Na década de 1980, Turquia poderia ter comprado caças F-18…
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…mas um suborno teria levado à aquisição do F-16, segundo jornal turco
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Segundo reportagem de 12 de janeiro do jornal turco “Today’s Zaman”, uma investigação a respeito dos líderes do golpe de estado que ocorreu na Turquia em 1980 poderá incluir alegações de corrupção sobre o comandante da Força Aérea do país daquele período, General Tahsin Şahinkaya. As informações são de um sargento reformado, e relacionam-se à compra de caças F-16 da Lockheed Martin (nota do editor: à época, os caças eram um produto da General Dynamics).
Na última terça-feira, uma corte turca aceitou o indiciamento no caso do golpe de 12 de setembro de 1980, abrindo o caminho para o julgamento dos seus líderes, no qual o procurador pede por prisão perpétua sem direito a recurso. Assim, os líderes Kenan Evren e Şahinkaya se submeterão a julgamento 30 anos após o sangrento golpe de estado.
Porém, o sargento reformado e especialista em defesa e minas, Ahmet Zengin, disse ao jornal que as dimensões econômicas dos golpes na turquia nunca são discutidas ou questionadas, apesar do fato de que golpes afetam negativamente a economia de países. Ele alega que vários dos programas de aquisição de armas que foram feitos logo após os golpes são marcados pela corrupção e, especificamente, que há alegações de que esse foi o caso da compra dos caças F-16. Irregularidades a respeito dessa compra foram investigadas em todos os países envolvidos, menos na Turquia, e Şahinkaya foi acusado de se beneficiar pessoalmente da aquisição dos F-16. Uma comissão parlamentar de investigação foi formada e preparou um relatório, após 15 meses, de 278 páginas. Mas o relatório não foi considerado importante, sendo arquivado.
Zengin diz que “Şahinkaya foi, repentinamente, mostrado na revista TIME como um dos 50 generais mais ricos do mundo. E há uma alegação sobre a compra dos F-16 logo após o golpe emergir. Isso, estranhamente, nunca foi investigado. Ele fez as Forças Armadas comprarem o F-16 ao invés do F-18, e o suborno foi de 23 milhões de dólares. O então embaixador turco nos Estados Unidos, Şükrü Elekdağ e o subsecretário da embaixada turca em Washington, Yalım Eralp, disseram que Kenan Evren foi informado sobre a corrupção e o suborno. Elekdağ escreveu a Evren uma carta repleta de detalhes, explicando tudo. Mas Evren jogou a carta no lixo e não se importou com o assunto. Agora, a maioria dos caças que foram comprados estão sem uso.”
Zengin também afirmou que também deveria ser investigada a competição de carros de combate de 2002, em que a Israeli Military Industries (IMI) recebeu um contrato de 687,5 milhões de dólares para modernizar 170 tanques M60, mas falhou em finalizar o projeto apesar de ser paga regularmente.
FONTE: Today’s Zaman FOTOS: USAF
Vale lembrar que na década de 1980 quem fabricava e vendia o F-16 era a General Dynamics.
De fato, Clésio. Obrigado por relembrar. Coloquei agora uma observação a respeito no texto (cujo original falava só da Lockheed Martin).
Aviãozinho rende, 600 páginas e contando!!!
Lá como cá corrupção há !!! Agora veremos se impunidade há como cá?
E eu pensando que era só a Dassault que dava uns agrados pra vender seus produtos vai saber né.
Não me lembro dos detalhes, mas a Lockheed teve um sério caso de corrupção no Japão. Creio que na década de 70.
O caso Lockheed-Japão referia-se ao suborno de altas figuras do governo japonês á época para emplacar o L-1001 Tristar.
http://www.newyorker.com/archive/1978/01/23/1978_01_23_048_TNY_CARDS_000328059
Ainda bem que essas coisas não ocorrem por aqui.
Essa é a vantagem de se morar em um país sério como nosso, onde as mais altas autoridades cantam o Hino Nacional diariamente.
Dia desses estavam acusando a Embraer de suborno para a compra de ST na Colômbia.
”Agora, a maioria dos caças que foram comprados estão sem uso.”
todos os F-16 comprados estao em uso e a Turquia esta recebendo mais 30, os Turcos compraram uma licensa de producao, este artigo esta todo errado
Thomas, apenas para evitar mal-entendidos: trata-se de uma declaração pessoal de um sargento reformado que faz a acusação ao comandante da Força Aérea Turca à época, o qual foi indiciado pela justiça juntamente com outros representantes de um golpe de estado que, pelo jeito, está tendo suas ações postas em pauta 30 anos depois. É nesse contexto que se deve analisar a notícia (não é exatamente um artigo, é uma reportagem / matéria de jornal), sua veracidade etc. Também achei algumas incoerências na notícia do jornal turco, mas acredito que vale a pena discutir o caso e pesquisar a respeito.… Read more »
Aliás, completando o que o pessoal vinha discutindo sobre eventuais limitações em contratos de leasing ou de venda (na matéria sobre a extensão até 2026 do leasing dos Gripen da Hungria), vale a pena ler esse trecho que achei no site F16.net, a respeito das limitações impostas por contrato nessa primeira venda dos F-16 para a Turquia: “Under the terms of Peace Onyx I, TAI is not allowed to sell its aircraft to any air force, including the THK*. Consequently, F-16s built at Akinci have to be delivered first to the USAF, which then turns them over to the THK.… Read more »
Apenas como exercício de besteirol, já pensaram se uma limitação / solução esdrúxula desse tipo envolvesse os concorrentes do F-X2 que eventualmente sejam produzidos no Brasil?
Seria uma vantagem claríssima do Rafale, pois a Guiana Francesa é mais perto de São José dos Campos, creio eu, que qualquer base norte-americana ou sueca (se não me engano, os EUA já devolveram aquela base no Peru, que seria mais perto…)
Haja reabastecimento em voo!
Como dizem por aí, modo besteirol off.
Nunão
Era Manta, no Equador. Agora a base deles na AL fica na Colômbia.
Verdade, Poggio.
Então o Super Hornet e o Rafale estão praticamente empatando em distância de voo para esse toque e arremetida…
Os suecos estão em desvantagem, a não ser que São Bernardo do Campo vire uma base…
Mas chega de escrever besteira, já estourei a cota…