espanha realmente não tem outra opção que não o F-35B. Desistir dele é abrir mão de sua força de projeção.
Sds.
Vale ressaltar que o autor do texto não advoga que as aeronaves de asa fixa sejam abolidas na função de CAS ou interdição em apoio às operações dos fuzileiros, e sim que aeronaves STOVL hora em uso podem ser substituídas com vantagens pelas convencionais, por estas terem maior autonomia/persistência, não exigindo inclusive bases avançadas e podendo partir de porta-aviões convencionais.
Ah se houvessem investido num Harrier III…ah se aquela proposta da MaC houvesse seguido adiante…um Harrier com asas em delta e canards…já estaria voando e ser dor de cabeças ao USMC…mas o texto está mais para estória…
Uma pergunta que acredito que a resposta seja sim mas não tenho certeza (sempre quis saber isso): O F-35B é tão stealth em modo de pouso vertical quanto em seu modo “normal”? Pelo preço, acredito que sim, mas se alguém puder esclarecer melhor isso.
Daglian,
Se você se refere às versões A,B e C, são todas igualmente furtivas.
Se você se refere a ser furtivo no momento do pouso vertical, com certeza um aeronave que pousa de modo convencional é mais discreta que o F-35B quando pousa no modo vertical tendo em vista que um pouso convencional é sem o uso de pós-combustores e o pouso VTOL é com o uso dos pós-combustores e muito mais morasa, o que aumenta muito a assinatura IR.
Só que ser indiscreto no pouso ou na decolagem não vem ao caso e não tem nenhuma relevância.
Bosco,
Obrigado pela resposta, compreendi.
Abraços.