F-16 para Taiwan: nada de novo ou tudo de novo?
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Segundo matéria do Defense News, EUA devem negar venda de caças F-16 novos para Taiwan e propor modernizar modelos A e B com radares AESA. Mas Ministério da Defesa de Taiwan diz que não recebeu nenhuma mensagem a respeito.
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Segundo matéria do Defesnse News de 14 de agosto, a pressão chinesa deverá fazer com que os Estados Unidos neguem o pedido de Taiwan para adquirir 66 novos caças F-16 C/D. A informação foi dada por uma autoridade do Ministério da Defesa de Taiwan. Uma delegação do Departamento de Defesa dos EUA foi ao país na semana passada e, no lugar dos caças novos, ofereceu um pacote de modernização para os F-16A/B de Taiwan, o que inclui um radar AESA (de varredura eletrônica ativa).
Fontes disseram que um anúncio oficial da decisão deverá ser dado no final do mês, mas uma autoridade do AIT – American Institute in Taiwan – que funciona como uma embaixada dos EUA, disse que ^nenhuma decisão foi tomada”, ao passo que a delegação dos Estados Unidos não quis comentar sobre o asssunto.
Sobre o possível pacote proposto, ele deverá colocar os 146 caças F-16 A/B de Taiwan entre as versões mais capazes da aeronave, apenas atrás dos F-16 D/F dos Emirados Árabes Unidos, equipados com radares APG-80 (AESA). Esse pacote, originariamente requisitado pelo país em 2009, deverá custar aproximadamente 4,2 bilhões de dólares.
O radar AESA que será instalado nas aeronaves poderá ser tanto o Scalable Agile Beam Radar, da Northrop Grumman, ou o Advanced Combat Radar, da Raytheon. Qualquer um deles representará uma grande melhora em relação ao modelo APG-68(V)9 de varredura mecânica que faria parte do pacote original e, segundo uma fonte na Lockheed Martin, a mudança visa amenizar o negação da venda de caças novos.
Ainda segundo o Defense News, uma decisão entre os dois modelos AESA poderá ser um indicativo da própria escolha da USAF (Força Aérea dos EUA) para modernização de sua frota de F-16. O pacote também deverá incluir uma modernização da suíte de contramedidas eletrônicas Raytheon ALQ-184(V)7 , de modo que ela possa interceptar e salvar as frequências de transmissão de radares hostis, e usá-las para jamear esses radares. Mas também poderá ser oferecido o pod ALQ-211 de contramedidas, assim como o BRU-57/A Smart Twin Store Carrier, que duplica a quantidade de bombas que um F-16 pode levar.
Falando em armamentos, o pacote deverá incluir míseis AIM-9X e a capacidade de lançar bombas GBU-12 Paveway II guiadas a laser. Também estariam incluidas miras montadas no capacete, novos motores com maior potência (havendo também a opção de modernizar os atuais Pratt & Whitney F100-PW-220 para o padrão PW-220E – sem oferecer mais desempenho, apenas substituindo partes obsoletas).
Porém, o fracasso em liberar caças F-16C/D novos para Taiwan deverá atrapalhar os planos da Lockheed Martin para manter por mais tempo a linha de montagem do caça, apesar das prováveis vendas para Oman e Iraque. Há quem aposte, porém, que o Governo Obama reveja essa decisão conforme a eleição de 2012 se aproxime, sob pressão para criar novos empregos. A venda de caças novos para Taiwan poderia criar mais de 16.000 empregos e gerar um recolhimento de 768 milhões de dólares em impostos federais, em estados muito importantes na corrida eleitoral: Califórnia, Connecticut, Flórida, Maryland, Ohio, Texas e Utah.
Já em Taiwan, a não concretização da compra de caças F-16 novos poderá levar o país a adquirir novos caças IDF C/D Goshawk, desenvolvidos localmente e mais capazes que a versão atualmente em uso no país – da qual uma parte também poderá ser modernizada (71 unidades, de uma frota de 126).
A compra de caças F-16 novos visava substituir até 60 caças F-5 e 60 Mirage 2000-5, com previsão de saída de serviço entre 5 e 10 anos.
No dia seguinte, a “negação da negação”
Em 15 de agosto, segundo o Focus Taiwan News Channel, um porta-voz do Ministério da Defesa de Taiwan afirmou que não foi recebida nenhuma mensagem dos EUA dizendo que a venda de caças F-16 novos não seria concretizada, negando assim informações da matéria do Defense News (embora não diretamente, pois não quis comentar a respeito).
O porta-voz Lo Shao-ho reiterou o firme desejo de Taiwan adquirir caças F-16 C/D, afirmando que o Ministério continuará os esforços em todos os canais possíveis para que os EUA atentem para o desequilíbrio no balanço do poder militar no Estreito de Taiwan. Ele citou a necessidade de substituir os caças F-5 do país (não houve, no informe do Focus Taiwan Channel, referência aos Mirage 2000-5, citados na matéria do Defense News).
FONTES: Defense News e Focus Taiwan News Channel (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
Isso serve para calar a boca de quem vive falando que o Tio Sam não tem medo da China.
A China é o maior credor dos EUA, e os únicos que tem grana para continuar comprando seus títulos e refinanciando sua dívida. É, se existe uma guerra fria velada entre as superpotências atuais, parece que os chineses estão levando a melhor…
Mas quem é que acha que os EUA não tem medo da China?
Os EUA tem medo até de 1 homem bomba, o que dirá da China.
Gastando 600 bilhões por ano como é que se pode dizer que os EUA não teme a China ou quem quer que seja.
Quem parece que não tem medo de ninguém, por exemplo, é o Brasil.
600 bilhões de dólares em “defesa”, devo salientar.
Bosco, alguns colegas aqui do poder aéreo juram que os EUA estão “cagando e andando” pra China.
De uma olhada em qualquer texto sobre alguma arma chinesa publicado por aqui.
Para reflexao:
Gastos em 2010 em bilhoes de dolares conforme Sipri (http://www.sipri.org/), selecionei “aleatoriamente” os paises:
– Taiwan 8.5 bi
– Australia 20 bi
– Korea 24 bi
– Brasil 28 bi
– India 34 bi
– Italia 38 bi
– China 114 bi
– US 687 bi
O Brasil… O que vcs acham do orcamento comparativamente? …Por que?
[]s!
Olá,
Os Americanos estão com medo, mas não das armas Chinesas e sim de seu poder de compra e venda.
Americano é tão bonzinho…..
Abraços,
Edcreek,
Mas a China também tem medo dos EUA.
Eu já disse e repito, o país que menos deseja a derrocada americano nos próximos 30 anos é a China.
Dependendo dela os EUA continua a ser a potência dominante por muito tempo ainda.
Os que torcem para uma nova ordem mundial e que a China assuma o lugar hoje ocupado pelos EUA o fazem à revelia da China.
Se os EUA quebrarem, leva a China com ela e aí se instaura o caos no país que tem quase 1/4 da população mundial.
Tplayer, Mas é apenas para contrapor a ideia que muitos querem passar de que a China é um monstro que vai devorar tudo. Quando é noticiado que a China está desenvolvendo um míssil balístico antinavio que não deve estar operacional antes de 2018 e que os estrategistas americanos já buscam meios de defesa ou de rearranjar suas forças na região, nada mais natural, diga-se de passagem, muitos já interpretam como se os EUA estivesse tremendo e com “chocolate” nas calças até os joelhos. Aí, por força natural, há uma resposta tão ingênua quanto, que fica parecendo uma queda de braços,… Read more »
Sim Bosco, isso mesmo.
Minha nossa, quanta besteira… Ah é, tá certo… Os EUA estão “embargando” Taiwan… Em vez de fornecerem os 66 caças novos, eles elevarão os 146, repito CENTO E QUARENTA E SEIS caças IGUALMENTE CAPAZES ao mesmo padrão… Ou então que alguém me prove que 146 F-16 A/B elevados ao padrão C/D, com radar AESA e suíte de contra-medidas Raytheon ALQ-184(V)7, ou o pod ALQ-211, mais o BRU-57/A Smart Twin Store Carrier, armados com míseis AIM-9X, GBU-12 Paveway II, miras montadas no capacete, novos motores com maior potência ou modernização dos F100-PW-220 para o padrão PW-220E não cumprem muito mais a… Read more »
No mais, muitos acham que ser o maior credor do Tio Sam confere à PRC uma vantagem estratosférica.
A esses só faço uma pergunta: se o Tio Sam der um calote, a China PRC vai reclamar com quem? Com o Papa??? Com Papai-do-Céu? Com o Bin Laden? Com Zumbi dos Palmares?
Pensem nisso e deixem de falar tonterias…
Ah sim, finalizando:
Taiwan não precisa mesmo de novos caças para se contrapor às estrovengas chinesas: Okinawa está ali do ladinho… 😉
Hoje a China PRC faz tda essa tempestade em um copo d’agua, a respeito desses F-16C/D Block 52, amanhã estará lamentando pelos F-35.
A linha do F-16 não deve durar além de 2013, basta um novo ocupante, um pouco mais marrento que o atual, na Casa Branca em 2012 e os chineses terão mto mais a reclamar.
Notem que o que os chineses realmente desejam, é a completa interrupção da vendade material bélico, aos chineses de Taiwan.
Perigosos mesmo, serão esses 66 F-5E, dando sopa no mercado…
Mauricio, você acabou de tocar no ponto mais perigoso do assunto. Não de idéias…
Vader, a questão é que os EUA dependem da China para outras coisas. Não é medo em si que eles tem, só preferem não se incomodar com nada e dar um agrado diplomático para o PRC.
E não, os EUA não vão dar calote na China pois sabem que isso iria botar a economia mundial no buraco.
Mas e os demais países da região??? Rússia, Japão e Índia, dispõe de caças em produção, ou prestes a entrar em produção, que poderiam ser fornecidos a Taiwan. Estariam esses 3 países em particular, aptos a bater de frente c/ o dragão??? O Japão dispõe de uma aeronave, c/ bastante conteúdo americano, semelhante ao F-16. Seria o F-2 uma opção viável, dado o envolvimento indireto americano em seu fornecimento??? Até aonde o Japão estaria disposto a ir, p/ conter o expansionismo chinês??? A Índia por outro lado, seria uma opção indireta de fornecimento de caças Flanker, que praticamente reequilibrariam o… Read more »
tplayer disse: 17 de agosto de 2011 às 11:29 Os EUA dependem da PRC e esta depende dos EUA. É assim que funciona a globalização. Um financia o desenvolvimento do outro e, de tabela, do resto do mundo. Mas de uma coisa você pode ter certeza: o credor SEMPRE fica com o c. na mão do devedor. E não o contrário. Então medo, mas medo MESMO, quem tem é a PRC. Quanto aos EUA darem calote no resto do mundo não, isso não vai acontecer. Mas essa é uma arma a mais que eles tem na mão (e SÓ ELES… Read more »